Trupe da Saúde: teatro do Oprimido na Semana Nacional de Humanização – Hospital Giselda Trigueiro/Natal-RN.

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Trupe da Saúde: teatro do Oprimido
"Protagonizando Vidas, Sentidos e Sentimentos".

Semana Nacional de Humanização – 2014

A Trupe da Saúde:teatro do Oprimido, participa da I Semana Científica e Cultural do Hospital Giselda Trigueiro (Natal_RN).

O Grupo traz o esquete fórum por título: Na balada que embalei, eu peguei, eu peguei. A proposta cênica tem como objetivo trazer uma discussão e reflexão a cerca das DSTs e AIDS, bem como as muitas patologias que estão relacionadas a todo e qualquer comportamento de risco. A dinâmica iniciou-se com um cortejo convidativo por alguns corredores do hospital onde com alegria e irreverência disparávamos a cantoria: Oh, abre alas, a Trupe quer passar, Oh abre alas a trupe quer passar, faço saúde não posso negar, só prevenindo vamos escapar…

 

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Os servidores foram tomados pela atmosfera lúdica e envolvente, acompanhando o cortejo até que seu ato inicial que consistiu em colocar crachás em cada pessoa, espectadora, protagonista. Cada crachá tinha desenhado uma figura geométrica, alguns um triângulo, outros círculos, noutros mais quadrados e por fim alguns que tinham chuzes desenhadas.

Quatro dos cinco integrantes da Trupe portavam um envelope que era exposto na altura do peito, o Curinga após serem disparados vários sintomas de doenças diversas e também sintomatologias relacionadas as DSTs, AIDS e Tuberculose, profere um texto da melodia Há Tempos(Legião Urbana): Há tempos, nem os santos, tem ao certo a medida da maldade, há tempos são os jovens que adoecem, há tempos o instante está ausente e há ferrugem no sorriso e só o caso estende os braços a quem precisa de abrigo e PROTEÇÃO.

 

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Neste momento o grupo em coro pronuncia: e então, vejam como tudo começou.

(Música)Sim, sim eu quero, sim, sim, eu quero…eu quero ir pra balada, eu vou beijar, eu vou ficar, eu vou pegar, eu vou pegar, eu vou pegar…(repete)

A paródia e cantada até que sejam formados vários pares e após a formação, o Curinga (facilitador) explica que aquele cenário é o de uma balada onde parceiros serão trocados conforme a noitada, uma música é posta com apelo a sedução, um forró, ou um remix e os pares dançam, posto que eles se relacionam de modo desprotegido, subtende-se, de maneira que se reflita sobre o comportamento de risco. A cada pausa musical os pares, parceiros, são trocados e os símbolos são copiados, por exemplo: Se eu recebi um crachá que tinha como símbolo Inicial um Triângulo e meu parceiro tinha um crachá com uma cruz desenha, eu copio o símbolo dele abaixo do meu e vice versa. Assim, a cada parada um cópia o símbolo do outro. Ao fim da balada, o facilitador, enfim, agrupa os pares e pede para os atores abrirem os envelopes onde mostram o que significam os símbolos.

O resultado final é tremendo e impactante, pois percebemos como nosso comportamento de risco em quaisquer instâncias pode trazer malefícios a saúde e causar danos irreversíveis.

Os Símbolos tem o seguinte significado: O Triângulo(AIDS); O Círculo (DSTs (oportunistas)); O Quadrado (Tuberculose) e a Cruz (Pessoa SAUDÁVEL).

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Então a cada parceiro revelasse seu comportamento de risco e o que aconteceu, ao fim da proposta, espera-se que alguém seja provocado ou inquietado pelo termo Pessoa Saudável, pois a intenção é por na roda a discussão do que é ser saudável. Posto que estar portador de HIV significa não estar saudável? Esta é mais uma reflexão de como geramos e alimentamos os termos e os estigmas dessa doença e de tantas outras patologias.

Assim, nossa vivência no HGT foi potente e disparadora de multiplicadores, pois tivemos como premissa a maneira de humanescer e cuidar com cuidado.

Texto/Direção e idealização: Djairo Alves
Paródias: O grupo
Fotografia: Djairo Alves e colaboradores
Apoio: Distrito Sanitário Norte II (disponibilizando nosso deslocamento)

Local da Atividade: Hospital Giselda Trigueiro

Público assistido: 37 pessoas, funcionários do Hospital (servidores) nas suas variadas funções.
 

Agradecimentos: Aos servidores do HGT, pela implicação e envolvimento na troca de saberes e compartilhamento de afetos.

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