O que fazer além?
Há alguns meses, em conversa com Agentes Comunitários de Jaraguá do Sul, SC, ouvi destes profissionais um relato angustiado sobre "o que eles poderiam fazer" em relação às demandas que surgiam dos usuários da comunidade. Se eles tivessem a ferramenta da "prescrição" medicamentosa, como os médicos, ou os conhecimentos dos enfermeiros, seria mais "fácil", teriam algo a oferecer….
Eis que hoje pela manhã participei de uma ação de apoio matricial dos dois CAPS da cidade para uma equipe de ESF (bairro Vila Lenzi). O médico da unidade compartilhava um caso de um usuário de drogas que já havia passado pelo CAPSad ("não adiantou", disse o usuário), e que há poucos dias se consultara com ele, pedindo ajuda para sua "ansiedade". O clínico prescreveu um antidepressivo e antes mesmo de saber dos efeitos do mesmo, perguntou ao grupo matricial: "O QUE FAZER ALÉM DO REMÉDIO?".
HÁ ALGO POSSÍVEL ALÉM DE OBTURAR AS FALTAS E VAZIOS DAQUELE QUE SOFRE?
Afirmo que sim e ele sabe disso, mesmo que não saiba que sabe.
Por patrinutri
Uma porta aberta para as outras possibilidades, este é nosso papel como profissionais de saúde e não de doença. Ofertar estar ao lado, ofertar apoio.
Tirar o foco da doença, abrir os horizontes de outros espaços potentes da vida.
Isto o ACS pode! Mas também não pode sozinho, construir um projeto terapêutico singular com a equipe multidisciplinar e o usuário.
Talvez esta resposta não se exerça assim tão fácil como caem as palavras sobre esta página, mas ainda assim acredito em outras possibilidades de potência de vida.
Vamos seguindo na conversa, que outras possibilidades sua experiência pode nos revelar?
Grande abraço,
Patrícia