PAPEL DO GESTOR HOSPITALAR NA REDE DE CUIDADOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA – PESQUISA DE MESTRADO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E TECNOLOGIA NO ESPAÇO HOSPITALAR
MESTRADO PROFISSIONAL

TÍTULO DA PESQUISA: PAPEL DO GESTOR HOSPITALAR NA IMPLANTAÇÃO DA REDE DE CUIDADOS A PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO ÂMBITO DA ZONA DA MATA MINEIRA

PESQUISADORA: VERA MARIA DA SILVA

ORIENTADOR: PROF. DR. WILIAM CÉSAR ALVES MACHADO

RESUMO
O presente relatório de pesquisa de mestrado tem como objetivo identificar como profissionais gestores médicos e enfermeiros responsáveis por unidades de internação hospitalar procedem no preparo de alta das pessoas com seqüelas neurológicas, traumatológicas ou ortopédicas, dependentes de ingresso em programas de reabilitação, considerando-as potenciais usuárias de programas de reabilitação física. Estudo fundamentado na Portaria nº 793, de 24 de abril de 2012, em seu artigo 22, que determina que o gestor deverá responsabilizar-se pelo acolhimento classificação de risco e cuidado nas situações de urgência e emergência, instituindo equipes de referência e representação em portas, assim como ampliar o acesso em leitos de reabilitação qualificando o acesso regulado adequando centro cirúrgico e equipe para este fim.  Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa, realizado no segundo semestre de 2014, com 13 enfermeiros e 12 médicos. Dados coletados através de entrevistas, realizadas com base em roteiro semiestruturado, transcritas na íntegra e analisados a luz da técnica de análise temática de conteúdo. No transcurso do estudo surgiu a necessidade de se propor a implantação de um Protocolo de encaminhamento hospitalar de clientes com lesão neurológica incapacitante, para atendimento na Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência referenciada pelo Sistema Único de Saúde. O cenário do estudo foi a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora-MG, por promover atendimento a esta clientela no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), cujos encaminhamentos pós-alta hospitalar são feitos para a rede credenciada de serviços de atenção básica à unidades de reabilitação da região. Nos procedimentos de análise dos dados emergiram o perfil sóciodemográfico dos participantes deste estudo, tendo prevalecido os do sexo feminino (56%). A faixa etária dos participantes da pesquisa foi de 31 a 40 anos (36,0%) a maioria lotada em UTI (48%). Tempo de formado dos gestores encontra-se entre 1 a 10 anos (48,0%). Após análise interpretativa dos dados coletados emergiram duas categorias temáticas, a saber: 1) Critérios usados para alta dos clientes com seqüelas neurológicas; 2) Preparo da alta e seus desdobramentos. Ambas já decodificadas, analisadas, discutidas e formatadas na forma de manuscrito submetido a periódico da área. Ao mesmo tempo em que outras possíveis categorias temáticas deverão ser trabalhadas a posteriori, com fins de serem elaborados mais artigos para futuras submissões em periódicos indexados. Conclui-se que alguns médicos e enfermeiros comungam da opinião que os critérios de alta desta clientela devem ser exclusivamente de competência médica, enquanto outros participantes médicos e enfermeiros compartilham da opinião de que a alta deve ser compartilhada com a equipe de saúde. Quanto ao preparo de alta de cliente com lesão neurológica incapacitante, predominou a perspectiva de que a família deve ser envolvida, em função do reconhecimento do importante papel de cuidadores que deverão exercer no dia a dia dessas pessoas. O mesmo pode ser observado nos relatos dos gestores médicos e enfermeiros que participaram deste estudo, no concernente ao encaminhamento desses clientes para os serviços de saúde e reabilitação disponíveis na comunidade. A importância de se efetuar visita domiciliar, quando se prepara o cliente para alta também se mostrou preocupação, embora destacada entre poucos participantes do estudo, mas, significante pelo que representa na esfera da reabilitação domiciliar. O estudo também aponta para a necessidade de ampliar a divulgação das implicações da Rede a partir da implementação dos Centros Especializados de Reabilitação, considerando relevante a oportunidade oferecida aos participantes de tomar conhecimento sobre as implicações da Rede de Cuidados da Pessoa com Deficiência,