Cannabis no Brasil (repassando)

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Cannabis no Brasil: Agência da ONU pede foco em saúde e respeito 'irrestrito' aos direitos humanos

O Congresso brasileiro iniciou, no dia 2/6, um amplo debate sobre a definição de regras para o uso recreativo, medicinal e industrial da cannabis no Brasil. A primeira audiência pública, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, contou com a participação do representante do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Rafael Franzini. O UNODC é a agência das Nações Unidas com mandato de apoiar os países na implementação das três convenções da ONU sobre drogas, além das convenções contra o crime organizado transnacional e contra a corrupção.

Franzini explicou que o mandato do UNODC é “amplo e abrangente” e, por isso, ações relativas à saúde, tais como prevenção e tratamento do uso de drogas, assim como intervenções na área de HIV/aids, hepatite e tuberculose, são fundamentais para o trabalho da agência. Segundo ele, no Brasil, o trabalho da agência da ONU na área de saúde constitui a maior parte de suas ações.
“O fato de dirigir nossas ações dentro da área da saúde apresenta algumas particularidades e características especiais”, disse Franzini, acrescentando: “Primeiro, colocar a pessoa como centro ou eixo de nossa preocupação, e não tanto as substâncias em si”.

Ele afirmou também que qualquer ação sobre o tema deve respeitar de forma “irrestrita” os direitos humanos. “O primeiro ponto requer que o respeito aos direitos humanos seja pleno em qualquer intervenção sobre drogas. Seja na justiça, seja na saúde, seja em ações no âmbito carcerário ou no processo judicial”, argumentou, destacando a importância tanto de buscar alternativas para a privação de liberdade dentro da lei, quanto promover leis que não violem o desejo do consumidor – “mesmo aquele problemático”. Segundo o representante do UNODC, a sua vontade deve prevalecer, “exceto em alguns casos bastante específicos”.

Franzini ressaltou também a importância de se reconhecer as vulnerabilidades sociais como um componente diferencial para encarar o problema. “O tratamento médico, se necessário, pode salvar a vida de pessoas de diferentes estratos sociais, mas as intervenções em populações vulneráveis, onde a prevalência de HIV/aids ou sífilis é maior em usuários de drogas, precisam nos levar a experimentar outros caminhos, como as intervenções para a redução de danos, que já não enfrentam mais tanta resistência como acontecia até alguns anos atrás”, exemplificou.

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Fonte(s): ONU Brasil
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