Teste de glicemia nos atendimentos de urgencia e emêrgencia
Por que isto é importante?
A Diabetes é uma doença séria e que, se não diagnosticada e tratada corretamente, pode causar óbito. Assinamos uma petição como forma de movimentar o corpo legislativo brasileiro para tornar obrigatório o Teste de Glicemia Capilar em hospitais e prontos-socorros antes de qualquer procedimento médico.
TESTE DE GLICEMIA OBRIGÁTORIO é uma campanha que visa mudanças no protocolo de atendimentos médicos de urgência e emergência no Brasil.
Lutamos pela obrigatoriedade do mesmo antes de qualquer procedimento nos atendimentos de urgência e emergência.
Os Blogueiros de Diabetes começaram esse movimento no dia 19/04, em virtude da morte de uma criança de 1 ano e 8 meses em Minas Gerais, que foi diagnosticada com dengue quando era diabetes. Outra criança de 8 anos morreu em Teresina por receber soro glicosado ao apresentar quadro de desidratação e era diabetes.
Ao noticiar e nos indignar com as mortes, por meio de comentários nos blogs e nas fanpages, recebemos dezenas de depoimentos de mães que viram seus filhos passarem por situações evitáveis de quase morte. Algumas crianças ficaram com sequelas do coma diabético que sofreram em consequência do soro glicosado ou medicações que elevaram ainda mais a glicemia e que poderiam ter sido evitadas com um simples teste de glicemia.
Não só cidadãos comuns, mas diabéticos correm riscos, caso sejam atendidos inconscientes, ou mesmo pelos que não sabem de sua condição, pois estima-se que de 35 a 50% dos portadores de diabetes desconhecem que tem a doença.
Dentro da pagina da campanha ha diversos links com relatos que abrem a justificativa para a nossa campanha, e queremos debater aqui, com profissionais de saúde a real necessidade do teste de glicemia nos atendimentos de urgencia e emergencia, principalmente os pediatricos.
Por Blogueiros de Diabetes
"Victor, 10, passou por consultas com três pediatras diferentes em 11 dias e não teve doença diagnosticada; Cremesp investiga caso
Visto por 3 médicos, garoto morre de diabetes
Um menino de oito anos morreu por uma diabetes agravada após passar por consultas com três pediatras diferentes em um período de 11 dias e não ter a doença diagnosticada. O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) investiga o caso.
Victor Oliveira da Silva morreu no último dia 23, antevéspera do Natal, no Hospital da Dix Amico, na Vila Mariana (zona sul de São Paulo). A causa da morte foi cetoacidose diabética, uma complicação decorrente da diabetes descompensada que poderia ser evitada com o uso de insulina.
A família desconhecia que o menino tinha diabetes e os médicos não pediram o exame de glicemia (que mede a quantidade de açúcar no sangue). Segundo Iracy Santos Oliveira, mãe de Victor, o garoto apresentava muita sede, urinava em excesso e emagreceu seis quilos em dez dias -todos sintomas típicos da diabetes.
Duas das consultas, nos dias 12 e 19 de dezembro, foram feitas no pronto-socorro do Centro Médico de Osasco, da Dix Amico. A terceira, no dia 21, no Centro Médico de Cotia, também da Amico.
Os pediatras que atenderam Victor foram procurados nos centros médicos que trabalham, mas não ligaram de volta. A Amico Saúde diz que está apurando o caso (leia texto nesta página).
Iracy Oliveira conta que levou o filho ao médico no dia 12 de dezembro porque ele estava com tosse -que foi controlada com o xarope indicado pelo pediatra.
Com o passar dos dias, o garoto apresentou outros problemas. "Ele estava tomando muita água, fazendo muito xixi, comendo pouco e perdendo peso."
No dia 19, Iracy levou novamente Victor ao mesmo centro de saúde. Dessa vez, a pediatra que o atendeu disse que o menino estava com a garganta inflamada e receitou um antibiótico, de oito em oito horas, durante dez dias. "O curioso é que em nenhum momento meu filho se queixou de dor de garganta", diz a mãe.
Como Victor não melhorava, Iracy o levou no dia 21 ao centro médico de Cotia. A mãe conta que, nessa altura, o filho já tinha perdido seis quilos e estava muito debilitado. "Quando o médico perguntou o que ele tinha, o Victor mesmo se adiantou e disse "doutor, eu tenho muita sede. Estou fazendo muito xixi, estou vomitando e minha boca está seca.'"
Iracy diz que, após repetir o que o filho já havia dito, acrescentou o o fato de ele estar sem apetite e emagrecendo muito. Também apresentava vômitos.
"Ele o examinou e viu também o peso e a altura do meu filho. Disse que realmente a garganta do Victor estava inflamada e que a perda de peso era em razão de uma virose e que levaria de dois a três dias para melhorar."
O médico receitou então o mesmo antibiótico que a pediatra anterior havia indicado, aumentando a dose. Acrescentou soro e remédio para cessar o vômito.
Morte
No dia seguinte, 22 de dezembro, o estado de saúde de Victor piorou. O menino se queixava de forte dor abdominal e mal parava em pé. Iracy o levou ao pronto-socorro do Hospital da Amico na Vila Mariana. "Só de olhá-lo a médica disse que era diabetes descompensada, o que, de fato, foi confirmado nos exames", conta. Victor foi internado na UTI, entrou em coma e morreu na noite do dia seguinte.
"Nada vai trazer meu filho de volta, mas quero que as autoridades tomem providências para que isso não venha a acontecer com outras crianças. Não consigo aceitar o fato de os médicos não terem suspeitado de diabetes, mesmo com sinais tão claros", diz a mãe.
A família denunciou o caso ao Cremesp na última segunda-feira e ainda estuda se prestará queixa contra os médicos à polícia."
FONTE:https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0701200610.htm