Psicologia Social e os novos desafios ético-políticos no Brasil

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Atualmente temos convivido com violências de diversas ordens, com o aviltamento de direitos humanos e o recrudescimento de práticas de sujeição, a medicalização da vida, a militarização, a precarizaçãoe diversos retrocessos nas políticas de governo. Ao mesmo tempo, assistimos à convocação e presença cada vez maior de psicólogos(as) atuando junto a essas políticas. Ter como foco do Encontro Nacional da ABRAPSO a temática Psicologia social e os atuais desafios ético-políticos no Brasil possibilitará o debate sobre a formação em Psicologia, especialmente em Psicologia Social.

Eixos Temáticos:

Educação, tecnologias e sociedade: Trabalhos na interface da Psicologia Social com as políticas de Educação, abrangendo tanto a educação escolar quanto a educação no sentido lato que se dá nas demais esferas da vida social, envolvendo o atual debate sobre educação/formação como direito e condição de aprofundamento da democracia. Também envolve estudos críticos em relação à formação profissional: propostas político-pedagógicas, relações teoria-prática, competências, habilidades e conteúdos diretamente relacionados à Psicologia Social, ferramentas conceituais e metodológicas, etc.

História, teorias, métodos e formação em Psicologia Social: Trabalhos que discutem diferentes perspectivas históricas e teóricas da Psicologia Social, pressupostos epistemológicos e metodológicos na produção do conhecimento e a formação em Psicologia Social, em seu compromisso com os Direitos Humanos e a problematização das políticas sociais.

Políticas Públicas e Saúde Coletiva: Trabalhos desenvolvidos na interface da Psicologia Social e políticas públicas ligadas à Saúde, abrangendo a dimensão coletiva e cultural dos processos aí implicados e que buscam fortalecer o diálogo com os diferentes níveis de atenção à saúde, inserindo-se no atual debate sobre saúde como direito e condição de cidadania.

Políticas públicas, direitos sociais e emancipação: Trabalhos que inscrevem a Psicologia Social como campo de luta pela garantia dos direitos de cidadania e democratização da sociedade. Acolhe trabalhos sobre formulação, implementação, análise e controle social de políticas públicas, concepções de cidadania, emancipação e/ou protagonismo social, estudos e intervenções relacionados a contextos de vulnerabilidade e risco social, além do debate inclusão/exclusão e desigualdade social.

Movimentos sociais e desafios à democracia brasileira: Trabalhos que inscrevem a Psicologia Social como dispositivo de luta pela garantia dos direitos de cidadania, que focalizem os processos de democratização da sociedade brasileira e reflexões sobre a política e o político. Acolhe discussões a respeito das mobilizações políticas, AÇÕES COLETIVAS, protestos e manifestações pró e antidemocráticas no Brasil atual; democracia delegativa, representativa e participativa; participação política, disputas partidárias, polaridades Norte-Sul e sectarismos; práticas comunitárias, organizativas, grupos/movimentos sociais formais ou informais de resistência e luta por direitos.

Relações de gênero, preconceito e direitos sexuais: Trabalhos que focalizam as relações de poder que configuram práticas e posições de sujeito a partir de marcadores sociais como sexo-gênero, orientação sexual, diversidade corporal, entre outros. Acolhe discussões a respeito de preconceito e violência de gênero, direitos humanos e sexualidade, patologização e Estado laico.

Assistência Social, vulnerabilidades e violências: Trabalhos que discutem a inserção e atuação dos psicólogos nas políticas e Assistência Social. Acolhe trabalhos que promovam o debate sobre as práticas construídas no âmbito da Assistência Social e do sistema jurídico e prisional e que fazem a interface entre a Psicologia Social e os Direitos Humanos.

Políticas sociais: infância, juventude e novos arranjos familiares. Trabalhos que trazem discussões da Psicologia Social na interface com políticas sociais voltadas à infância, juventude e famílias no Brasil, envolvendo os novos arranjos familiares, desenvolvimento humano, protagonismo juvenil, cultura e lazer, medidas socioeducativas, entre outros.

Mídia, cultura e arte: Trabalhos que reflitam a respeito das formas como a mídia afeta as subjetividades e relação entre as diversas expressões artísticas e os processos de subjetivação na sociedade contemporânea. Acolhe trabalhos que discutam a respeito das redes sociais virtuais, papel das mídias na cultura atual, políticas públicas de comunicação, cultura do espetáculo, público x privado, virtual x real, formas de subjetivação contemporânea, estratégias de resistência e expressão. Acolhe ainda trabalhos que realizam a interface entre diferentes Políticas e Projetos Sociais e Culturais que têm como foco a garantia e promoção dos Direitos Humanos.

Políticas e questões socioambientais, emergências e desastres: Trabalhos que articulam questões da relação pessoa-ambiente com políticas urbanas, direitos sociais e o enfrentamento de desastres. Inclui discussões da ocupação não regular do território e as necessidades de sobrevivência da população mais vulnerável, políticas de habitação e moradia, ocupação do espaço e subjetividade, estratégias de enfrentamento em emergências diante de desastres ambientais e mudanças climáticas, críticas aos modelos atuais de governança e ação pública.

Relações étnico-raciais e contextos rurais-urbanos: Trabalhos que discutem as questões de raça e/ou étnicas que remetem ao racismo, às políticas afirmativas, ao combate ao preconceito, ao reconhecimento das minorias sociais, aos estudos de grupos étnicos, às demandas por políticas públicas específicas, às lutas por territórios e reconhecimento cultural, à interação entre espaços urbanos ou rurais, aos povos e comunidades tradicionais e, ainda, trabalhos na perspectiva da psicologia intercultural.

Psicologia social e trabalho: Estudos e experiências que discutam os efeitos das transformações contemporâneas no mundo do trabalho e das políticas destinadas à geração de trabalho e renda nos processos de subjetivação. Abarca a diversidade de ferramentas conceituais e metodológicas desenvolvidas pela Psicologia Social na interface com outras disciplinas que se dedicam a este campo de pesquisa-intervenção, incluindo estudos e pesquisas que discutam o trabalho degradante, o trabalho escravo e economia solidária.

Cronograma:

Abertura para inscrição de GTs: entre 23 de maio a 21 de junho.

Avaliação da comissão científica dos GTs aprovados: entre 22 de junho a e 03 de julho.

Abertura de inscrição de trabalhos: 04 de julho a 24 de julho (primeira data para envio de trabalhos que precisam de confirmação de aceite até 17 de agosto e segunda data para envio de trabalhos de 25 de julho a 16 de agosto.

Confirmação de todos os trabalhos aceitos a partir de 08 de setembro.