Quero lançar aqui uma provocação: constituimos muitos grupos de humanização por este Brasil a fora, mas cada um com sua singularidade.
Estão vamos colocar nossos grupos em análise: como estão constituidos? Que propostas estão nos desafiando no momento? Quais estratégias criativas temos utilizado na agregação deste coletivos?
Tenho estado em muito grupos em diferentes territórios e cada um a seu modo busca caminhos de produção coletiva. Há espaços mais duros outros mais trabalhados na lógica coletiva que queremos.
Há grupos que agregam-se aos problemas e pouco conseguem se descolar deles , outros já vivem intensamente suas experiências exitosas sem colocar os processos em análise ou sob avaliação.
Outros fazem as ações tentando tatear no escuro de tão acostumados que estão a serem guiados cegamente pela gestão , nem sabem exercer seu protagonismo.
Mas uma certeza eu construi ao longo desta minha experiência , sempre é possível compor uma nova forma de fazer com um tom mais coletivo e democrático.
Quem me acompanha nesta reflexão?
Patrícia S. C. Silva
Blumenau SC
10 Comentários
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Por patrinutri
Querida Shirley , obrigada por sua atenção e adorarei participar deste rede quente do RN através de você, esta grande tecelã de redes, encontros e fazeres.
Bjs Patrícia
Por Andreia Garcia
Patricia,
suas provocações foram importantes e num ímpeto de reflexão escrevi um post
redehumanizasus.net/node/9986
espero seus comentários,
abç
Andreia
Por Shirley Monteiro
Andreia,
Li seu post mas respondo aqui, para justamente fomentarmos nesta idéia inicial da Patrícia a troca entre diferentes coletivos, juntos e aqui. No processo de Gestão Participativa em um Hospital do SUS-RN temos avançado muito nos dispositivos metodológicos iniciais. Mas percebo várias forças instituintes no cotidiano, que ainda não foram socializadas em nossas inúmeras reuniões. Trata-se de um processo inicial neste momento das ações intersetoriais.
Assim, é proposta da nossa consultora Sheylla, discutirmos estudos de caso, justamente destes modos de fazer isolados de um setor, que surge no cotidiano, revelando força instituinte de mudança !! é aí para mim que está uma grande riqueza da PNH , e a valorização do trabalhador em sua singularidade.
´Por isso destaco do seu texto:
Um abraço,
Shirley Monteiro.
Por patrinutri
Isto mesmo Shirley, estas sutilezas de cada coletivo é que pretendia enfatizar aqui.
Há muitas formas e estratégias para constituir este coletivos de humanização. Mas tenho uma certeza, embora muitas vezes sejam criticados por serem coptados com muita facilidade , os GTHs podem ser potência e sem coletivo não há humanização, não há um fazer participativo.
Temos vivido na maioria das instituições de saúde formas historicamente verticais de administração, por isso fazer em roda, construir coletivos são sempre desafios imensos.
O primeiro desafio é convencer os participantes em potencial que nossa intensão é para valer, que não é só mais uma nova moda e que também não é algo para trazer-lhes mais trabalho.
Assim quem está envolvido tem que ter sempre uma grande dose de criatividade e perseverança para que o grupo acredite na proposta e sinta-se verdadeiramente escrevendo uma nova história na instituição.
Mas as vezes quem está apoiando o processo fica tão emaranhado no mesmo, que não consegue fazer uma leitura clara do processo, por isso é sempre bom criar mecanismos que coloquem o próprio processo em análise.
É sempre um grande desafio, você dá início ao processo , mas nunca sabe que rumo tomará, pois deve ser algo solto mesmo que estimule o protagonismo e autonomia dos envolvidos.
Obrigada por suas contribuições.
Bjs Pat
Por patrinutri
Que maravilha, ganhei o dia!
Obrigada por compartilhar nesta rede suas experiências e reflexões!
Vou sim ler e comentar seu post!
Bjs Patrícia
Por Shirley Monteiro
Pat,
Ainda não se pronunciaram. Grande parte do "TECENDO REDES" é a Atenção Básica. E na verdade todos estão ainda impactados, e estressados com uma brusca exoneração da secretária municipal de saúde de Natal, realizada pela Prefeita, e dois dias depois a notícia de que o novo secretário é um advogado que nunca teve atuação alguma em saúde pública, nem formação na área !! Este é o atual assunto da Rede, por isso talvez o silencio diante deste convite de experimentações.
Beijos,
Shirley.
Por patrinutri
Querida Emilia,
Obrigada por suas contribuições, sempre tão verdadeiras .
Estes grupos que iniciaram na época do PNHAH tem um arcabouço mais formal, mas como você disse nada que não possa ser remodelado e reorientado, pois vimos durante este tempo que os grupos organizados desta forma acabavam por se engessar na forma, disvirtuando os propósitos de por em análise os processos de trabalho nas instituições de saúde. Acabavam por focar-se em atividades lúdicas que fechavam-se em si mesmas, tendo uma certa efemeridade em seus efeitos. Acontecendo o evento, seguia-se uma certa euforia e depois pouco ou nada ficou de mudança. Não digo que estes momentos não devam acontecer, mas em geral são muito trabalhosos, requerem uma energia muito grande dos grupos para acontecerem e pouco muda o que antes havia de problemas.
Quanto a esta necessidade de espaço físico definido que você diz que o grupo sente necessidade neste momento, acho que tem raiz neste mesmo lugar do passado. Na verdade nossa proposta com a PNH é uma transversalização dos seus princípios e diretrizes, é para não ter um lugar definido mesmo. Se não viramos os humanizadores de carteirinha e crachá, o que desejamos é ser apoiadores de processos de mudança.
Se ainda assim o grupo sentir falta de guardar uma certa história dos processos na instituição, porque não na biblioteca, onde possibilitará o acesso de todos ao produto histórico da PNH na instituição.
Quanto a itinerância das rodas de conversa, acho a melhor estratégia para implicar e envolver os participantes. Um exercício legal que costumo propor aos grupos onde participo é que a organização do encontro seja rotativa também, cada roda é coordenada, secretariada e convocada por um setor ou membro do grupo. Isto faz com que cada integrante se sinta co gestor do mesmo.
Tem um grupo que conseguiu envolver os usuários fazendo os encontros na sala de espera do ambulatório, comunicando aos usuários do que se tratava o encontro e perguntando se gostaríam de participar. E as vezes eles se sentem a vontade para opinar nos assuntos.
Outra inclusão da voz do usuários aplicado por este mesmo grupo é o resultado (relatório) da caixa de sugestões da unidade, tomando isto como pauta do encontro.
Obrigada por sua participação,
Seguimos na conversa!
Bjs Patrícia
Por Shirley Monteiro
Pat querida,
Que ótima Iniciativa.
No post da Teresa Freire desta semana, ao final fiz um segundo comentário trazendo para a RHS os comentários feitos por algumas colegas de Natal, não necessariamente só do Hospital HGT mas do "tecendo redes", pois acho estes encontros entre redes muito ricos, como no 2 º Seminario Nacional, formando uma teia maior. Por isso vou levar este teu POST /CONVITE como email para o "tecendo Redes". Vamos ver o que acontece…Bjos.