conversa deliciosa sobre o livro “O que é saúde”, de Naomar de Almeida Filho

Iza querida, obrigada por compartilhar conosco esse debate fantástico, que para mim nada mais é do que uma discussão dos fundamentos jurídicos que embasam o direito à saúde no Brasil.

Anotei uma série de questões importantes desse debate, e que de certo forma já passaram aqui pela RHS em nossas postagens: a definição de saúde enquanto um equilíbrio (instável) entre as forças da vida e as forças da morte (e vi nessa parte da discussão uma justificativa para a concessão de um refrigerador a um paciente que não o tem para guardar a insulina – Emília podemos começar com essa noção da saúde enquanto as condições de cuidado!); o ideal asséptico (adorei o termo!); invenções de novas formas de se criar qualidade de vida (questão também debatida no nosso webinário sobre o cuidado de si, sendo que o termo "invenção" passou muitas vezes por ali através do Ricardo e do Toninho, e ainda me lembrei também da aula do Ricardo, alunos em roda, em contraposição a uma aula de anatomia com um cadáver no meio); a deliciosa provocação de inequidade x iniquidade; a saúde enquanto uma capacidade (ou potência a partir das relações no âmbito da saúde?), ter as condições para alcançar o Estado desejado, ainda que em latência; o valor saúde transformado em produto para prestação de serviços e venda comercial; e o difícil (talvez impossível) entendimento da saúde enquanto um direito universal numa sociedade cujo pressuposto é a desigualdade.

Quero ler esse livro, vou ler!

Um beijo carinhoso

Débora