Alma Nômade
Alma Nômade
Prosa com Deleuze e Guatarri
Elaine Perez
Aqui, lá, do outro lado, na divisa, ao atravessar linhas, caminho onde o sol se põe clareando trilhas desconhecidas.
No toque muito mais do que na visão, desenho com os pés as rotas, os caminhos traçados no caminhar.
Abandono o espelho, quero o encontro, o cheiro, o gosto , as cores, as artes , as curvas , as rugas, os veios, as dobras.
Sem mapas, sem limites, sem fronteiras, sem propriedades, só passagens, passageiros, caminheiros.
Caminho tecendo redes, conexões , corpo/pincel, corpo/tear que se coloca dentro do traçado caminhante.
Abandono o desejo de reproduzir, abandono a posse, minha alma nômade quer seguir.
Dançar linhas que desfaçam estrias que estabelecem classes, condutas, normalizações de faces pálidas, reproduzidas por barreiras, limites, grades, cadeados .
Quero escrever estórias, contar memórias, criar, recriar, fazer arte,
Mexer na terra, navegar em cidades digitais, germinar em cidades reais, desdobrar, espalhar raízes e seguir.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Desterritorializa-nos num segundo…