Trabalho desenvolvido pela Serra Catarinense na Rede Cegonha é premiado pelo INOVASUS

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O prêmio do  INOVASUS  é uma iniciativa do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e busca reconhecer, incentivar e premiar projetos e experiências inovadoras na Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde no âmbito do SUS.
 
O projeto regional premiado denominado Rede Cegonha na Serra Catarinense uma experiência exitosa na educação permanente foi desenvolvido pelo Grupo de Fortalecimento da Atenção Básica da Região de Saúde da Serra Catarinense com o objetivo traçar estratégias para implantação efetiva da Rede Cegonha com o intuito de reduzir de forma eficaz a Mortalidade Infantil, garantindo qualidade na assistência a mulher, criança e família. 
 

PREMIADO PELO INOVASUS EM 2016 – 3º LUGAR NA REGIÃO SUL DO PAÍS

COORDENAÇÃO DO PROJETO: Enfermeira Daniela Rosa – GERSA Lages

 

O INOVASUS premiou projetos apresentados por municípios de Santa Catarina e um projeto desenvolvido por Região de Saúde. O projeto regional premiado denominado Rede Cegonha na Serra Catarinense uma experiência exitosa na educação permanente foi desenvolvido pelo Grupo de Fortalecimento da Atenção Básica da Região de Saúde da Serra Catarinense com o objetivo traçar estratégias para implantação efetiva da Rede Cegonha com o intuito de reduzir de forma eficaz a Mortalidade Infantil, garantindo qualidade na assistência a mulher, criança e família.

As ações desenvolvidas são de extrema importância para implantar efetivamente a Rede Cegonha. Por meio da Educação Permanente está sendo possível aos profissionais desenvolver reflexões e discussões sobre o processo de trabalho, bem como rever condutas e buscar constantemente a melhora da assistência. Como resultado a médio e longo prazo busca-se principalmente (a) reduzir a mortalidade infantil da região, por meio da identificação precoce os casos de HIV, Sífilis e Hepatites, (b) iniciar o tratamento em tempo oportuno, (c) reduzir os índices de cesáreas e aumentar o parto normal, (d) aumentar o aleitamento materno exclusivo (e) trabalhar fortemente em parceria com o Comitê de Prevenção de Óbitos Materno, infantil e fetal da Serra Catarinense.

Participam todos os 18 municípios da Região de Saúde da Serra Catarinense coordenados pela Regional de Saúde de Lages.

O que motivou a construção desse projeto?

Apesar da redução importante da mortalidade infantil no Brasil nas últimas décadas, os indicadores de óbitos neonatais apresentaram uma velocidade de queda aquém do desejado (BRASIL, 2013). Quase três décadas se passaram e este terrível indicador permanece assombrando a Região da Serra Catarinense. As Taxas de Mortalidade Infantil e Mortalidade Neonatal apresentaram tendência inversa ao Estado. Enquanto houve redução entre os anos de 2010 e 2011, apontam crescimento entre 2011 e 2012. Atualmente persiste a taxa de 17,77 de casos por 1.000 nascidos vivos. Os fatores que determinam essa mortalidade ou que levam a prematuridade estão nas causas básicas não identificadas e/ou não tratadas, como Sífilis, HIV, Infecção Urinária. Os casos notificados perturbam aos profissionais da área da saúde, como por exemplo, os 10 casos de transmissão vertical pelo HIV entre 2005 a 2014 (3 destes desenvolveram AIDS). Ou os 153 casos de gestantes com HIV entre 2005 a 2014 na região da Serra Catarinense. Ou ainda, o número de gestantes com Sífilis que vem aumentando consideravelmente, sendo 181 casos de 2005 a 2014 e 13 casos de Sífilis Congênita entre 2006 a 2015 (Fonte: SINAN NET/DIVE/SUV/SES-SC). Tais situações poderiam ser evitadas se o acompanhamento da gestante, parturiente, puérpera e recém-nascido recebessem uma atenção diferenciada. Com a adesão da Rede Cegonha no ano de 2013 pelos municípios da região, fortaleceu o interesse em reduzir a mortalidade materna e infantil, bem como a transmissão vertical do HIV e da Sífilis Congênita.

Um diagnóstico prévio foi estabelecido a partir de uma rede explicativa do problema mortalidade infantil, onde apareceram vários nós críticos, entre eles, o prioritário foi a necessidade emergencial de fortalecer o pré-natal na Atenção Básica, em todos os municípios da região. Para dar a característica plural e descentralizada que as ações demandavam, formou-se a Câmara Técnica composta por representantes da Coordenação Regional de ABS, do Programa Regional do IST, Aids e Hepatites Virais, do Grupo de Fortalecimento da Atenção Básica da Serra Catarinense, da Comissão Intergestores Regional – CIR da Serra Catarinense, do CIES, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, do Hospital Tereza Ramos – HTR, do Programa de Ensino para o Trabalho – PET, Rede Cegonha/UNIPLAC e Secretaria Municipal da Saúde de Lages. É esta Câmara que propõem projetos e ações para o enfrentamento do problema identificado. Neste viés, a Câmara Técnica elaborou um projeto de Educação Permanente para os profissionais da Atenção Básica dos 18 municípios da região. Também houve a necessidade de elaboração e implantação do Protocolo Regional de Atenção ao Pré-natal e Puerpério, com o intuito de dar autonomia aos profissionais e resgatar essa rede para Atenção Básica.

O que pretende transformar ou fortalecer com a implementação desse projeto?

O principal objetivo deste grupo foi traçar estratégias para implantação efetiva da Rede Cegonha com o intuito de reduzir de forma eficaz a Mortalidade Infantil, garantindo qualidade na assistência a mulher, criança e família.

Quem se beneficia com a implementação desse projeto?

Gestantes, puérperas, parturientes, recém nascidos, crianças, profissionais de saúde e, de modo geral, toda a sociedade que integra os 18 municípios que compõem a Região da Serra Catarinense.

Descrição das ações desenvolvidas ao longo da realização do projeto

1ª Etapa: Elaboração do Protocolo Regional de Atenção ao Pré-natal e Puerpério, revisado UNIPLAC, uma vez que os encontros foram semanais a partir de maio de 2015 e concluído em novembro de 2015;

2ª Etapa: Educação Permanente – Oficina Consulta de Pré-natal e Puerpério para médicos e enfermeiros dos 18 municípios da Região da Serra Catarinense e os mesmo serão tutores das suas equipes na implantação do Protocolo Regional, encontros semanais foram realizados. Ocorreram nos dias 09 e 10 de setembro de 2015, uma vez que foi discutido juntamente com os profissionais o protocolo regional, aliando atividades práticas, associando ao trabalho em equipe e ao seu cotidiano de trabalho, enfatizando também a importância dos Testes Rápidos de HIV, Sífilis e Hepatite;

3ª Etapa: Realizado Educação Permanente sobre o Método Canguru, com profissionais da Atenção Básica dos 18 municípios da AMURES, que incluíram médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde. Ocorreu dia 30 de setembro e 02 de outubro de 2015. Destacando a importância do acompanhamento adequado do RN prematuro. Realizado a discussão do processo de trabalho, aliadas as questões teóricas com as práticas. Sendo que os profissionais que participaram da EP precisam em forma de tutoria reestruturar o trabalho de suas equipes por meio da EP até o dia 15/11/2015.

4ª Etapa: Educação Permanente – Realizar consulta de pré-natal juntamente com os profissionais que participaram da 2ª etapa. Uma vez que as tutoras da Câmara técnica se deslocaram até os municípios de maneira voluntária na lógica do apoio presencial, realizando essa atividade e conhecendo a realidade local, nos 18 municípios da Região, do período de 03 a 20 de novembro de 2015.

5ª Etapa: Realizar Educação Permanente com a Equipe do Hospital de Referência da Região. As atividades com a área hospitalar visam à integração da equipe multiprofissional, com o principal objetivo de reavaliar o processo de trabalho no Centro Obstétrico, UTI Neonatal e enfatizar a importância da Casa da Gestante, Puérpera e Bebê que está em fase de implantação. As atividades serão desenvolvidas por meio de oficinas, que ocorrerão ao longo do ano de 2016.

5ª Etapa: Implantação do Protocolo de Classificação de Risco no Centro Obstétrico, no ano de 2016 com atividade de Educação Permanente.

6ª Etapa: Fortalecer o Aleitamento Materno, realizando ações de Educação Permanente com as Equipes da Atenção Básica e Hospitalar, com o intuito de ampliar as ações do Banco de Leite do Hospital de Referência e minimizar o desmame precoce, durante o ano de 2016.

Porque essas ações são importantes para viabilizar o projeto?

Essas ações são de extrema importância para implantar efetivamente a Rede Cegonha. Por meio da Educação Permanente é possível aos profissionais reflexões e discussões sobre o processo de trabalho, bem como rever condutas e buscar constantemente a melhora da assistência. Como resultado a médio e longo prazo busca-se principalmente (a) reduzir a mortalidade infantil da região, por meio da identificação precoce os casos de HIV, Sífilis e Hepatites, (b) iniciar o tratamento em tempo oportuno, (c) reduzir os índices de cesáreas e aumentar o parto normal, (d) aumentar o aleitamento materno exclusivo (e) trabalhar fortemente em parceria com o Comitê de Prevenção de Óbitos Materno, infantil e fetal da Serra Catarinense.

 

Cronograma das ações

Cronograma 2015

1)ELABORAÇÃO PROTOCOLO REGIONAL DE ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL: agosto a dezembro de 2015;

2)REVISÃO PROTOCOLO UFSC E UNIPLAC: setembro e outubro de 2015;

3)EP CONSULTA PRÉ-NATAL 1ª ETAPA: setembro de 2015;

4)EP CONSULTA PRÉ-NATAL 4ª ETAPA: novembro de 2015;

5)EP MÉTODO CANGURU: setembro, outubro e novembro de 2015.

Cronograma 2016

1) IMPLANTAÇÃO PROTOCOLO REGIONAL DE ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL: janeiro e fevereiro de 2016;

2)EP EQUIPE CENTRO OBSTÉTRICO, TEMA ATENÇÃO A PARTURIENTE – marco a outubro de 2016;

3)EP EQUIPE UTI NEO: MÉTODO CANGURU: junho a setembro de 2016;

4) IMPLANTAÇÃO PROTOCOLO DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO CENTRO OBSTÉTRICO: abril a junho de 2016;

EP ALEITAMENTO MATERNO NA ATENÇÃO BÁSICA: fevereiro, abril, junho, agosto, outubro, dezembro de 2016;

EP ALEITAMENTO MATERNO BANCO DE LEITE E ALOJAMENTO CONJUNTO: maio a agosto de 2016.