Sociedade Organizada e Humanização

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“Sociedade Organizada e Humanização”

Por Frei Vicente de Santa Teresa Benedita da Cruz,C.prj

OPINIÃO

Contemporâneamente em nossa sociedade há discussões sobre as famílias na sociedade organizada e suas relações no mundo. Discute-se se existem entre as famílias atitudes de diálogo, presença, responsabilidade profissional, compromisso, comprometimento, experiências compartilhadas e a arte de amar apontadas como ingredientes básicos da humanização familiar, envolvida num processo de cuidado e respeito as diferenças.
“O que é a família?”, “é um centro de amor onde reina a lei do respeito e da comunhão, capaz de resistir às manipulações humanas e mundanas”. Acrescento também, “na família permite-se superar a falsa oposição entre indivíduo e sociedade e no seio dela ninguém é descartado (…) todos os idosos e crianças encontram acolhida. É na família que nasce a cultura do encontro e do diálogo, a abertura à solidariedade e à transcendência”.
Diante disso, vemos que a família é a comunidade de amor mais adequada para o ser humano se estruturar como pessoa livre, consciente, responsável e capaz de amar espontaneamente… É na família que a espécie humana encontra as melhores condições para emergir como vida pessoal e convergir para a comunhão amorosa. Em outras palavras, a família é um contexto humano excepcional para a Humanização das Pessoas.
É notável que a família se constrói em um grupo identificado de dois ou mais indivíduos, cuja associação caracteriza-se por termos especiais, que podem ou não estar ligados por laços de sangue ou de lei, mas que funcionam de maneira a se considerarem uma família. O indivíduo nas relações de alteridade (o que é do outro, o que é diferente) vai definindo quem é sua família. Desse modo, a família torna-se um espaço fundamental para a humanização dos seres humanos. Podemos dizer que a família é a essência da sociedade organizada, honesta e sadia.
É na família que se inicia a dinâmica básica da humanização que acontece como emergência pessoal mediante relações de amor e convergência para a comunhão universal. Assim, a luz da fé cristã a comunhão universal para a qual as pessoas humanas convergem na medida em que emergem como pessoas é o Reino de Deus. Isto quer dizer que a meta da família humana é a ser Família de Deus. Assim, a família humana é uma mediação fundamental para acontecer à edificação da família divina, a qual transcende os laços da carne e do sangue.
Jesus de Nazareth, tinha plena consciência que a sua missão implicava no direcionamento da família na incorporação das pessoas humanas com a comunhão familiar de Deus. No capítulo 3 do Evangelho de Marcos lê-se: “chegaram sua mãe e seus irmãos que queriam falar com Jesus… Jesus respondeu: Quem são minha mãe e meus irmãos?… Aí estão minha mãe e meus irmãos, pois todo aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mc 3, 31-35). Eis ai a razão pela qual Jesus de Nazareth, anunciava o Reino de Deus, isto é, a Família de Deus, a qual se assenta nos laços da Palavra e da comunhão.
É na família que as pessoas recebem o leque básico dos seus talentos ou Caminho de Humanização. A fidelidade aos talentos recebidos é como diz o início do capítulo 25 do Evangelho de Mateus, a vocação básica do ser humano. Na verdade, a fidelidade aos talentos recebidos na família, torna a pessoa apta para ser uma boa construtora da sociedade e uma boa participante da festa da comunhão universal, que é a Família de Deus (cf. Mt 25, 14-30). Que nas relações no interior de nossas famílias possam ter uma afinidade de sentimentos Humanizadores, afetos comunhão e vivencia espiritual, originada principalmente do respeito mútuo e do diálogo entre seus membros e participantes.
Confraria Nossa Senhora do Carmo do Monte Carmello,C.prj