Quase sem querer… Em Santa Cruz do Sul a PNH já saiu do papel

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Sabe aquele ditado popular que é nos pequenos frascos que se encontram as melhores fragrâncias? Pode até ser um clichê, mas serve para dimensionar a importância da cartilha lançada em 2007, pelo Sindicato dos Comerciários de Santa Cruz do Sul e Região, para a sua categoria. O nome do pequeno livretinho? Você sabe como funciona o SUS – Sistema Único de Saúde?
O guia tinha como objetivo informar os usuários, sobretudo os trabalhadores do comércio, acerca das principais formas de acesso ao SUS. Inidicava a localização de todos os postos de saúde do município, bem como o horário de funcionamento, a forma de agendamento, o calendário de atendimento dos médicos, atentando para cada especialidade, enfim… Pois não é que o documento, com sua forma modesta, miúda, fez muito mais que esclarecer trabalhadores?
Ali estava personificada uma importante ação de humanização. Uma ação que se enquadra nas diretrizes do que apregoa a Política Nacional de Humanização. Em outras palavras, estávamos dando maior autonomia ao usuários, transformando-os em protagonistas – e não mais em reféns de orientações que, boa parte das vezes, são desencontradas ou mal interpretadas – dos processos de funcionamento da saúde pública.
A cartilha, que aliás foi elaborada por esta que vos fala, ou melhor, escreve, foi motivo de moções de apoio, tanto do então governo municipal, como pelo Conselho Municipal de Saúde. Foi o primeiro, dos muitos passos, que o movimento sindical da região – cujo trabalho de comunicação tem sido, em partes, realizado por mim, como assessora de imprensa – deu em direção a ajudar a fazer saúde. E assim tem sido, por meio de inúmeras formas: na participação efetiva junto ao Conselho Municipal de Saúde (o qual acompanho através do engajamento dos diretores das entidades sindicais que assessoro), nas conferências de saúde do trabalhador (a última realizada em nossa macrorregião participei ativamente na divulgação e organização), nas lutas do dia a dia, sejam elas pela não privatização da água (que também é saúde), seja pelo fortalecimento do próprio SUS.
A cartilha foi, sem querer "querendo", o passo fundador de um trabalho, mas acima de tudo, de uma militância, que acredita no coletivo. E isso, embora tenho sido feito pela primeira vez no papel (como foi o caso da cartilha), vai além dele. Auxiliou, na prática, cada indivíduo que a ela teve acesso!

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