UM NOVO TEMPO… Encerramento Formação de Apoiadores Edição Santa Catarina – discurso dos apoiadores

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Um novo tempo… 

Juliana Prebianca

 Quero agradecer pela oportunidade que me foi conferida para representar os apoiadores institucionais nesse momento, tão diferentes em suas vivências, tão singulares, mas comuns enquanto semelhantes que somos. Quero dizer que me sinto muito honrada e que é uma grande responsabilidade representar este grupo formado por atores tão especiais. É um prazer estar com vocês nesta tarde.

Inicio fazendo referência a Fernando Pessoa: “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”.

Durante todo o curso percebemos que estávamos sempre nos reinventando e hoje temos a certeza de que nada será do jeito como foi antes. Foi um tempo de redescobrir nosso lugar, de enfrentar o dia a dia, encantar-nos, aprender e reaprender, de ver que a história não tem fim e que continua sempre que respondemos sim à nossa imaginação, “Agora é Brincar de Viver”, como já disse Guilherme Arantes na voz de Maria Bethânia.

Acho linda nossa organização e quero declarar que estamos de namoro com a PNH, como numa roda… rodando. Mas o que é uma roda? Roda é encontro, é vínculo, é diversão… é girar junto, ao lado. Isto é a PNH… uma roda disparando outra roda… uma roda gigante… num sobe e desce constante. Nesta caminhada, nesta roda quente e cheia de vida, somos passageiros que rodamos sem parar. Somos laços, somos fitas que se atrapalham, se espalham, que vão para direções diferentes, mas ao mesmo tempo nos encontramos, estamos entrelaçados. E isto me remete à nossa construção do mapa de redes e os desenhos que fizemos: quantos nós que se encontraram, se separaram, se uniram e se dispersaram, num movimento que por certo não tem fim. Como num baile que tem ritmo próprio. Vocês já se deram conta de quantos movimentos fizemos ao longo deste processo que ao mesmo tempo que termina se inicia hoje? Pois é, isto é a RODA: não tem fim, está sempre terminando ao mesmo tempo em que num novo início.

Comparo nossas vivências na PNH a um arco-íris, que ilumina o céu de cores. E dizer que o arco-íris não existe…Você sabia disso? Pois é, dizem os entendidos que se trata de uma ilusão de óptica cuja visualização depende da posição relativa do observador. Pois eu penso diferente: para enxergar o que quer que seja, seja arco-íris ou qualquer outra coisa, depende da posição do observador. Nem sempre o que não vemos, não existe. E assim é a função apoio: dependendo da posição onde cada um se coloca é possível ou não enxergar ou acreditar no arco-íris.

Tivemos que ter paciência, perseverança, ousadia e respeito às diferenças, mostrando-nos como mediadores, permitindo o protagonismo dos sujeitos envolvidos. É pessoal… tenho plena certeza de que vocês já se deram conta de que estamos invadindo nossos serviços, “somos os infiltrados”. Quero seguir acreditando que podemos fazer muitas “infiltrações” e isto me faz lembrar a música de Zé Ramalho e Alceu Valença que se chama: A Dança das Borboletas:

As borboletas estão voando
A dança louca das borboletas
Quem vai voar não quer dançar
só quer voar, avoar

E as borboletas estão girando
Estão virando a sua cabeça
Quem vai girar não quer cair
só quer girar, não caia!

E as borboletas estão invadindo
os apartamentos, cinemas e bares
Esgotos e rios e lagos e mares
Em um rodopio de arrepiar
Derrubam janelas e portas de vidro
Escadas rolantes e nas chaminés
Se sentam e pousam em meio à fumaça
De um arco-íris, se sabe o que é

 

Espero que sejamos como as borboletas… invadindo… invadindo. Aos colegas que aqui estão, quero lembrá-los de que há uma enorme caminhada que todos nós estamos apenas começando. Ciclos que se fecham, e outros que se abrem. Como o nascer do dia, sempre, diferente a cada amanhecer, “é tudo novo de novo”.

 

Há-braços

 

Muito Obrigada!