Já repararam que o mês de setembro começou agitado na Rede HumanizaSUS?
Com a abertura de processo seletivo para contratar um novo profissional de comunicação para a Política Nacional de Humanização, esse ciberespaSUS tem recebido diversos novos conteúdos e visões sobre a PNH, a partir do cadastro e atuação dos interessados no processo seletivo disparado na RHS.
Mais de 90 currículos foram encaminhados à PNH, e destes, 34 aceitaram o desafio de entrar na RHS e fazer um post sobre a Política Nacional de Humanização.
Ao longo de mais de seis anos à frente das ações de comunicação da PNH, muito me alegra perceber que há tantos comunicadores comprometidos com o SUS que dá certo e interessados em divulgar isso. Entrei na PNH junto com a RHS, e minha relação hoje com o mundo de possibilidades que esta Rede possibilita para mim, vai além do exercício formal da atividade de gestão da comunicação. Por aqui, convivo quotidianamente com experiências singulares do SUS, com as críticas, com o debate qualificado e sinto como essas experiências transformam o meu olhar como comunicadora e pesquisadora do SUS.
Pensando nisso, quando elaboramos o processo seletivo, expus a necessidade de recrutarmos COMUNICADORES, antes de se pensar na lógica cartesiana : "Contrata-se assessor de comunicação, jornalista, publicitário ou relações públicas”.
É claro que as atividades a serem desenvolvidas pelo novo profissional a ingressar no time da PNH envolvem a expertise na difícil área da comunicação, e dezenas de atividades burocráticas junto ao Ministério da Saúde e seus diferentes públicos, mas nosso desejo é instigar pessoas que, independente de sua formação, se sentem COMUNICADORES do SUS, gente comprometida com a saúde pública de todos e para todos, que se sente responsável e chamado a comunicar o SUS que dá certo.
Todos os participantes da RHS podem também conhecer as ideias desse tanto de gente nova que quer fazer mais pelo SUS! Os posts dos comunicadores estão acessíveis neste link.
Confesso que estou ansiosa para conversar com esses comunicadores, então aproveito para convida-los a debater nos comentários deste post o seguinte tema:
Afinal, todo profissional da saúde é um comunicador do SUS? Por que?
crédito da imagem – https://comunicasaude.blogspot.com.br
25 Comentários
Faça login para comentar e recomendar este post a outros usuários da rede.
Nasci com o SUS, possuo os 25 anos do sistema que viabiliza e constrói pontes para a saúde do brasileiro. Em 1988 junto da constituição surgiu a possibilidade de termos mais equidade e humanização no cuidado das pessoas.
Criada em 2003, a PNH apresenta Diretrizes que sinalizam um futuro ainda melhor para a saúde pública.
O processo seletivo de novo comunicador da PNH nos corrobora com a inclusão de novos participantes aqui na RHS. Fiquei encantada ao ver o olhar dos profissionais sobre o SUS.
Desde que iniciamos a seleção vimos que muita gente pensa em contribuir com a comunicação dessa rede com infinitas possibilidades.
Atuar em uma assessoria tão ampla, que abrange todo o País requer expertises próprias, mas além disso, é fundamental acreditar no SUS que dá certo.
Muito me alegrou ver entre os inscritos, meus amigos da faculdade, colegas de profissão, e ativadores da RHS.
A pauta de hoje é o novo comunicador, e gostaríamos de ouvir todos vocês!
Nosso legado certamente irá além da escolha de um profissional potente, teremos também a ativação de uma rede de comunicadores para pensar um SUS cada dia melhor.
Forte Abraço,
É bem interessante pensar que os profissionais de saúde também podem ser comunicadores.
E no sentido ético da construção conjunta de modos mais potentes de olhar para a saúde.
Por Raphael
Ao perceber que a vaga ofertada era para o novo comunicador resolvi enviar o meu currículo, pois a comunicação é um conceito muito maior do que o jornalismo.
Focando nas habilidades e competências que possuo enquanto Tecnólogo em Gestão Hospitalar, explorei as políticas públicas de saúde na teoria e na prática.
Adoro desafios e está sendo muito bom participar deste processo seletivo que nos envolve de forma tão peculiar.
Todo profissional de saúde é um comunicador do SUS, porque é através da comunicação que a assistência e a gestão acontecem de verdade.
Mas não posso esquecer de mencionar aqui, que todo usuário é um comunicador do SUS, afinal não existe comunicação, nem humanização de forma isolada entre profissionais.
A capacidade e o exercício da comunicação é o que nos torna sempre mais humanos, logo somos todos comunicadores do SUS!
Abraços!
Raphael
Antes de responder o questionamento do post acima queria ressaltar aqui minha imensa satisfação e prazer em participar do processo seletivo que vai eleger um novo comunicador do SUS. Uma iniciativa muito importante e necessária para aprimorar o atendimento humanizado já realizado com sucesso em todo o País.
Posso afirmar com toda certeza a importância de uma relação mais afetiva entre profissionais da saúde e usuários do SUS por ter tido experiência nas duas situações, sou diabética desde os nove anos de idade e trabalhei por dois anos com pacientes diabéticos, visitando de casa em casa, orientando sobre a importância de um bom controle da doença e utilizando meu ritmo de vida como exemplo e estimulo para os pacientes sentirem a necessidade de viver bem. Confesso que a conversa, o contato de saber escutar e participar diretamente com o paciente fazia bem não só para o paciente que eu atendia, fazia bem para mim também, por perceber que o tratamento não é só instruir o paciente a tomar o medicamento, a fazer uma alimentação adequada, é também perceber através do que é exposto por eles a necessidade de cada um e poder de alguma forma ajudar dentro de seus limites a cuidar de si.
Sobre o questionamento de que todo profissional da saúde é um comunicador, a resposta é “sim”. Todo profissional da saúde é um comunicador, mas a questão é: Como que cada profissional está usando a sua maneira de comunicar? A maneira de se comunicar não só com o usuário, mas também a comunicação entre trabalhadores e gestores é o que define o resultado da relação entre todos.
Comunicar é participar, portanto o profissional de saúde ao participar de um problema de saúde ou na saúde pública já se torna automaticamente um comunicador, o que vai diferenciar de uma maneira positiva essa comunicação é o modo de como tem sido feito esse contato, a forma de saber ouvir, de entender o problema, de trocar ideias entre si para que todos juntos possam descobrir a melhor solução para um atendimento perfeito onde todos vão ganhar; os profissionais por sentir mais satisfação no trabalho e os usuários por perceberem a diferença ao ser atendido de um jeito mais afetuoso, mais humano.
A chave para o sucesso é saber conversar, romper as diferenças, ouvir o próximo, esse sim é um tratamento que vai além de qualquer dose de comprimidos receitado pelo médico, faz bem e não custa muito.
Prezada Mariela e demais organizadores,
Sem dúvida, a proposta do uso da RHS como ferramenta para seleção do novo comunicador da PNH foi um sucesso e muito gratificante, na medida que possibilitou um rico intercâmbio com diversas pessoas que não conhecíamos, e que nos oportunizaram conhecer as suas ideias, os seus saberes sobre a comunicação, numa interface com a PNH e com o SUS, aquecendo as conexões da Rede.
Não queria estar na pele dos avaliadores. Vai ser páreo duro escolher o melhor comunicador entre tantos excelentes candidatos!
Um forte abraço!
Emília
Olá colegas! Antes de mais nada gostaria de agradecer a oportunidade de poder participar deste debate sadio e rico com vocês. Também deixo meu agradecimento a Mariella e a PNH, como um todo, pela iniciativa de um processo seletivo tão inovador, transparente e excitante.
Bom, o que tenho a dizer sobre esta proposição é que a comunicação pensada por um profissional só surte efeito quando quem realiza o trabalho e usufrui dele vê a concretização do que é comunicado no serviço ofertado.
Isso não vale só para a saúde. Quando uma marca de chocolate, por exemplo, divulga que em sua loja o cliente é tratado de uma maneira especial; mas ao fazer sua experiência de compra o público se depara com vendedores reclamando do ambiente de trabalho e não lhes dando a devida atenção, a comunicação vai por água abaixo.
Eu, por exemplo, não deixaria de comprar o chocolate se estivesse com muita vontade, mas também só voltaria em caso de necessidade e já preparada para um ambiente pesado.
O mesmo acontece com quem precisa da saúde. Eles voltam em caso de necessidade, mas já vão armados contra o sistema.
A boa experiência do profissional de saúde e do usuário do SUS são a melhor comunicação que pode ser explorada.
Por Grazi_ela
Sim, sim sim!
Todo profissional de saúde é um comunicador do SUS. Ele é o conhecedor de todo o processo, que faz o atendimento, que participa das capacitações, que contribui para o crescimento da profissão e, consequentemente, da humanização.
Comunicar, hoje em dia, não é um papel só do jornalista. Todo mundo faz comunicação. É claro que esse profissional é altamente capacitado e detém o conhecimento necessário para fazer um jornalismo eficiente e correto. Mas a profissão vai muito além de técnica, também precisa do saber humano para contar boas histórias como elas merecem ser contadas.
Aproveito para parabenizar a iniciativa da Rede HumanizaSUS em fazer esse processo seletivo dinâmico e coletivo permitindo uma vivência única e uma troca de conhecimentos tão significativa para a vida de todos, que enquanto seres humanos, independentemente da profissão, fazemos parte deste SUS que dá certo.
Abraços!
Por Alex Fernandes
Olá Mariella,
Muito oportuna a sua provocação. Imagino estar sendo difícil optar pelos comunicadores que serão selecionados para a entrevista, e estar antenado ao que se passa na RHS por esses dias se mostra essencial para nós candidatos.
Acredito na afirmativa de que “todo profissional da saúde é um comunicador do SUS”, isto pelo fato de as pessoas possuírem diferentes tipos de relacionamento, de não serem isoladas como ilhas. Na Era da Informação em que vivemos, com o advento da internet e das redes sociais, esses relacionamentos são ainda mais possíveis e múltiplos. A propagação da informação se dá de várias formas.
O profissional de saúde, por ser humano e se relacionar, até mesmo em uma simples conversa pode propagar situações que se passam no seu cotidiano. Dessa maneira, se torna, além de profissional de saúde, um comunicador do SUS. A grande questão aqui, como alguns colegas já pontuaram, é estar ciente desse papel e, através dele se preocupar com uma escuta qualificada (principalmente na atenção primária), onde o acolhimento ao paciente seja eficiente e dessa forma possibilite a prevenção de riscos e a promoção da saúde. Um paciente feliz com o atendimento gerará muito provavelmente um profissional de saúde também feliz, e, por conseguinte um comunicador do SUS eficiente.
Também é necessário o fomento às grupalidades, aos coletivos e às redes, como formas de se propagar o “SUS que dá certo”. E em tudo isso perpassa a valorização ao trabalho e ao trabalhador, quando tal ação propicia o estímulo a novas formas de se gerir os processos relacionados à saúde (a questão da cogestão, que traz a democratização dos serviços de saúde).
Enfim, juntos podemos fazer muito pelo SUS.
Por denise.niy
Já dizia o velho guerreiro, o apresentador Chacrinha: quem não se comunica se trumbica! Nascemos em uma sociedade e nela e com ela crescemos, o que significa que o tempo todo interagimos uns com os outros, em nosso cotidiano familiar, profissional ou mesmo de lazer.
No atendimento em saúde, quando pensamos em comunicação logo nos remetemos à relação entre profissional e paciente. Quase sempre estamos preocupados com a maneira de abordar o paciente, com a clareza da informação prestada pelo profissional, com a ética nessa relação, entre outros fatores.
Além dessa comunicação que envolve duas pessoas – colocadas ou não em patamares diferentes de hierarquia -, precisamos considerar também a comunicação de valores que se realiza no cotidiano dos serviços. Uma sala de espera limpa e bem cuidada significa mais conforto, o que, por sua vez, pode transmitir a primeira ideia do acolhimento.
Acredito, assim, que todo profissional de saúde é individualmente um comunicador do SUS. E coletivamente todos constroem de modo solidário e co-responsável as percepções e significações acerca do sistema único de saúde. Isso vale, inclusive, para esta plataforma de microblogs e para o processo seletivo para comunicador: pelas interações nos comentários, fica fácil se contagiar com o entusiasmo dos integrantes mais antigos da rede!
Por patrinutri
A linguagem produz saúde não só quando informamos o que se passa em nosso corpo, mas quando com ela criamos relatos que afeta o outro e a nós mesmos, produz sentido para as sensações do corpo e sentidos de vida.
Um novo comunicador para a PNH precisa não só assessorar a comunicação da instituição, mas compartilhar o fazer e a construção da política pública do SUS que provoca, atua, implementa a humanização no SUS.
Muito mais que informar tem que se colocar como um apoiador, alguém que se põe na roda com seus saberes, respeita os diferentes, provoca reflexões e convoca a todos para construir um novo saber coletivo.
Com certeza não é uma tarefa simples, mas plenamente possível se estiver disposto antes de qualquer coisa efetivamente experimentar em sua prática o método da tríplice inclusão de saberes, práticas, sujeitos e em especial os analisadores capazes de desacomodar o que circula na roda.
A roda está posta, vamos conversar?
Por denise.niy
Concordo! Essa aproximação das pessoas que fazem o SUS como trabalhadores e usuários é tão revolucionária quanto complexa!
A roda está posta, e para conversar, para que haja conversa, é preciso saber ocupar um lugar na roda, no mesmo chão e no mesmo plano que os demais participantes. Olhar o outro nos olhos e reconhecer a si mesmo como apenas mais uma pessoa da roda representa, a meu ver, um enorme desafio.
Assim tem sido, pelo menos, desde 2009, quando me aventurei na mediação de rodas de gestantes na região do ABC paulista. E apesar disso, talvez por causa disso, nunca aprendi tanto em tão pouco tempo. As poucas horas partilhadas com as mulheres e suas famílias constituem experiências significativas que têm me proporcionado grande crescimento.
Entrei na roda, e dela não saio mais, não!
Por Mishelly coelho
Me formei em jornalismo e sempre fui contra a limitação da profissão. Não quero ser apenas uma jornalista em redação e afins, quero ser comunicadora, seja onde for. Quero levar minha vivência de mundo, conhecimentos e novidades. Entender de tudo um pouco e sempre relacionar todas as áreas, sem esquecer que elas se completam e se enriquecem. Precisamos uma da outra. Achei um máximo ler isso: "quando elaboramos o processo seletivo, expus a necessidade de recrutarmos COMUNICADORES, antes de se pensar na lógica cartesiana : "Contrata-se assessor de comunicação, jornalista, publicitário ou relações públicas”.". Estou batendo palmas!
Sobre o questionamento, "Afinal, todo profissional da saúde é um comunicador do SUS? Por que?"
Resumo: A boa comunicação vem da dedicação, cuidado e experiência, nem sempre da sabedoria dos livros ou de regras universitárias (claro que isso é importante, mas não apenas). Até a senhora que passa mal, vai ao hospital e participa da vivência do atendimento, que depois chega em casa conta como foi o processo pras vizinhas/familiares é uma comunicadora do SUS. Como o caso do meu tio, que ficou sabendo que o remédio que ele precisava tinha no posto perto da casa porque um amigo contou.
Muita gente só sabe de várias informações porque alguém próximo compartilhou.
Ou seja, todos os profissionais de saúde são comunicadores do SUS. Mas não só eles, todas as pessoas que precisam de saúde e atendimento público são comunicadores do SUS.
Por Zirlene Lemos
Olá Mariella e amigos da RHS, foi instigante, mas também muito produtivo pensar sobre essa 'provocação' se “afinal, todo profissional da saúde é um comunicador do SUS? Por que?”.
Creio veementemente que sim, principalmente na medida em que estes profissionais lidam, produzam ou transmitam informações e notícias para a população e ajudem a orientá-la melhor sobre a participação na construção do SUS e sobre o acesso e a oferta de serviços prestados por ele. Ouso ir até mais além, ao defender mais uma vez o que abordo no meu post ‘Você é um HomoSUS’. Para mim somos todos ‘comunicadores do SUS’, inclusive pelo fato de sermos todos, usuários do SUS.
Me lembro de um encontro que participei, que contou com a presença do professor Luiz Odorico de Andrade, secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, onde ele expunha porque o SUS está em tudo. Ele usou como exemplo: “até quando a gente toma banho, estamos com o SUS”, e explicou que a água é monitorada pelo Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Olha, apesar de já ter pensado sobre as muitas interfaces do SUS na nossa vida, essa pra mim foi novidade. Nunca mais esse exemplo saiu da minha cabeça e cada vez mais, estou certa que o SUS ‘tá em todas’!
Quer mais um exemplo de que somos todos comunicadores do SUS? O SUS lida com questões complexas, como o financiamento, legislação, regulamentação, organização e estruturação do sistema, atuação do controle social, assistência, responsabilidades dos governos, sem falar da pactuação entre os municípios para oferta de serviços [isso só para citar alguns].
Para mim, ninguém melhor para comunicar sobre tudo isso, do que quem vivencia na pele, cotidianamente, em cada acolhimento, em cada atendimento, em cada momento….. ou seja, os profissionais da saúde. Exatamente por isso penso que devemos nos apropriar do SUS e apresentá-lo como patrimônio nacional! É nosso sistema, é feito por nós e a cada dia deve ser melhorado por meio do nosso protagonismo.
Claro que ainda temos muitos desafios a enfrentar, afinal ao lidar com o SUS, lidamos com a defesa da vida e com a garantia do direito à saúde. Acompanhamos avanços que estimulam, nos deparamos com novas questões que demandam soluções e mais e mais respostas, e claro, aperfeiçoamentos e mudanças de rumo. Mas isso tudo faz parte do ‘conjunto da obra que é o SUS!
Especificamente no que diz respeito à relação entre o SUS e a mídia, é importante que, como comunicadores estejamos sempre muito atentos. Me lembrei do professor Valdir de Castro Oliveira, da pós-graduação em Informação, Comunicação e Saúde da Fiocruz [de quem tive a felicidade de ser aluna quando ele lecionava na Universidade Federal de Minas Gerais]. Ele já chamava atenção para uma pesquisa de 1998, que mostrava que a maioria das pessoas não sabiam sequer o que significava a sigla SUS. À época, as principais imagens e informações divulgadas pela mídia sobre o sistema, estavam associadas às dificuldades do setor, à incompetência das autoridades ou dos profissionais da área. Esse ‘destaque’ ao negativo impossibilitava que o SUS criasse para si melhor imagem na esfera pública.
Apesar de muitos anos já terem se passado, desde a pesquisa do professor Valdir lá em 98, infelizmente os pontos positivos do sistema, ainda não recebem a mesma atenção dos profissionais da mídia, que os negativos. Por essa e outras razões, é fundamental que cada vez mais essa rede de comunicadores do SUS, se expanda e para que isso aconteça é preciso consolidar cada vez mais a noção de “pertencimento”. Somos todos HomoSUS!
Grande abraço e saibam que é sempre um prazer compartilhar com vocês
Por Déborah Proença
Antes de tudo, gostaria de parabenizar a equipe pela iniciativa de promover um processo seletivo por meio do trabalho prático. Isto é inovador e justo tanto com os candidatos quanto com a própria equipe, pois podem vislumbrar um pouco do futuro.
Contudo, diferentemente dos colegas, não acredito que todo profissional de saúde seja um comunicador do SUS. Infelizmente conheci muitos profissionais que trabalham no SUS, mas não fazem ideia do que seja isto. Também não acredito que todo comunicador seja jornalista (e vice-versa), como frisou o colega Raphael.
Na minha parca experiência, falar sobre o SUS é viver com alma. É aquele bichinho que pica e a gente nunca mais é o mesmo. Defender uma saúde universal e gratuita é um presente que poucos jornalistas têm a oportunidade de aprender. E, pra mim, aqueles que se dedicam a entender o que significa o SUS, em toda a sua integralidade, se tornam profissionais DA saúde.
Tenho orgulho de dizer que sou uma profissional da saúde que utiliza o campo da comunicação como ferramenta de trabalho e amor. E tenho mais orgulho ainda em ver outros tantos como eu.
Por Tatiany Volker
Comunicar é o ato de tornar comum, atividade intrínseca e necessária a todo ser humano para viver em sociedade. Comunicação é criação, troca de informações e mensagens, essencial à socialização e formação/educação das pessoas. É por meio da comunicação que existem e se desenvolvem as relações humanas. É por isso que, sendo humanos, somos todos comunicadores.
Nessa perspectiva, todos os trabalhadores do SUS, enquanto humanos, são comunicadores. E comunicadores do SUS? Sim! Nós trabalhadores do SUS, toda a estrutura que constitui o SUS e todos que, direta ou indiretamente, tem contato com os serviços ofertados pelo sistema, são comunicadores do SUS! Pois interagem, dialogam, emitem opiniões, divulgam, enfim comunicam sobre e com ele.
E como tem ocorrido essa comunicação? Que significados e sentidos ela tem expressado? Que SUS nós estamos comunicando, sendo trabalhadores ou usuários do sistema? Que modelo de gestão, que forma de atendimento, que tipo de clínica tem sido comunicado?
Aqui no HumanizaSUS a comunicação é pelo SUS que dá certo. E na sua casa, na sua família, no seu trabalho, no ônibus, na conversa do bar?
Por Priscila Tamis
Olá Mariella e companheiros da Rede!!
Que alegria dá este post! E a tua questão é uma luta vital pra mim, parte constituinte da afirmação de todos os dias.
Primeiro, quem é trabalhador em saúde? Nós sabemos quem são os especialistas, graduados e especializados. Gente cujas ações são extremamente importantes. Mas, para além da especialidade, há nossas especificidades, há registros de sensibilidades, há cuidadores e curandeiros. Sim, gente que produz saúdes e subjetividades mais potentes em qualquer lugar – nas ruas, praças, avenidas, becos… no teatro, na dança, na mandinga… nas relações.
Como articuladora em arte e saúde, minha afirmação de todos os dias, a partir de esforços coletivos, é que o serviço público de saúde que produz-promove-previne-reduz danos, está para além dos equipamentos de saúde ou das políticas específicas. É especialmente tudo isso e mais todas as forças potentes que compõem a produção de saúde. E essas forças estão em qualquer gente, em qualquer lasca de minério que esteja a favor da vida.
Por isso, um comunicador do SUS, é antes, um articulador. Seja ele profissional especializado e contratado pela Saúde, seja ele uma gente qualquer. A potência comunicadora está em qualquer um de nós. O que diz de sua materialidade é o desejo de luta que a gente imprime nesse fazer – a micropolítica cotidiana.
"nosso desejo é instigar pessoas que, independente de sua formação, se sentem COMUNICADORES do SUS, gente comprometida com a saúde pública de todos e para todos, que se sente responsável e chamado a comunicar o SUS que dá certo".
Grande abraço e agradecida por essa conversação!
Por patirs
Pessoal… Me perdoem! Eu estava com problemas na minha internet e vi apenas agora a provocação.
Bem, vamos em frente: todo profissional da saúde é um comunicador do SUS? Por que?
Se entendemos comunicação como um conceito que vai além das palavras, sim. Porém, nem sempre os profissionais da saúde comunicam o SUS da forma como ele, efetivamente, deve ser comunicado, isto é, como um dos melhores sistemas públicos de saúde do mundo. Daí a importância dos comunicadores profissionais, de ajudar, inclusive, a capacitar toda a rede envolvida neste processo, sejam eles médicos, enfermeiros, atendentes, enfim…
A formação em jornalismo (ou em outra área coirmã) nos torna habilitados para a realização deste trabalho. Contudo, isso não é tudo: é necessário aquele algo mais, o que eu chamaria de "vestir a camisa". Acreditar que, embora haja problemas na saúde pública, é possível aprimorá-la.
Eu estou apta para entrar nesse time. Acredito no SUS e, mais do que isso, nas pessoas que tornam ele "humano".
Obrigada!
Por Raphael
Olá Mariella
Acredito que seria muito legal se você fizesse um comentário na postagem de cada pessoa que concorre neste processo seletivo, trazendo as suas percepções enquanto comunicadora da PNH. O que você acha?
AbraSUS!
Raphael
Por Mariella
Oi Raphael,
li todos e vou sim comentar a cada um!
Estou aguardando os demais candidatos entrarem na conversa, para não influenciar nas opiniões sobre esse tema já que ainda estamos na última etapa da seleção!
Bj
Por Raphael
Olá Sheila,
Acredito que seria muito legal se você fizesse um comentário na postagem de cada pessoa que concorre neste processo seletivo, trazendo as suas percepções enquanto comunicadora da PNH. O que você acha?
AbraSUS!
Raphael
Saúde, qualidade de vida, homem integrado. Essa é a tríade que faz parte do conceito da OMS – Organização Mundial de Saúde, mudou todo um paradigma em que saúde se limita a uma condição de ausência de doença, e não no bem-estar físico, mental e social. É uma idéia significativa para se pensar no que é ter saúde.
Pois bem, esse homem integrado tem por princípio a sua relação com o mundo – leia-se pessoas, objetos, tudo que faz parte dele e é significativo. No sentido de ter a saúde e ser homem integrado é fundamental o processo comunicativo. O comunicar. A comunicação.
Fazer parte da vida do outro, estabelecer relações sociais, tornar saúde parte da vida de cada um demanda comunicação. E de um comunicador. Ele irá articular essas relações, integrar vidas, tornar mais fácil os saberes ao outro – e de saberes leia-se informação. O comunicador é ponte que atravessa e liga. Somos todos comunicadores!
Por Aline Khoury
Olá, Mariella e humanautas.
Que satisfação notar que tantas pessoas estão motivadas a trabalhar com a humanização da saúde e discutir esse assunto tão importante! Fico honrada em participar desse grupo e ainda mais animada a difundir as ideias da rede.
Ao refletir sobre a instigante questão que você levantou, pensei em algumas experiências pessoais que ilustram a importância do assunto. Sempre me interessei por temas ligados à Sociologia e à Comunicação, tanto que decidi me aventurar em cursos nas duas áreas, especialmente porque as formas de transmissão de uma tem muito a contribuir com a outra.
Nas Ciências Sociais as matérias traziam cada vez mais informações e conteúdos densos sobre os temas que permeiam nosso convívio social o tempo todo. Mas eu sentia que aqueles temas tão relevantes e cotidianos deveriam ser transmitidos de uma forma menos hermética e formalizada, que fossem relacionados à nossa realidade concreta e aos desafios sociais que se colocam tão claramente. Todo aquele conteúdo precisava de outro tipo de transmissão, que dialogasse com os acontecimentos que nos bombardeiam diariamente. Eu via na mídia uma abordagem nesse sentido mais claro e coloquial, mas por outro lado ela carecia justamente das reflexões sociológicas levantadas pelas notícias, muitas vezes diminuindo a dimensão humana dos casos noticiados.
Tanto em tais áreas quanto na saúde se enfrenta um desafio nessa transmissão das informações. Visto que as principais informações serão transmitidas ao paciente por meio dos profissionais de saúde, acredito que todos esses profissionais devem ser considerados comunicadores do SUS, compondo a face que o SUS assume frente a seus atendidos. Assim como no impasse que citei, os profissionais da saúde nem sempre aprendem os meios de transmitir seus conhecimentos de uma maneira que seja ao mesmo tempo clara e humanizada.
Nesse sentido, as ações de humanização são fundamentais para instruir os profissionais sobre tais cuidados. Um atendimento não apenas eficiente mas sobretudo cordial e sensível ajuda a amenizar o momento incômodo do paciente. Essa recepção é um meio de comunicação crucial, transmitindo uma mensagem de acolhimento que será interpretada de maneira positiva pelo usuário.
Sentindo-se confiante na competência do profissional e acolhido pelo atendimento do mesmo, o paciente encara seu tratamento de maneira mais motivada. Vivenciei esse elo ao passar por uma profilaxia de dez anos com doses quinzenais de benzetacil. Já famosas pela dor que costumam causar, essas injeções obviamente colocavam em meu caminho um longo processo muito desagradável. Nos primeiros anos, passei por profissionais bastante desmotivados que trataram minhas aplicações como meras tarefas burocráticas, de maneira impessoal e quase robotizada. Até que encontrei uma enfermeira que me atendeu de maneira tão humana, que já não combinava com o ambiente inóspito do posto, e passamos a aplicar as doses em minha própria casa. Nesse caso, a comunicação dessa enfermeira foi certamente muito exitosa e me transmitiu uma excelente impressão. Por isso me mobilizo para que os centros de saúde se tornem mais humanizados, para que os pacientes possam sentir o acolhimento de suas casas mesmo quando se tratam nos centros de saúde.
Portanto, a comunicação do SUS também é construída pelos profissionais das áreas médicas. Aliás, essa responsabilidade vai além dos funcionários da rede pública, pois engloba ainda aqueles que trabalham no sistema de saúde privado. Esses profissionais também devem se manter informados sobre a variedade de tratamentos oferecida no SUS e sobre seus níveis de qualidade – por um lado porque são cidadãos, com o direito de usufruir de todos esses serviços, e por outro porque são profissionais do setor, com o dever de informar sobre as ações da área.
Parabéns aos participantes desse processo. Conheçam João Paulo Soldati, o novo comunicador da PNH, comentem , participem da construção coletiva da comunicação do SUS.
Por wpereirajr
Comunicar vai além da verbalização… A imagem que você passa é uma mensagem.
Quando vamos a um restaurante e não temos um atendimento agradável provavelmente não voltamos e pior, fazemos questão de divulgar para os amigos a desagradável experiência. As redes sociais colaboram potencializando esse processo de divulgação.
O mesmo acontece com os profissionais de saúde. Ninguém procura hospitais porque realmente quer. Em grande parte, as pessoas chegam nos hospitais em situações delicadas, precisando de ajuda. Ajuda essa que espera encontrar no profissional que vai atende-lo. A partir deste momento, em que o paciente entra no hospital, a comunicação já está acontecendo.
A palavra de ordem num procedimento médico é confiança. Essa é a corrente que faz o elo entre paciente e médico. As vezes nos deparamos com médicos altamente qualificados e competentes, porém a falta de cordialidade, sensibilidade e respeito ao próximo faz com que essa relação não aconteça.
É fundamental se atentar ao básico, perceber que na frente do profissional de saúde está um ser humano que naquele momento precisa dele. E que este será um divulgador da mensagem que será passada pelo profissional.