https://revistazum.com.br/colunistas/viagens-sem-volta/
A revista de fotografia ZUM acaba de publicar artigo sobre a descoberta de uma preciosa "cápsula do tempo". Jon Crispin fotografou mais de 400 malas, valises e baús de pessoas internadas no Willard Lunatic Asylum ( Asilo de Lunáticos de Willard – estado de Nova York ) entre 1910 e 1960.
A preciosidade do acervo resgatado é de ordem imaterial: Vida.
Vidas nuas, na acepção de Giorgio Agamben, esvaziadas de direitos e tornadas anônimas. O trabalho de Crispin resgata de forma intensamente poética essas vidas roubadas.
Curiosamente, ou não, mais da metade dos baús estava vazia.
veja a matéria completa em: https://revistazum.com.br/colunistas/viagens-sem-volta/
7 Comentários
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![](https://redehumanizasus.net/../sites/default/files/fotos/picture-8300.jpg)
Por SILVANA RABELLO
Muito bom!!!
Imagens dizem muito….
Por Raphael
Acredito que, assim como outras redes sociais um dia a RedeHumanizaSUS será nossa Cápsula do Tempo.
Quando a nossa vida findar, se não tiverem inventado outra coisa até lá…esses registros permanecerão e nossa história também será recontada por tudo que aqui publicamos.
Um dia a vida acaba e neste dia, viajaremos no infinito em plena liberdade
e assim "Todos nós estaremos DesinCAPSulados!"
Raphael
![](https://redehumanizasus.net/..//../wp-content/uploads/2021/03/1616331729605743d1abd8a.jpeg)
É uma linda idéia, Raphael!
Isso mesmo pois a vida digital será um grande repositório da experiência humana.
Quanto a "desenCAPSular-nos", prefiro fazê-lo viva mesmo!
![](https://redehumanizasus.net/../wp-content/uploads/2022/11/16695865416383de6da1e21.jpg)
Por deboraligieri
Iza querida.
São lindos os objetos encontrados (gostei especialmente daqueles da mala de Freda B., parece até que tem um isqueiro lá, mas não há cigarros)!
Li toda a reportagem no link de referência. Me chamou a atenção que o fotógrafo reputa incompleto seu trabalho por não conseguir reconstruir a história dos pacientes a partir dos objetos encontrados, mas acho que é possível fazer o caminho inverso, enxergar as pessoas pelo que não está em suas malas: fotos com pessoas queridas, músicas preferidas, romances, recordações de momentos importantes da vida. Não havia nas malas esses pertences, porque o sistema encaixotou todas as possibilidades que o devir reservava àquelas pessoas num asilo que não lhes pertencia. A vida de cada um estava justamente nos objetos que não estavam nas malas.
Essa semana, em função do lançamento da série "Os 12 macacos" no início do ano, revi o filme, e dessa vez reparei em algo que tinha passado ao largo quando assisti pela primeira vez: há dois momentos em que o filme critica a medicina psiquiátrica de maneira mais contundente (durante todo o filme a noção de normalidade é contestada, sendo sugerido que seria uma questão de ponto de referência) – quando o viajante do tempo retorna para o seu presente e relata que foi obrigado a tomar drogas (e os seus quase pares não entendem porque um tratamento bárbaro desses seria necessário) e quando a própria psiquiatra questiona quem deu a esses profissionais o poder de determinar o que seria normal ou patológico (lembrei que tenho que ler Canguilhem…).
Pensar nisso é importante para todos nós, não apenas para buscar forma mais dignas de tratamento das doenças psiquiátricas (que nunca são exclusivamente e apenas psiquiátricas), mas também para buscarmos formas de deixar existir a singularidade de cada um ainda que não caiba em nenhum conceito pré-concebido, ainda que essa singularidade nos mostre o que nos falta.
De certa forma, acho que nosso mundo atual é que está fechado e asilado numa ideia de sociedade capitalista que não admite a inclusão de outras ideias nessa grande mala que é o convívio em sociedade…mas aí vou começar a divagar!
Beijos, e obrigada pela oportunidade de reflexão,
Débora
![](https://redehumanizasus.net/..//../wp-content/uploads/2021/03/1616331729605743d1abd8a.jpeg)
Pensar é incluir todas as possibilidades, justamente se abrir para o fora.
Eu não vi "Os Doze Macacos" e o farei pela tua indicação e comentário. A psiquiatra se mostra surpresa com a imposição de um modo de tratar hoje, que é tido como a verdade no campo psiquiátrico.
Canguilhem é atualíssimo hoje.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
https://ulbra-to.br/encena/2013/08/18/Sobre-malas-e-manicomios-memorias-dos-esquecidos