Violência Obstétrica: basta! Hoje somos todas Adelir!

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70% das brasileiras querem parto normal, mas só 10% conseguem (https://www.partonobrasil.com.br/2010/02/das-brasileiras-que-querem-parto-normal.html). Enquanto isso, a Organização Mundial da Saúde avalia que o número de gestações que precisariam terminar em cesarea está entre 15-20%
Os médicos, no Brasil, têm nos empurrado para a cesarea com as desculpas mais esdrúxulas: muito líquido, pouco líquido, mulher magra, mulher gorda, bebê muito grande de 3kg, diabetes gestacional, suspeita de diabetes gestacional… e a lista não para (https://estudamelania.blogspot.com.br/2012/08/indicacoes-reais-e-ficticias-de.html)
As mulheres, que fazem partos vaginais (e muitas das que fazem cesarea também), são submetidas, muitas vezes a violência de género na hora do parto (violência obstétrica): muitas são deixadas horas sem acompanhante, muitas recebem occitocina artificial sem indicação clínica (o q intensifica as dores das contrações e pode causar arritmia cardíaca no bebê), muitas são agredidas verbalmente pela equipe, quase todas sofrem episiotomia de rotina (que é uma mutilação genital – https://www.mulheres.org.br/fiqueamigadela/episiotomia.html ), dentre outras agressões físicas e psicológicas.
Um lindo trabalho com relatos de violência obstétrica sofridos é esse aqui : https://carlaraiter.com/1em4/galeria/
E o que sobra para a mulher que não quer ser violentada dessa forma? Pagar o parto em casa? E se você não tem dinheiro? Vai fazer o que? Já temos no SUS exemplos de instituições onde acontece o parto humanizado, respeitoso, com procedimentos que se baseiam, não em uma cultura machista, mas em evidencias científicas: https://www.sofiafeldman.org.br/
Mas ainda precisamos que essas iniciativas sejam adotadas em muitos municipios. A saúde é um direito universal. A humanização do parto e nascimento é um direito de todas as brasileiras, pois é uma política pública: https://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_redecegonha.php
Nós, mulheres, queremos ver respeitado nosso direito de parir em paz. As 70% de mulheres que querem parir via vaginal precisam ter seu direito respeitado.
entendemos que a cesarea pode ser uma cirurgia necessária, que ela pode salvar a vida do bebê e da mãe, e queremos sim, ter acesso a este recurso, quando necessário. Mas não queremos ser enganadas, mutiladas e violentadas. BASTA!

Hoje temos ato público! Hoje somos todas Adelir! Cheque o evento no facebook: https://www.facebook.com/events/304993139652198/?fref=ts

Vamos dizer BASTA à violência obstétrica.

 

Outros links interessantes sobre o tema:
https://humanizacaodopartocampinas.milharal.org/
https://www.youtube.com/watch?v=eg0uvonF25M&feature=kp
https://violenciaobstetrica.crowdmap.com/main