Qualidade de vida no trabalho dos bombeiros de Santa Maria

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    Bom dia! Sou estudante de Psicologia da Faculdade Integrada de Santa Maria – RS, segue abaixo a proposta feita pelo prof. Douglas que ministra a disciplina de Introdução à Psicologia da Saúde.

     De acordo com a proposta realizada em aula, para que se trabalhasse um assunto-problema, referente às discussões levantadas na disciplina, venho através deste “post” comentar sobre a qualidade de vida no trabalho. Escolhi, a partir desse tema, referenciar o Corpo de Bombeiros de Santa Maria por fazer parte dessa corporação e ter um convívio diário com os integrantes da instituição.
     A qualidade de vida no trabalho cada vez mais se destaca, e a preocupação na saúde, desde física quanto psíquica, vem ganhando fundamental importância. Pensando nisso, novos recursos vêm sendo criados e o auxílio profissional tem ganhando amplo espaço, desde escutas individuais (acolhimento) quanto em grupo e/ou palestras. (MONTEIRO et al., 2006)
    Há ainda a preocupação de que exista uma interação entre colegas e chefes a fim de proporcionar um ambiente de trabalho saudável e harmonioso. Pensando, desta forma, em diminuir o estresse diário que interferem tanto na vida profissional quanto pessoal. (MONTEIRO et al., 2006)
    Sabe-se que o bombeiro tem uma imagem errônea de herói, homens bravos e destemidos. Em algum momento se perde a verdadeira origem desses seres que são nada mais nada menos que humanos.
     Por mais que se deixe e/ou tente não falar do caso Kiss, esse marco histórico ficará registrado nas vidas desses fortes e cada vez mais fragilizados homens. Desde os profissionais que atuaram no evento até os que estavam bem longe do desastre. Todos se sentiram atingidos de alguma forma, pois foram agredidos, injustiçados, dentre outros termos que não cabe ao momento. Eles tiveram que buscar forças de dentro de si, apoio da família e amigos, e muitas vezes auxiliar uns aos outros.
    Inicialmente houve profissionais que ofereceram seus serviços, e que gentilmente disponibilizaram seu tempo a fim de atendê-los, porem infelizmente, no corpo de bombeiros, assim como em muitos lugares, ainda há o velho “tabu” de que “quem procura o psicólogo é porque está muito mal ou está louco". E como os velhos guerreiros tentam e querem ser considerados fortes, hoje existe um índice muito baixo dos servidores que ainda estão frequentando os consultórios de psicologia.
     Se formos analisar a corporação como um todo, entende-se que existe uma hierarquia institucional e que os menos graduados sentem-se, de certa forma, abandonados pelo comando, pois a mídia, com sua liberdade de expressão, “vendeu” uma imagem distorcida do Corpo de Bombeiros, fazendo com que houvesse frustração diária desses homens que ainda se obrigam a acompanhar as falsas acusações. A argumentação desses combatentes é que não houve uma defesa que desmentisse tais acusações.
      Desta forma, venho através dessa explanação fazer uma relação da qualidade de vida no trabalho com a atual situação dos bombeiros de Santa Maria. Ainda há melhorias a serem feitas se tratando de recursos que visem uma melhor satisfação dos integrantes desta instituição. Desde condições de trabalho, como materiais para o serviço e, entre outros, melhores salários tendo em vista a exposição a grandes riscos.
     A saúde física e psíquica merece maior atenção no sentido de investimento profissional, havendo assim, um acompanhamento constante e não somente quando há necessidade aparente. Que seja preventiva, e não posterior ao desencadeamento de uma doença. Entendo assim, que se tais preocupações forem solucionadas, o índice de satisfação desses servidores aumentará consideravelmente proporcionando paralelamente uma vida pessoal saudável e mais satisfatória.

Referencia Bibliográfica:

Monteiro, Janine Kieling et al. Bombeiros: um olhar sobre a qualidade de vida no trabalho. Psicol. cienc. prof., Set 2007, vol.27, no.3, p.554-565. Disponível em:

<https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-98932007000300014&script=sci_arttext>. Acesso em: 24 abr. 2014.