SEMANA NACIONAL É DISPARADA NO RIO DE JANEIRO – FAZENDO ELOS, PROMOVENDO DIÁLOGOS…

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A Semana Nacional de Humanização, em comemoração aos 10 anos da PNH, dá partida no Rio de Janeiro, reunindo cerca de 150 pessoas dos mais diversos serviços de saúde, incluindo alguns universitários, e agregando as três esferas federativas na UERJ.

Na mesa de abertura, saudando a todos e representando a potente articulação para a efetivação da Semana Nacional de Humanização, como instâncias proponentes, estavam presentes o Vice Reitor da UERJ, Paulo Roberto Volpato; o Diretor do HUPE/UERJ, Rodolfo Acatauassú; a representante da Diretoria do Departamento de Enfermagem, Lucia Helena Garcia Penna; o Secretário de Saúde do Município de Nova Iguaçu, Luiz Antônio Teixeira, representando a Diretora do COSEMS/RJ Maria Juraci de Andrade que compareceu, compondo a mesa junto com seu representante; a Coordenadora da PNH/RJ, Leda Amar de Aquino; o representante da Coordenação Nacional da PNH, Serafim Santos Filho; o Secretário de Saúde do Município do Rio de Janeiro, Hanz Dohmman e o Secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Marcos Esner Musafir.

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Foi enfatizada a relevância desta política que, em todas as falas, é sentida como revolucionária em sua metodologia, provocando mudanças efetivas nas formas como se dão a gestão e a atenção do cuidado em todo o Estado. Tida como necessária, importante e relevante a PNH é festejada, porém, sem deixar de reconhecer os enormes desafios que separam o RJ de uma completa efetivação em termos de uma real formação de rede SUS, vencendo as lacunas ainda existentes. Destaca-se na fala do Secretário do Município e do Estado do Rio de Janeiro a importância da valorização da participação do usuário e dos trabalhadores, porém, solicitando também um pouco mais de atenção no apoio aos gestores.

Em seguida, uma mesa redonda, mediada pelo consultor da PNH Miguel Maia, cujo tema “Trajetórias e Desafios da Humanização no Rio de Janeiro” contou com a presença de Fabiane Gil, Assessora de Humanização SES/RJ, Adriana Coser, FIOCRUZ/RJ e Serafim Santos, DAPES e PNH/MS. Os convidados, todos pioneiros do movimento instituinte da PNH no Rio de Janeiro, no conjunto, traçaram uma interessante memória do movimento, desde a intervenção federal no RJ, quando a fragmentação e a falta de diálogo entre as esferas federativas eram totais e havia chocantes condições estruturais e organizacionais de oferta de cuidado, até hoje em dia, quando novos desafios se apresentam, após significativos êxitos, conforme expresso na fala de Fabiane Gil: “o que antes era tido como normal, hoje não é admitido por ninguém mais”, referindo-se as péssimas condições de trabalho e de atenção em saúde.

Na experimentação ousada das metodologias da PNH no Rio de Janeiro, foi se constituindo uma Política Estadual de Humanização, com sotaque carioca, no dizer de Adriana Coser. Foi lembrada a constituição coletiva de dois dispositivos importantes, partindo das experiências e das articulações possíveis naquele momento, que foram a constituição da Câmara Técnica de Humanização dos Hospitais Federais, que acabou abarcando institutos e instituições universitárias e a constituição de uma Câmara Técnica dos Municípios, abarcando a Região Metropolitana.

Em um esforço de síntese, foram listados como desafios para o Rio de Janeiro: a criação de Fórum Ampliado para a continuidade da discussão, com toda riqueza de matizes apresentadas; aprimorar os dispositivos existentes, propondo inovações a partir das experiências desenvolvidas no RJ; discutir os processos de trabalho, numa efetiva inclusão da gestão e promover processos formativos interventivos que sejam efetivos para a transformação do cenário atual que, contendo importantes avanços, necessita de novas incursões.

À tarde, com a abertura para a plenária, foram debatidas importantes questões para a continuidade do movimento no Rio de Janeiro, partindo das experiências dos presentes, sentindo-se que o Rio de Janeiro está em um momento promissor para as articulações necessárias que encontrem e efetivem o desejo de integração, sentido como necessário, a partir de novos modos de fazer isto que se tem entendido como humanização na esfera da saúde. Nem mesmo um blackout esmoreceu a plateia. No escuro, enquanto a competente equipe da UERJ prontamente se mobilizou para resolver o problema, a plenária solicita que Serafim Santos continue sua fala, mesmo no escuro, a fim de não interromper o intensivo clima que rolava. Por cerca de alguns minutos, mesmo no escuro, sem microfones, o evento teve continuidade, numa verdadeira demonstração de que, para os apoiadores da PNH, as adversidades não paralisam, mas são tomadas como imprevistos a serem enfrentados.

Fechando com chave de ouro, a transmissão online, via Rede HumanizaSus, com a fala do Coordenador Nacional da PNH e o Ministro da Saúde, só vieram reforçar e potencializar o que, no Rio de Janeiro, é sentido como uma diretriz a seguir.

Amanhã, ainda na UERJ, segue a Semana, desta vez apresentando experiências consideradas relevantes e que tem efetivamente modificado as práticas na direção almejada para o SUS que dá certo.

Miguel Maia

Consultor PNH Regional Sudeste