Pesquisa aponta percepções dos paulistas sobre o SUS

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Qual é a percepção da população paulista sobre a saúde do Brasil e de São Paulo?

Como os paulistas avaliam o Sistema Único de Saúde?

Quais são os principais problemas e os gargalos do atendimento?

Essas e outras questões sobre a saúde no estado foram anunciadas ontem em coletiva de  imprensa  que apresentou os resultados da pesquisa encomendada ao Instituto Datafolha pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Paulista de Medicina (APM).

Até agora, todas as notícias sobre a pesquisa dão destaque para "o copo meio vazio". 

Trago para o debate alguns pontos que a imprensa, o CFM e a APM desconsideraram na divulgação ( e na concepção da pesquisa). 

Destaco dois resultados da pesquisa, para nossa reflexão.

1- Só 52%  dos entrevistados se diz não usuário do SUS. Mas, curiosamente, 94% buscou acesso nos últimos anos a algum dos serviços do SUS e 92% usou algum dos serviços. 

As pessoas realmente entendem o que é ser usuário do SUS?

Faltam investimentos públicos na disseminação do fato: TODOS SOMOS USUÁRIOS DO SUS, pois quem tem  plano de saúde não está alheio ou excluído do sistema público de saúde.

E sobram iniciativas que reforcem a imagem de que o SUS é um sistema pobre para os pobres. 

A população forma suas opiniões não só pela experiência vivida, mas também pelas informações a que tem acesso, então, por que 

 

2- Quase um terço dos paulistas atribuíram nota zero para a Saúde no Brasil,  mas 33% avalia o sistema com notas que variam  de 8 a 10. A pesquisa não cita se essas pessoas se reconhecem usuárias ou não do SUS. Se acompanhar dados de pesquisa nacional feita em 2012, a parte que vê o copo metade cheio é a  que, de fato, se reconhece usuária do SUS.  

E vejam que frase curiosa : Entre os que não utilizaram o SUS (8% do total), a percepção é principalmente de atendimento demorado no SUS, em contraposição com um atendimento mais ágil no plano de saúde.

Cada vez é mais importante iniciativas  que mostrem também a potência do SUS, e as experiências positivas. Por interesses de mercado, financiado pelos planos de saúde, dificilmente haverá espaço para boas notícias do SUS na mídia convencional. 

É claro que o SUS tem problemas, não sejamos ingênuos, mas é bom também debater  os conflitos de interesse e limitações da pesquisa, que foram omitidos da divulgação.  E vocês, o que pensam ? 

Anexei abaixo o arquivo apresentado na coletiva de imprensa ontem, com os principais resultados.