Primeiro contato com a Luta Antimanicomial

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            Em 2016 me deparei com uma postagem em uma rede social, chamada Holocausto Brasileiro,muito impressionada com a chamada resolvi ler, porém, jamais imaginava o teor do conteúdo. Tanto o conteúdo quanto o meu desconhecimento total sobre o assunto me chocaram. Pensando um pouco mais, percebi que desde a infância os manicômios ou hospícios são colocados como muito normais e engraçados e até pouco tempo eu nunca havia me questionado sobre isso.

            A postagem falava sobre um famoso manicômio chamado O Colônia de Barbacena – MG. Fundado em 1903 ele permaneceu aberto por dolorosas 8 décadas, até 1980, alguns anos depois em 2001 veio a reforma psiquiátrica. Com fotos muito impactantes veio a exposição do verdadeiro interior desse tipo de hospital, onde 60 mil pessoas morreram de fome, frio, dormindo em cima de feno, tomando eletrochoques, comendo ratos e fezes humanas e bebendo água de esgoto, depois tiveram seus corpos vendidos para estudo ou interrados de qualquer maneira

             E aí vem a pergunta, que pessoas? Pessoas tristes, tímidas, epiléticos,alcoólicos, homossexuais, prostitutas, meninas gravidas dos patrões, mulheres que perderam a virgindade antes do casamento, crianças consideradas anormais pela família e a lista não acaba.

            Em uma roda de conversa com a professora Catia Paranhos na aula de SUS da RMS, que teve esse tema devido a chegada data 18 de Maio ( dia da Luta Antimanicomial) ela bem lembrou:

                                                                                                   “Quem de nós ficaria de fora dessa lista?”

             A “loucura” é muito relativa e merece constantes requestionamentos.

            Ao final da leitura descobri que há um livro e um documentário com esse nome, Holocausto Brasileiro, são da jornalista Daniela Arbex e que um famoso Psiquiatra Italiano na luta antimanicomial, Franco Basaglia, ao visitar o Colônia disse que havia estado em um”campo de concentração nazista”.

            Foi impactante demais saber que tudo isso ocorreu com conivência de muitos médicos, enfermeiros, outros profissionais de saúde, familiares e do Estado.

             Em posterior conversa com colegas ouvi coisas do tipo “isso foi no Brasil?” E outros infelizmente me mostraram que apesar do choque que causa, essa ainda é uma realidade recente e próxima de nós. Agora que comecei a conhecer o assunto só posso dizer: vamos continuar na luta antimanicomial com ainda mais força!