Curso Formação de Apoiadores Espírito Santo
No ultimo dia 18 de setembro estive em Vitória, ES, participando do Curso de Formação de Apoiadores da PNH naquele estado. Fui para discutir Acolhimento e Clínica Ampliada na Atenção Básica. Quando fui convidado, Beth Barros, Vera Figueiredo e Monica, consultoras da PNH, fizeram uma demanda contextualizada para discussão voltada para o apoio a projetos de intervenção, que seriam formulados e implementados pelos participantes do curso em suas regiões e serviços. A encomenda foi muito bem contextualizada, como sempre desejamos que acontecesse nos nossos cursos de especialização na universidade.
A oficina foi voltada para ferramentas para intervenção, considerando que os "alunos" se tornariam apoiadores e deveriam enfrentar o desafio de lidar com equipes em dificuldades cotidianas.
Partimos de situações frequentes na Atenção Básica: Serviços com problemas de adscrição de clientela, serviços com baixas coberturas e alta demanda, equipes com graves problemas de relação com a população, equipes que se queixam de sobrecarga e excesso de demanda…
Discutimos técnicas de abordagem, questões conceituais e ferramentas de trabalho para o apoiador: estudo de demanda, análise de demanda, fluxogramas analisadores, abordagem por vulnerabilidade, cogestão da clínica e do processo de trabalho, etc.
Uma manhã intensa! Muito interessante! Houve muita participação de grande parte das 170 pessoas presentes. Senti que o curso tem criado um espaço de construção coletiva e formação de uma inteligência coletiva que me envolveu muito! Gostei de participar! Acho que temos que fazer mais isso. E promover um movimento de fazer com que as experiências e as ferramentas gerenciais discutidas seja como softwares livres, de domínio público!
Parabéns a todo o coletivo e aos apoiadores da PNH no Espírito Santo!!!!
Por Serafim Barbosa Santos Filho
Achei importante dar um retorno nesta pauta do Gustavo, para reforçar o que consideramos ter sido uma "adequadíssima" participação no curso. "Adequadíssima" no sentido do que temos proposto como estratégia/método dos convidados em fazer suas abordagens. Na nossa experiência de acompanhamento avaliativo dos cursos e a partir das "pesquisas"/avaliações que temos feito com os cursos, sempre temos reafirmado que o tipo de abordagem dos convidados (consultores e outros) é que faz toda a diferença na perspectiva de ajudar a imprimir a marca da formação-intervenção. E o que tem sido o esforço para direcionar uma abordagem coerente com o objetivo de formar-intervir? Esforço no sentido (i) de se partir efetivamente das realidades conhecidas (e que refletem a vivência dos trabalhadores-alunos); (ii) convocar os trabalhadores-alunos a problematizar e "reler" a realidade; (iii) permear a discussão "da realidade" com as diretrizes e dispositivos (mas sem que os dispositivos ocupem em si o maior espaço de discussão); (iv) reforçar o tempo inteiro que o que se espera dos trabalhadores-alunos como "apoiadores" é a "disponibilidade" para se apropriar daquele tipo de problematização para atuar/agir com ela nos seus locais de trabalho e com os colegas da rede. Isto é, espera-se que eles "se formem" no sentido de ampliar sua capacidade de análise (autonomia) para ajudar os "outros" a também ampliarem suas capacidades de análises. Esse imenso desafio dos cursos aos poucos tem sido alcançado e depois de cerca de 15 cursos já realizados e/ou em andamento, temos visto vários esforços nesses sentidos. No Curso do ES temos podido aprofundar várias das estratégias que fomos construindo com os cursos anteriores. E tem sido uma experiência potente e prazerosa, coconstruída especialmente com companheiros maravilhosos: Beth Barros, Vera Figueiredo, Fábio, Rafael, Mônica e todo o grupo de formadores. Gustavo nos ajudou imensamente nesse esforço!
Neste momento, tenho o prazer de registrar/compartilhar esses indicadores aqui!
Serafim