Todo crime que ceifa uma vida é necessariamente hediondo. Mas alguns chamam mais atenção. Deveria existir uma medida protetora dos céus que impedisse os humoristas de serem assassinados! O assassinato por definição é uma coisa sem graça e morrer sem humor é trágico para os humoristas.
Mas a tragédia também se abate sobre nós. Ficamos meio que órfãos de entre uma e outra crise afetiva e/ou financeira, poder abrir o jornal e rir com Geraldinho e Geraldão, Dona Marta e Zé do Apocalipse. O mundo fica um pouco mais deserdado do humor quando morre um humorista.
Glauco se foi, mais uma vítima da falta crônica de políticas de segurança pública. E junto com ele foi também seu filho de 25 anos, mortos em tentativa de assalto.
Alguns deixam como legado uma conta bancária recheada, outros lembranças de gestos e palavras. Glauco nos deixará como sua marca as milhares de tiras que tornavam o dia mais suportável e a consciência mais aberta sobre tudo o que precisava mudar nesse mundo, um espelho ferino dos medos da classe média. Ele como poucos, colocou em prática a máxima ensinada pelos romanos: "rindo castigamos os costumes".
Valeu Glauco!!!!
Por Teresa Martins
por sua agilidade em registrar de maneira elaborada, respeitosa e engraçada, resgatando parte da obra deste Glauco que nos acompanhou tanto tempo na vida, não é? Sinto-me bastante tocada com esta dupla perda. E também porque hoje perdi um amigo num acidente. Abraço. Teresa