Iniciando minha participação na Comunidade HumanizaSus na Formação e Pesquisa em Saúde (CHFPS), gostaria de trazer algumas reflexões e questionamentos, talvez mais questionamentos,,,
Há tempos tento me aproximar da academia como trabalhador do SUS, tentando compartilhar e dar e receber apoio. Não optei pelo caminho do mestrado, doutorado. A prática sempre me foi mais atraente.
Mas a prática pode se superar a partir do conhecimento,,,
Considero a pesquisa importantíssima, mas hoje vejo que ela fica ainda muito restrita aos “pesquisadores”. Pesquisadores não educadores.
Nesse sentido, pensando nos princípios da PNH, e numa lógica não hierarquizada, porque não vislumbrarmos uma mudança nos modelos educacionais onde o educador também é educando? Pensando ainda nessa lógica, que é a da educação permanente, onde educação e pesquisa andam juntas, não vejo mais como admissível que a pesquisa ainda fique do lado do educador, do acadêmico.
No cenário atual, trabalhadores de ponta não fazem pesquisa, logo não estariam sendo verdadeiramente formados,,,
A pesquisa precisa sair das universidades e se tornar algo “natural” entre os trabalhadores, e quem sabe, um dia, entre os usuários,,,,
Divagações,,,, Como dizia Paulo Freire, difícil mas possível,,,
18 Comentários
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Por Marcelo Dias
obrigado pelo reconhecimento,,,
Verdade, teoria com prática,,,, E antes de ser bom para o educador, para o pesquisador, para o trabalhador, será bom para o usuário.
Abração, Marcelo.
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Por Carlos Rivorêdo
Marcelo,
ótimo ver que sua "provocação" obteve êxito.
De fato, o SUS possui mecanismo próprios de fomento à pesquisa, mesmo que fora dos equipamentos formais e tradicionais.
Para entrar no circuito há que se ter um projeto institucional. Ou seja, uma secretaria municipal, por exemplo, pode pleitear financiamento para investigações que se dirijam par o SUS.
O MS tem uma Secretaria que se destina exatamente a isto.
Referência em SC da PNH – Carlos Garcia Júnior.
Nos dias 6 e 7 de maio estarei aí junto com o coletivo PNH-SC. Que tal combinarmos uma conversa?
abs
Carlão
Por Marcelo Dias
bom saber que não estamos sozinhos e melhor ainda ter a sensação de que fui ouvido. Vou procurar me informar mais sobre esses mecanismos, mas de qualquer forma fico com a sensação de que talvez esteja faltando algo semelhante aos apoiadores institucionais: não poderíamos ter APOIADORES DE PESQUISA? Eles poderiam funcionar como elos importantes entre essas instâncias do ministério e o trabalhador de ponta.
Gostaria sim de conversar pessoalmente contigo, a gente pode manter contato via email para definirmos local, data e horário. Provavelmente o encontro de vocês será em Florianópolis, não?
Abração, Marcelo.
Por le silvestre
Muito interessante sua colocação, porque “apesar de muito discutido e sabido, não é aplicado”. Este foi o depoimento de participantes do Colegiado Gestor Estadual de Humanização de Santa Catarina quando participaram das atividades da Semana Nacional de Humanização na UFSC. Sentimos muito esta fragmentação parece desperdício de potencial tanto de um lado quanto do outro. Mas, como é processo…
Forte abraço
Por Marcelo Dias
Que bom que este assunto já está sendo discutido, e ainda mais por aqui em Santa Catarina. Precisamos conversar mais,,,,,
Abração, Marcelo.
Oi Marcelo,
Muito pertinentes as suas reflexões!
Todo trabalho implica em pesquisa, em conhecimento da realidade, e cada trabalhador é um pesquisador. Nada mais democrático do que fomentar esse exercício entre os educadores e trabalhadores de um modo geral.
AbraSUS!
Emília
Por Marcelo Dias
acho que este poderia ser um dos trabalhos da própria PNH e comunidade de formação e pesquisa, fomentar a pesquisa também fora das universidades, descentralizar o saber,,,
Abração, Marcelo.
Por Sérgio Aragaki
Caro Marcelo:
Muito importantes suas reflexões.
A PNH também concorda que a pesquisa não deveria ficar restrita às universidades e institutos de pesquisas e que trabalhadorxs da saúde, incluindo quem ocupa funções de gestão, e que usuárixs do SUS podem e deveriam ensinar e pesquisar.
O Programa de Formação em Saúde e Trabalho é um dispositivo com essa finalidade e, alinhando-se com e colaborando na educação permanente, tem propiciado que essxs atores/atrizes sociais investiguem, melhor compreendam e aprofundem as práticas cotidianas nas quais são agentes de saúde.
A Comunidade HumanizaSUS na Formação e Pesquisa em Saúde é uma das ferramentas que a PNH criou muito recentemente para colaborar na superação das cisões ensino-pesquisa-intervenção-atenção-gestão. Estamos reunindo pessoas interessadas na superação dessas cisões e que possam colaborar no debate e nas ações-intervenções relacionadas à formação e à pesquisa em humanização da saúde.
É uma grande felicidade poder contar com vc nesse processo. Que outras pessoas se juntem a nós.
Sérgio Aragaki
Frente Formação e Pesquisa PNH
Articulador da Comunidade HumanizaSUS na Formação e Pesquisa em Saúde
Por Marcelo Dias
Obrigado por me receber Sérgio,
abraço, Marcelo.
Por ruiharayama
Oi Marcelo,
entendo a sua angústia. De fato, quando algum profissional da ponta dos serviços pensa em sistematizar a sua atuação em reflexão é quase sempre mau visto pelos colegas. "Ele quer é dispensa do plantão", é o que se ouve nos corredores. Eu acredito que o processo de sistematização do conhecimento prático é a única alternativa para efetuarmos a real política de humanização do trabalho na saúde.
Não é de se estranhar que minha inserção no campo foi quando fui contratado para realizar uma etnografia de grupos de trabalhadores do SUS, de cara disse: porque não perguntamos de vez?
Temos uma tradição de relações hierarquizadas, em seus micro-aspectos, e superá-las é um constante desafio. As novas arenas de publicação e debate, como esse, o Facebook e os blogs, são importantes para que as práticas exitosas possam ser sistematizadas. Eu conheço algumas reflexões interessantes, acho que seria ótimo podermos trocá-las dentro desse grupo.
Por Marcelo Dias
bom se sentir compreendido. Acho mesmo que a crítica sobre a prática diária nos tira daquele conhecimento do senso comum. Acredito que este e outros espaços de debate possam ser aproveitados e que a educação permanente aconteça também virtualmente!!!! Muitas experiências exitosas são compartilhadas nas redes, mas ficam no senso comum, na curiosidade ingênua, como dizia Paulo Freire.
Vamos ocupar a rede com a educação permanente e pesquisa!
Gostaria sim de trocar contigo essas reflexões,,,
Abraço, Marcelo.
Por Renata Guerda
Oi Marcelo!
Que bacana teus apontamentos. Concordo muito com tuas reflexões e acredito que tod@s nós que lutamos cotidianamente para construir o SUS vivemos, de uma forma ou de outra, sendo convocados a pensar-agir frente aos modos hegemônicos de produção.
Hoje, estou no exercício docente. E minha prática tem sido convocar os estudantes à problematizar a realidade, o processo saúde-doença, a gestão do trabalho articulada aos movimentos sociais. Buscando romper com aquela concepção bancária de educação e da figura do professor como sendo um repassador de informações.
Isso tem sido (também) um grande desafio!
E acho que neste sentido, tuas questões apontam para a forma fragmentada que produzimos nossos processos de trabalho; estejam eles na academia ou nos serviços e gestão.
Acho que a tarefa para produzir mudanças nestes cenários é um desafio nosso.
Acredito muito na força coletiva!
Acho que seria bacana experimentarmos algumas estratégias por aqui. Frequento pouco a RHS, mas talvez possamos construir uma tarefa por aqui. Engrenar uma discussão propositiva. Será que funciona?
Neste eixo de pesquisa de formação e pesquisa para o SUS, o que seria possível?
Vamos conversando…
Há braSUS!
Por Marcelo Dias
Problematizar a realidade, acredito que é o caminho.
E entendo que sua proposta de uma construção aqui na rede seja uma proposta de, pela problematização, chegarmos a uma superação. Na resposta para o ruiharayama, me posicionei quanto à possibilidade de que processos de educação permanente aconteçam aqui e em outras redes.
Se funciona? Bom, se não fosse a rede, dificilmente estaríamos conversando neste momento,,,,
Abraço, Marcelo.
Por patrinutri
Quero iniciar este comentário com um modo de fazer de nosso querido Eduardo Passos, partindo da ação que se inscreve no termo educAÇÃO.
A Rede Humanizasus tem se mostrado um importante campo para registro de experiências de diversos modos de fazer no SUS, tanto no campo da Gestão como do Cuidado em saúde.
Explorara este território pode ser um caminho de registrar os aspectos educativos que se incluem na prática das equipes.
Assim convoco aos colegas a não só compartilhar experiências, mas também fazer deste espaço um campo de reflexões sobre esta prática incluindo o que se produz de novos saberes e possibilidade de atualização.
A Comunidade HumanizaSUS na Formação e Pesquisa em Saúde me parece um espaço legítimo para esta integração.
Grande abraço,
Patrícia S C Silva
Por Marcelo Dias
gostei muito da sua interven-ação, promovendo um processo de formação dentro da própria rede. Promovendo um ir além, uma superação, um vir a ser…
beijo, Marcelo.
Por Marcelo Dias
gostei muito da sua interven-ação, promovendo um processo de formação dentro da própria rede. Promovendo um ir além, uma superação, um vir a ser…
beijo, Marcelo.
Por Carlos Rivorêdo
Marcelo, meu email é [email protected]. Estarei em Florioa no dia seis e em Joinville, no dia sete de maio.
Vamos tentar um papo eu, você é o Carlos Garcia.
Abs
Carlão
Por Priscila Tamis
Marcelo,
que potente tua reflexão compartilhada! Sim, precisamos é da composição dos diversos olhares e dos respectivos lugares que eles ocupam. Precisamos de práxis – conceito encarnado no discurso, vida atravessando os conceitos.
Também acredito que nossos conhecimentos e experiências ganham maior utilidade pública quando nada disso fica excluído.
Grande abraço, contente e agradecido.