Alma Nômade

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Alma Nômade
Prosa com Deleuze e Guatarri
Elaine Perez

Aqui, lá, do outro lado, na divisa, ao atravessar linhas, caminho onde o sol se põe clareando trilhas desconhecidas.

No toque muito mais do que na visão, desenho com os pés as rotas, os caminhos traçados no caminhar.

Abandono o espelho, quero o encontro, o cheiro, o gosto , as cores, as artes , as curvas , as rugas, os veios,  as dobras.

Sem mapas, sem limites, sem fronteiras, sem propriedades, só passagens, passageiros, caminheiros.

Caminho tecendo redes, conexões , corpo/pincel, corpo/tear que se coloca dentro do traçado caminhante.

Abandono o desejo de reproduzir, abandono a posse, minha alma nômade quer seguir.

Dançar linhas que desfaçam estrias que estabelecem classes, condutas, normalizações de faces pálidas, reproduzidas por barreiras, limites, grades, cadeados .

Quero escrever estórias, contar memórias, criar, recriar, fazer arte,

Mexer na terra, navegar em cidades digitais,  germinar em cidades reais, desdobrar, espalhar raízes e seguir.