Reflexões sobre a segunda aula
É com muito entusiasmo que venho a RHS compartilhar minha reflexão sobre a segunda aula da Disciplina Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde, a qual abordou temas como a gestão em saúde, o trabalho em saúde e o processo de trabalho em Saúde.
Durante o diálogo em sala de aula, chegamos ao raciocínio de que a gestão faz uso de ferramentas e técnicas, pensando nas relações de trabalho e a produção, o que em nosso debate divergiu da ideia de administração, que foi entendida como aquela que olha os processos produtivos, buscando a eficiência. Nessa perspectiva, compreende-se que a administração está dentro do universo da gestão, o qual está fundamentado em um paradigma ético-estético-político. Dessa forma, entendo que atualmente o amplo campo da gestão em saúde ainda se mantém bastante influenciado pela perspectiva de mercado, no qual há uma busca incessante pela eficiência. A área da saúde é um campo com características peculiares, que a difere de outros campos do conhecimento. Logo, é preciso pensar em formas de adequar as ferramentas, técnicas e posicionamento da gestão ao campo da saúde, principalmente em relação ao SUS, o qual possui princípios que devem ser considerados ao pensar na gestão da saúde nesse âmbito. Entendo, que atualmente muito do que se faz no SUS é a "Gestão da Doença", onde todo o processo e as relações objetivam apenas a cura e o tratamento de doenças e há pouco do olhar sobre o determinantes sociais, promoção da saúde, educação em saúde e prevenção. Porém, por meio das mudanças na formação dos profissionais, da educação permanente, do fortalecimento da participação social e das relações de trabalho, é possível fazer a mudança.
Abraços
Desirée Marques Pereira
Por Emilia Alves de Sousa
Olá Desirée,
Muito pertinente a sua discussão sobre o tema da gestão.
Gerir qualquer organização, seja pública ou privada, não é um processo muito fácil, se as pessoas não se sentem incluídas, se não tomam parte das decisões. Portanto uma gestão, no contexto atual de transformação comunicacional, vai muito além de uma simples administração, ela passa pela criação de ambientes participativos, interativos, buscando a colaboração e a satisfação dos envolvidos.
O modelo proposto pela PNH, na gestão dos processos de produção de saúde, prevê a valorização e a inclusão de todos os sujeitos envolvidos: trabalhadores, usuários e gestores. Um modelo centrado no trabalho coletivo, onde todos possam planejar, discutir, avaliar os problemas demandados e juntos buscar as mudanças necessárias. Um modelo circular, rompendo com a verticalização das funções/setores de trabalho, onde todos opinem de forma democrática.
Infelizmente, esta não é uma regra geral, ainda temos muitas gestões verticalizadas, centralizadas, impessoais, no público e mais ainda no sistema privado, na saúde e em outras áreas. Entretanto, abrir o debate e insistir na temática, já é um forte mecanismo para as transformações necessárias.
Um abraço e aguardamos novas colaborações!
Emília