PROJETOS INSTITUCIONAIS DO GTH PROCAPE – 2009

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HUMANIZAÇÃO NO PROCAPE
SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO
 
 
 
 
 
 
 
 
PROGRAMA INSTITUCIONAL
Ano 2009
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETOS INSTITUCIONAIS DO GTH PROCAPE
 
 
 
 
 
 
 
 
Recife
2009
 
 
 
 
 
 
 
Coordenadora
Roberta Villachan
Vice-Coordenadora
Casiana Tertuliano Chalegre de Paula
Secretária
Sandra Rosa Vespasiano Borges
Membros
Alda Alice Gomes
Alfredo José Batista
Ana Cristina Vilela
Ana Elizabete de Carvalho Pires
Anne Krishina Primo Epalanga
Ana Luíza Rodrigues
Aluísio Gomes Júnior
Dolores Netto Maia
Elaine Lima
Érica Maria Alves da Silva
Fabiane Loureiro Fonseca
Hilda Carrilho
Iolanda Freitas de C Chaves
Isa Rodrigues Galvão
Libânia Maria Ferreira
Manoel Mariano
Mariano Felix Santana Neto
Marister Morais Reis
Mônica Marinho
Paulo Fernando Leite Filho
Rodrigo Cantarelli Alves
Rejane Vasconcelos
Umbelina Stela Raposo Maranhão
Zélia Galvão
 
 
 
SUMÁRIO
 
 
1.   INTRODUÇÃO                                                                                                     4
2.   OBJETIVOS                                                                                                        7
3.   METODOLOGIA                                                                                                  8
4.   PROJETOS                                                                                                         9
4.1.        Avaliação da Satisfação no trabalho dos profissionais do PROCAPE   9
4.2.        Grupo de apoio para a cessação do tabagismo do GTH PROCAPE   14
4.3.        Oficinas de sensibilização                                                                           21
4.4.        Programa de capacitação permanente e acessoria ao servidor                        25
 
APÊNDICES
 
 
 1 INTRODUÇÃO
 
 
O Pronto-Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco Professor Luiz Tavares – PROCAPE, situado na cidade do Recife, fundado em junho de 2006, representa um dos maiores centros cardiológicos do Brasil e o primeiro do seu porte no Norte-Nordeste. Caracterizando-se mais do que um hospital de urgência especializado, mas de moderna unidade hospitalar, dotada de recursos humanos altamente qualificados e de equipamentos de última geração proporcionando atendimento humanizado à população do SUS de Pernambuco e de todo o Nordeste.
 
Certificado como Hospital de Ensino, o PROCAPE está voltado para a educação e para a pesquisa científico-tecnológica no campo da Cardiologia. Além da assistência ao usuário, tem um papel na educação permanente dos seus 2000 funcionários, atuando na formação e qualificação de profissionais de saúde no tratamento de doenças cardiovasculares, preventiva e corretivamente.
 
A estrutura do Pronto-Socorro tem 20.000m2, englobando dois edifícios de sete e de quatro andares interligados, tendo ao lado edifício garagem para 200 veículos, com construção iniciada. Dispõe ainda de 207 leitos, compreendendo (19 leitos) na Emergência Cardiológica, 02 Unidades Coronárias (18 leitos), 02 UTIs pós-operatórias, adulto (12 leitos) e pediátrica (08 leitos), 02 Hemodinâmicas (6 leitos), Unidade de transplante cardíaco (2 leitos) e mais 140 de enfermaria (70 apartamentos de 02 leitos).
 
Com todas as unidades do hospital funcionando, incluindo a UTI pediátrica e a Unidade de transplante que no momento ainda não está funcionando com toda a sua capacidade, a expectativa de atendimento é de 1000 pacientes por dia.
 
Além das duas salas de Hemodinâmica, o hospital dispõe de duas salas de Medicina Nuclear, ressonância magnética, tomógrafo multislice, áreas para a realização de todos os exames complementares em Cardiologia, laboratório de análises clínicas e ambulatórios diversos com equipe de apoio em Cardiologia.
 
O PROCAPE, por ser referência em Cardiologia no Norte-Nordeste, para a assistência de alta complexidade em cardiologia, recebe diariamente pacientes das cidades do agreste e sertão de Pernambuco e de outros estados do Nordeste, como Rio Grande do Norte, Alagoas, Bahia, Paraíba, Ceará e outros.
 
Compreendemos que a humanização em saúde deve ser incorporada em todas as suas práticas, fortalecendo assim o Sistema Único de Saúde. O PROCAPE tem se comprometido em oferecer saúde pautada na dignidade humana e vem desenvolvendo, desde a sua inauguração em junho de 2006, ações de humanização destinadas ao usuário e profissional de saúde, tema central da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão em Saúde – PNH.
 
Para certificação como Hospital de Ensino, o PROCAPE aderiu às Políticas prioritárias do SUS, a exemplo da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão em Saúde (PNH), sendo um dos dispositivos, o Grupo de Trabalho de Humanização (GTH). Neste hospital, o foi criado em janeiro de 2007 e tem se empenhado em desenvolver práticas humanizadoras expressivas, voltadas para a melhoria da qualidade de vida e saúde do usuário e do trabalhador, compreendendo o ser humano com um olhar integral e valorizando-o em todos os aspectos.
 
Compreendemos que a humanização em saúde deve ser incorporada em todas as suas práticas, fortalecendo assim o SUS. O PROCAPE tem se comprometido em oferecer saúde pautada na dignidade humana e vem desenvolvendo, desde a sua inauguração em junho de 2006, ações de humanização destinadas ao usuário e profissional de saúde, tema central da PNH.
 
Este projeto matricial envolve 4 subprojetos, quais são: Avaliação da Satisfação no trabalho dos profissionais do PROCAPE; Grupo de apoio para a cessação do tabagismo do GTH PROCAPE; Oficinas de sensibilização; Programa de capacitação permanente e acessoria ao servidor.
 
Com a finalidade de continuar o compromisso com as diretrizes da PNH e realizar as ações de humanização neste hospital com decisões mais estratégicas, este projeto matricial apresenta os seguintes objetivos:
 
 
2. OBJETIVOS
 
 
2.1 GERAL:
·               Oferecer um serviço modelo em cardiologia, embasados nas dirtrizes e nos dispositivos da PNH.
 
 
2.2 ESPECÍFICOS
 
·                    Oferecer às equipes multiprofissionais instrumentos de orientação em função da qualidade da assistência humanizada aos usuários;
 
·                    Desenvolver a participação e valorização dos trabalhadores no processo de gestão do trabalho;
                     
·                    Promover Educação Permanente dos trabalhadores.
 
3. METODOLOGIA
 
3.1 LOCAL
 
As ações serão realizadas no PROCAPE, situado à Avenida dos Palmares, s/n, Santo Amaro.
 
3.2 PÚBLICO ALVO
 
Profissionais, Residentes, Estagiários e Usuários do PROCAPE.
 
3.3 PERÍODO:
 
As ações que compõem o Programa Institucional do GTH do PROCAPE serão realizadas no período de 01 de janeiro de 2009 a 30 de dezembro de 2010.
 
3.4 ASPECTOS ÉTICOS:
 
Todos os projetos que envolvem pesquisa com seres humanos obedecerão às recomendações da Resolução 196/96 (BRASIL, 1996) e serão submetidos para aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC).
 
4. PROJETOS
 
4.1  AVALIAÇÃO DE SATISFAÇÃO NO TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DO PROCAPE
Coord. Responsável: Casiana Chalegre
 
Introdução
 
Entende-se por humanização a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores. Os valores que norteiam essa política são a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a co-responsabilidade entre eles, o estabelecimento de vínculos solidários, a construção de redes de cooperação e a participação coletiva no processo de gestão (BRASIL, 2006).
 
Segundo Martins (2001), a humanização é um processo amplo, lento e complexo, ao qual se oferecem resistências, pois envolve mudanças de comportamento, as quais acabam gerando insegurança. Os padrões que já são conhecidos parecem mais seguros, além disso, os novos modelos não estão prontos nem em livros nem em decretos, não tendo características genéricas, visto que cada profissional, cada equipe, cada instituição terá seu processo particular de humanização.
 
O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) propôs parâmetros para humanização do trabalho dos profissionais e parâmetros para humanização do atendimento dos usuários. É a partir desses parâmetros, que se torna possível avaliar a realidade do hospital e planejar as ações de humanização.
 
Este estudo pretende identificar o grau de satisfação no trabalho dos profissionais de saúde do Pronto-Socorro Universitário Cardiológico de Pernambuco (PROCAPE), no que diz respeito à assistência humanizada, conforme o PNHAH, preconizado pelo Ministério da Saúde.
 
 
 
Objetivos
 
Geral:
 
  • Identificar o grau de satisfação no trabalho dos profissionais de saúde do PROCAPE.
 
Específicos:
 
  • Classificar os indicadores referentes ao grau de satisfação no trabalho destes profissionais;
 
  • Analisar os indicadores do grau de satisfação, segundo o setor de trabalho, ocupação, regime de trabalho, faixa etária e tempo de serviço na instituição.
 
 
Material e Métodos:
 
Caracterização do estudo:
O trabalho consiste em uma pesquisa descritiva exploratória, na qual se expõem características de determinada população ou de determinado fenômeno, podendo também estabelecer correlações entre variáveis (TOBAR e YALOUR, 2001). Tem um desenho quantitativo e utiliza como estratégia metodológica o estudo de caso com dimensão temporal definida transversalmente.
 
Área do estudo:
O PROCAPE é um hospital-escola da Fundação Universidade de Pernambuco (UPE). Esta é uma entidade pública mantida pelo tesouro estadual. Foi criada pela Lei nº 10.518 de 29/11/1990, que extinguiu a Fundação do Ensino Superior de Pernambuco (FESP). Tem sede e foro na cidade do Recife e atuação em todo o território pernambucano (REITORIA DA UPE, 2008). Fundado em junho de 2006, representa um dos maiores centros cardiológicos do Brasil e o primeiro do seu porte no Norte-Nordeste. É referência para o desenvolvimento da formação e da qualificação de profissionais no tratamento de doenças cardiovasculares e para a pesquisa científico-tecnológica no campo da Cardiologia. A estrutura deste hospital tem 20.000m2, englobando dois edifícios de sete e de quatro andares interligados, tendo ao lado edifício garagem para 200 veículos, com construção iniciada. Dispõe ainda de 207 leitos, compreendendo: 19 leitos na Emergência Cardiológica; 02 Unidades Coronárias com 18 leitos; 02 UTIs pós-operatórias: adulto com 12 leitos e pediátrica com 08 leitos; 02 Hemodinâmicas, com 06 leitos; 01 Bloco cirúrgico e 140 de enfermarias (70 apartamentos de 02 leitos).
 
População e amostra do estudo:
O universo da pesquisa compreende o setor de saúde, mais especificamente o PROCAPE. Adotará os profissionais que trabalham neste hospital como unidades de análise. Critérios de inclusão: todos os profissionais que trabalham neste hospital e não estiverem de férias no período da pesquisa. Critérios de exclusão: os profissionais que trabalham no hospital e estiverem de férias no período da pesquisa. A pesquisa será realizada por etapas em todos os setores do hospital, iniciando no ambulatório.
 
Variáveis analisadas:
O roteiro de entrevista (Apêndice 3) inclui questões para o delineamento do perfil dos funcionários (setor de trabalho, ocupação, regime de trabalho, faixa etária e tempo de serviço na instituição) e para a identificação do grau de satisfação dos participantes, considerando os indicadores sugeridos pelo Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar: Gestão hospitalar e participação dos profissionais, condições de trabalho na instituição, condições de apoio aos profissionais, qualidade da comunicação entre os profissionais, relacionamento interpessoal no trabalho e valorização do trabalho e motivação profissional.
As repostas às questões fechadas seguirão uma graduação de acordo com a seguinte escala: (   ) Excelente    (   ) Bom    (   ) Regular     (   ) Ruim.
 
Coleta de dados:
A técnica para coleta de dados é o método quantitativo. Será realizada por setores, através de entrevista estruturada acerca dos indicadores referentes ao grau de satisfação no trabalho dos profissionais do PROCAPE.
O estudo segue as recomendações da Resolução 196/96 (BRASIL, 1996). Representa risco mínimo por não envolver procedimentos invasivos que possam afetar os participantes. Ficará condicionado a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 1) pelo pesquisado e duas testemunhas e contará com a submissão para aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC).
 
Tratamento dos dados:
A freqüência dos escores: excelente, bom, regular e ruim, será computada e as respostas serão analisadas segundo setor de trabalho, ocupação, regime de trabalho, faixa etária e tempo de serviço na instituição. Os dados serão analisados à medida que forem coletados. Após o fechamento da análise de um setor, o estudo passará para a coleta de dados do próximo setor.
Setores investigados: Ambulatório, emergência, Unidades Coronarianas (UCs), UTIs pós-operatórias, Hemodinâmica, Bloco cirúrgico, Enfermarias.
 
 
Resultados e/ ou Impacto Esperados
 
Espera-se contribuir para o fortalecimento  e transversalização da humanização, gerando futuras discussões entre os principais atores envolvidos com o processo de trabalho no PROCAPE.
 
Parcerias
 
 Essa pesquisa será realizada em parceria com o Setor de voluntariado do PROCAPE.
 
Referências Bibliográficas
 
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas envolvendo Seres Humanos:Resolução nº 196. 10 Out. 1996.
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Humaniza SUS : documento base para gestores e trabalhadores do SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. – 3. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2006.
 
MARTINS, M. C. F. Humanização das relações assistenciais de saúde: a formação do profissional de saúde. São Paulo: Casa do Psicólogo. 2001.
 
REITORIA DA UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO. Estatuto da Fundação Universidade de Pernambuco. Aprovado pelo CONSUN em 19.12.2007. Publicado no Boletim Oficial da UPE em 02.01.2008.
 
TOBAR, F.; YALOUR, M. R. Como fazer teses em saúde pública: conselhos e idéias para formular projetos e redigir teses e informes de pesquisas. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2001.
 
 
 
4.2. GRUPO DE APOIO PARA A CESSAÇÃO DO TABAGISMO DO GTH PROCAPE
Coord. Responsável: Anne Krishna Sicato Epalanga
 
Introdução
 
Atualmente, no Brasil e no mundo, o tabaco vem sendo consumido por milhões de pessoas, as quais acabam sendo vítimas de diversas doenças causadas pelo consumo desta substância, tornando-se um importante problema de saúde pública devido aos malefícios para quem é usuário e para aqueles que o rodeiam. Entende-se que o tabaco é um dos grandes causadores de problemas relacionados à saúde da população, pois é produzido e vendido em todo o mundo, constituindo não só desafios para os serviços de saúde, mas também para o desenvolvimento econômico, social, educacional e ambiental (BRASIL, 2001).
 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), morrem no mundo cerca de 5 milhões de pessoas por ano devido ao consumo de tabaco. No Brasil, são 200 mil mortes prematuras que poderiam ser evitadas se as pessoas não consumissem o tabaco. As evidências científicas vêm apresentando o tabagismo como uma doença resultante da dependência de nicotina que obriga seus consumidores a se exporem a mais de 4.700 substâncias tóxicas e, assim, a desenvolverem doenças graves, limitantes e fatais, como o câncer e as doenças cardiovasculares (INCA, 2001; CORREIA, 2003).
 
Cientificamente existe uma relação dose-efeito quanto ao risco de doença cardiovascular e o número de cigarros consumidos ao dia. A Medicina, de forma geral, se ocupa e se preocupa com o controle de doenças crônicas, como exemplo, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS),contudo, apesar destes profissionais de saúde reconhecerem a morbimortalidade relacionada ao fumo, geralmente orientam pouco seus pacientes para o tratamento da doença crônica tabagismo, considerando que as intervenções para interromper o uso de tabaco ainda não estão integradas às rotinas dos serviços de saúde no mundo (MARTIN; CALTADO NETO; CHALTKIN, 2003; BRASIL, 2001).
 
 A falta de estratégias de integração, de tempo disponível para acoplar ações assistenciais mais específicas somados ao desconhecimento da maioria dos profissionais de saúde sobre os métodos para o tratamento do tabagismo, por serem relativamente recentes, são algumas das barreiras apontadas como prováveis causas da baixa percentagem de fumantes que conseguem parar de fumar (BRASIL, 2001).
 
Pesquisas mostram que cerca de 80% dos fumantes querem parar de fumar. No entanto, apenas 3% conseguem a cada ano, e a maioria desse grupo pára sem ajuda. Esse dado é um indicador da capacidade da nicotina causar dependência, pois os que têm baixa dependência são os que mais conseguem parar de fumar sem um tratamento formal (INCA, 2001).
 
As pessoas que deixam de fumar antes dos 50 anos de idade quando comparadas com as que continuam fumando, apresentam uma redução de 50% no risco de morte por doenças relacionadas ao tabagismo após 16 anos de abstinência. O risco de morte por câncer de pulmão sofre uma redução de 30 a 50% em ambos os sexos após 10 anos sem fumar; e o risco de doenças cardiovasculares cai pela metade após um ano sem fumar (INCA, 2001).
 
O tratamento do fumante está entre as intervenções médicas que apresentam as melhores relações custo-benefício. As estimativas de custo-benefício de uma breve abordagem do fumante pelo profissional de saúde mostram que se apenas 2,7% a 3,7% dos fumantes deixassem de fumar através dessa abordagem, o custo estimado por ano de vidas salvas seria bastante inferior ao custo da hipertensão arterial leve a moderada, da hipercolesterolemia e do infarto agudo do miocárdio (MARQUES, 2001).
 
 
Objetivos
 
Geral
Realizar atividades de pesquisa, de apoio à implantação de grupos para prevenção e tratamento do tabagismo e de educação permanente para a divulgação de informações científicas relacionadas com o tabagismo para profissionais e demais usuários do PROCAPE.
 
Específicos
·         Estimular a produção técnico-científica em tabagismo.
·         Sensibilizar profissionais e usuários do hospital sobre assuntos relacionados ao tabagismo.
·         Possibilitar a capacitação de profissionais para a realização e aperfeiçoamento do tratamento junto ao paciente tabagista.
·         Apoiar as ações necessárias para a implementação do Grupo de Prevenção e Tratamento do Tabagismo para o Programa de Reabilitação Cardíaca da Universidade de Pernambuco.
 
Metodologia
 
O estímulo à produção técnico-científica do Grupo de Apoio para a Cessação do Tabagismo do GTH funcionará através de assessoria para profissionais e estudantes de saúde que atuam junto ao usuário tabagista com o objetivo de facilitar a divulgação e a ampliação de conhecimentos sobre o tabagismo com a apreciação de trabalhos que serão apresentados pelos mesmos em artigos científicos, congressos, seminários, simpósios dentre outros eventos científicos.
 
A sensibilização de todos os profissionais e usuários do hospital será realizada através de atividades de educação permanente (capacitações, palestras e orientações individuais) com o objetivo de fomentar discursões e informações sobre os malefícios do tabagismo ativo, do tabagismo passivo, da dependência de nicotina, da necessidade de cessação do fumar e dos tipos de tratamento disponíveis para a dependência da nicotina.
 
O processo de capacitação dos profissionais de saúde que atuarão junto ao paciente tabagista será realizado em articulação com a Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde da Cidade do Recife, através de cursos de formação em Abordagem Mínima e em Abordagem Intensiva, específicos para a realização do tratamento do tabagismo.
 
Para a implementação do Grupo de Prevenção e Tratamento do Tabagismo do PROCAPE se faz necessário fortalecer o processo de credenciamento do hospital junto ao Instituto Nacional do Câncer – INCA, bem como no apoio as ações para a transformação do hospital em Ambiente 100% Livre do Fumo e no estímulo à implantação de Grupo Intensivo no Tratamento ao Tabagismo.
 
As ações de apoio para a transformação do hospital em Ambiente 100% Livre do Fumo serão realizadas junto a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco e do Instituto Nacional do Câncer – INCA que subsidiará ao hospital a distribuição de materiais de divulgação no que diz respeito à importância de assegurar o bem estar de todos (usuários e profissionais do hospital) com a cessação do fumo em todas as áreas do hospital.
 
O Grupo de Apoio para a Cessação do Tabagismo do GTH realizará o suporte necessário para a implantação do Grupo Intensivo para Tratamento do Tabagismo os quais estarão sob coordenação do Grupo de Prevenção e Tratamento do Tabagismo do PROCAPE, através de sensibilização e de capacitações de profissionais de saúde para a implantação do grupo em questão.
 
O Grupo de Prevenção e Tratamento do Tabagismo do PROCAPE tem o objetivo de realizar o tratamento do tabagismo através da utilização da abordagem cognitivo-comportamental com pacientes cardíacos atendidos nas enfermarias e no ambulatório do PROCAPE/UPE com estratégias de intervenções breves e intensivas, dependendo do grau de dependência e do desejo do paciente pelo tratamento.
 
O tratamento do tabagismo no PROCAPE funciona atualmente com intervenções breves e individualizadas junto ao paciente da enfermaria, através de profissionais de saúde com o objetivo de preparar o fumante para a cessação do fumo e posterior encaminhamento para acompanhamento na fase crítica da abstinência, no Grupo Intensivo de Tratamento do Tabagismo.  
 
O projeto piloto vem sendo realizado nas Enfermarias de Miocardiopatias e do Pós-operatório, visto que há um elevado número de usuários tabagistas, portadores de Hipertensão Arterial e com complicações cardíacas recorrentes.
 
O tempo médio de internação na enfermaria é de cinco dias, o que implica em uma intervenção breve junto ao paciente tabagista e na necessidade de seu encaminhamento para continuidade do tratamento do tabagismo após a alta hospitalar.
 
Pensando-se na importância e na necessidade de se realizar um trabalho integrado de atendimento do paciente de Cardiologia com o tratamento da Dependência do Tabagismo, os pacientes que desejam dar continuidade ao tratamento do tabagismo após a alta hospitalar são então encaminhados para os CAPS-ad das redes municipais de saúde frente à necessidade de implantação do Grupo Intensivo de Tratamento do Tabagismo no PROCAPE que só ocorrerá mediante o credenciamento do hospital junto ao INCA e sua respectiva certificação em Ambiente 100% Livre do Fumo.
 
Resultados esperados
 
Após a observação da realidade de saúde no Brasil e no mundo a respeito do elevado consumo de tabaco e de seu grande impacto na saúde pública, o Grupo de Apoio para a Cessação do Tabagismo do GTH, juntamente com os demais profissionais de saúde do PROCAPE e de dois CAPS-AD da Prefeitura da Cidade do Recife, buscam através de parcerias realizarem uma iniciativa que aponta para uma relação estreita com o tratamento do fumante, oportunizando a tradução dos fundamentos teóricos para uma forma prática e sistematizada, visando facilitar a sua aplicação nas rotinas dos profissionais de saúde que se deparam na sua prática diária com usuários em busca de apoio para cessar o uso do fumo.
 
No dia a dia do PROCAPE observa-se que a maior parte dos pacientes que se trata de disfunções cardiovasculares geralmente não recebem orientações quanto aos tipos de tratamentos para o tabagismo, o qual é considerado como um dos principais fatores de risco para o surgimento de outras doenças fatais, e para o agravamento da sua condição atual de saúde.
 
Pensando na problemática no que diz respeito a pouca informação dos profissionais de saúde e consequentemente a desinformação dos usuários quanto ao tabagismo e o seu tratamento, o Grupo de Apoio à Cessação do Tabagismo do GTH busca contribuir para uma melhor integração das ações de saúde através da realização de atividades de pesquisa, de educação permanente dentre outros para a divulgação de informações científicas relacionadas com o tabagismo de forma a promover repercussões significativas na recuperação da saúde e na prevenção de agravos à saúde dos pacientes cardíacos atendidos no PROCAPE.
 
Dessa forma é essencial que os avanços alcançados na área de cessação de fumar tornem-se disponíveis aos fumantes e aos profissionais de saúde para que um número cada vez maior de usuários consiga deixar de fumar a cada ano, o que só poderá ser alcançado principalmente com o envolvimento e comprometimento dos gestores e dos profissionais de saúde em questão.
 
Referências
 
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA. Abordagem e Tratamento do Fumante – Concenso 2001. Rio de Janeiro: INCA, 2001.
 
CORREIA, P. C. R. P. Tabagismo, hipertensão e diabetes – reflexões. Revista Brasileira Clínica de Terapia, v. 29, n.1, p.19-24, jan. 2003. Disponível em: https://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=335280&indexSearch=ID.
 
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA. Ação Global para o Controle do Tabaco.1º Tratado Internacional de Saúde Pública. 3º edição. Rio de Janeiro: INCA, 2001.
 
MARTIN, E. C.; CALTADO NETO, A.; CHALTKIN, J. M. O tabagismo e a formação médica. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 27, n.3, p.177-183, set.-dez. 2003.
 
MARQUES, A. C. P. R. et al. Consenso sobre o tratamento da dependência de nicotina. Revista Brasileira de Psiquiatria, v.23, n.4,  São Paulo dez. 2001.
 
 
4.3 OFICINAS DE SENSIBILIZAÇÃO (VÁRIAS TEMÁTICAS)
Coord. Responsável: Sandra Rosa Vespasiano
 
Introdução
 
            A Humanização Hospitalar é organizada a partir de mudanças na forma dos profissionais de saúde e gestores, integrados, perceberem–se como atores desse processo de construção de uma nova cultura voltada para a produção de saúde.
 
Ao se perceberem “Humanos” esses atores passam a ter a consciência de refletir sobre o seu fazer no cotidiano de trabalho em que estão inseridos, pensar na sua prática, analisar as adversidades e buscar soluções que atinjam bons resultados.
 
As Oficinas de Sensibilização para a Humanização Hospitalar são momentos onde os “atores” poderão vivenciar, de maneira lúdica e através de exposições, os conflitos do ambiente de trabalho no hospital e, através de discussões e pactuações, buscar alternativas eficazes para melhorar as condições de trabalho e a assistência na saúde.
 
Tais oficinas fazem parte de um conjunto de metas que promovem a pactuação entre gestores e profissionais para a implantação da Política Nacional de Humanização (PNH) dentro de uma visão de gestão participativa e descentralizada, com responsabilização e controle social.
 
 
Objetivos
 
 
Geral:
 
·         Propor programa de educação permanente aos servidores do PROCAPE, incluindo além dos profissionais (concursados e contratados), também ser extensivo a residentes, estagiários e terceirizados.
 
Específicos:
 
·         Estabelecer plano de educação permanente para os profissionais do PROCAPE com base nos princípios da Humanização, onde serão abordadas várias temáticas sugeridas pela PNH.
 
·         Sensibilizar os gestores, direção e profissionais do PROCAPE, quanto ao processo de Humanização Hospitalar e sua participação como atores na produção de saúde.
 
 
Método:
 
Mensalmente um grupo de profissionais do PROCAPE será convidado a participar da oficina onde será exibida apresentação em datashow e, em seguida, realizada atividade prática, em grupo, que abordará situações vivenciadas, por esses profissionais, no seu dia a dia no ambiente de trabalho.
 
“As temáticas serão baseadas no ambiente hospitalar, como por exemplo: “Sou humano, posso humanizar”, “Praticar ações humanizadoras diante das adversidades“, “Sem comunicação, não há Humanização”. As oficinas serão ministradas por um grupo interdisciplinar permanente (membros do GTH PROCAPE).
 
Antes e após as atividades, será entregue aos profissionais participantes um questionário fechado com as perguntas referidas nos quadros abaixo. Sendo colocadas as questões 1 e 2 no questionário antes da oficina e depois da oficina as questões 2, 3 e 4. As respostas dadas serão fechadas (SIM/NÃO). Exemplo: Já participou de algum tipo de atividade de educação permanente no PROCAPE? Acredita que essas atividades influenciam mudanças na sua prática profissional? Você se sentiu satisfeito com essa atividade? Gostaria de participar em outras?
 

Questionário 1 (antes da oficina)

 

1.    Já participou de algum tipo de atividade de educação permanente no PROCAPE?
( ) SIM   ( ) NÃO
 
2.    Acredita que essas atividades influenciam mudanças na sua prática profissional?
( ) SIM   ( ) NÃO
 
 

 

 

 
 
 
 
 
 
 


 
Quadro 1. Questionário aplicado antes da Oficina
Fonte: Adaptado pelo autor
 
 
 

Questionário 2 (depois da oficina)

 

1.    Acredita que essas atividades influenciam mudanças na sua prática profissional?
( ) SIM   ( ) NÃO
 
2.    Você se sentiu satisfeito com essa atividade?
( ) SIM   ( ) NÃO
 
 
3.    Gostaria de participar em outras?
( ) SIM   ( ) NÃO
 
 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
Quadro 2. Questionário aplicado depois da Oficina
Fonte: Adaptado pelo autor
 
 
Resultados esperados
 
Realizadas as oficinas com grupo de profissionais do PROCAPE, espera-se que os resultados apontem para que essas atividades possam influenciar mudanças na sua prática profissional. Após as oficinas espera-se que os resultados possam mostram que 95% dos profissionais passam a acreditar na mudança de sua prática e que 100% sentiram-se satisfeitos e dispostos a participar de outras atividades como esta, inclusive de ações humanizadoras propagadas no hospital.
 
4.4 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PERMANENTE E ASSESSORIA AO SERVIDOR
Coord. Responsável: Sandra Rosa Vespasiano
 
 
Introdução
 
            A Humanização da Atenção à Saúde é contexto diariamente discutido nas organizações de saúde, em conseqüência da necessidade que essas instituições e empresas têm de se modernizar e repensar as suas relações de trabalho, bem como as relações com os usuários. A fragmentação e a verticalização dos processos de trabalho na saúde levam ao desgaste de relações entre equipe multiprofissional e usuários.
 
            Através da utilização de condutas humanizadas nessas unidades poderá aumentar a possibilidade de práticas de saúde comprometidas e qualificadas, mas que dependem, principalmente, da implantação de um programa de educação permanente para a formação dos profissionais de saúde, o qual promova o processo de valorização da equipe multiprofissional na construção de uma cultura de humanização do cuidado na instituição, privilegiando a ética como um valor essencial a ser incorporado durante a assistência.
 
            O grupo de trabalho de humanização do PROCAPE propõe a implantação de programa de educação permanente, para a qualificação das práticas de saúde, embasado pelas diretrizes da Política Nacional de Humanização (PNH), para profissionais lotados em todos os setores (assistenciais e administrativos) do hospital.
 
            Há a necessidade em desenvolver trabalho com os profissionais do PROCAPE preparando-os para lidar com as práticas de atenção à saúde, além do especialismo, mas com ética e ações humanizadas.
 
            Os servidores do PROCAPE deverão ser capacitados a desenvolver condutas comuns e humanizadas na assistência, melhorando a qualidade nos serviços prestados e a valorizando seu papel técnico específico, exercido na instituição.
 
            O presente trabalho, desenvolvido no PROCAPE, pretende descrever a proposta de implantação de programa de educação permanente para os profissionais desta instituição de assistência e ensino, voltado para a qualificação do profissional e viabilização da humanização na assistência, embasado na PNH.
 
            As ações do GTH do PROCAPE visam cooperar para o incremento da qualidade assistencial no hospital e portanto a atuação deste grupo nas diferentes fases do processo de capacitação permanente terá como uma das metas a atuação eficiente e humanizada em Saúde.
 
            O programa de capacitação permanente vai envolver a otimização dos recursos, através do estabelecimento de prioridades de aplicação, capacitação e integração, visando promover melhoria na qualidade do atendimento como resultado do incremento de uma atenção global e uma continuidade dos cuidados. Os beneficiários do trabalho são, tanto os beneficiários externos (pacientes e seus familiares), quanto os beneficiários internos (profissionais de saúde e técnico-administrativos).
 
O Programa de Capacitação Permanente do PROCAPE é um instrumento para o aperfeiçoamento profissional e formação dos trabalhadores da instituição através de modelo metodológico com base na reflexão/ação com a visão humanizada do ensino e do profissionalismo na assistência em cardiologia. Esse programa implementado em todos os setores do hospital visa à melhoria da qualidade da assistência, promovendo oportunidade de ensino/aprendizagem dos profissionais, pesquisa científica e estabelecimento de indicadores de qualidade de saúde, mediante o desenvolvimento da capacidade dos profissionais da assistência.
Objetivos
 
Geral:
 
Proporcionar atividades educativas que auxiliem na capacitação e assessoramento das ações técnicas e humanizadoras dos servidores do PROCAPE.
 
Específicos:
 
·         Propiciar a motivação e o processo de ensino-aprendizagem dos servidores do PROCAPE;
 
·         Capacitar e aperfeiçoar profissional de saúde do PROCAPE no que se refere a produção de saúde com qualidade.
 
Método:
 
Este Programa pretende alcançar seus objetivos através da promoção de cursos, seminários, jornadas, simpósios, workshops e congressos aos profissionais do PROCAPE. O programa funcionará em auditórios do próprio PROCAPE, mas serão necessários os seguintes equipamentos televisão, aparelho de DVD, aparelho de som, microcompultador, impressora, projetor de multimídia (data show), retroprojetor e material para escritório.
 
Será proposta uma parceria com a Escola do Governo do Estado de Pernambuco e com a Escola de Saúde Pública da Secretaria do estado de Pernambuco.
 
Resultados esperados:
 
Incentivo para melhor qualificação do desempenho profissional e mudança de condutas assistenciais e operacionais, que sejam mais humanizadoras nos processo organizacionais que alicerçam a gestão do PROCAPE na produção da saúde.
 
            Maior participação dos profissionais do PROCAPE nas oficinas de sensibilização, com melhoria na comunicação e interação entre eles. Identificação através questionários de avaliação, de escore de 100% de motivação para assumir condutas humanizadas no ambiente de trabalho, reconhecimento o valor do papel na equipe multiprofissional como protagonista da construção de prática humanizada e qualificada na assistência.