Ações de Política Nacional de Humanização, puderam ser aplicadas no atendimento à Usuária do SUS.

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Nós, acadêmicos de Medicina somos inseridos como membros das Equipes Interprofissionais, desde o primeiro termo da Graduação em Medicina, graças a uma parceria firmada entre Academia e Serviço (PAPP/FAMEPP/UNOESTE e Secretarias Municipais de Saúde de Presidente Prudente e Álvares Machado), no interior de SP, no dia 16/03/2023, na ESF Morada do Sol, em Presidente Prudente; Rede Regionalizada de Atenção à Saúde (RRAS 11) na Alta Sorocabana, pude acompanhar um caso raro de uma paciente que foi até a unidade e observar os princípios da Política Nacional de Humanização, sendo aplicados no atendimento à Usuária do SUS.
Uma mulher chegou à ESF com queixa de dor e desconforto na genitália, há alguns dias, foi atendida como demanda espontânea, observei na prática a Política Nacional de Humanização se pauta em três princípios: inseparabilidade entre a atenção e a gestão dos processos de produção de saúde, transversalidade e autonomia e protagonismo dos sujeitos. A professora que é enfermeira, juntamente com alguns acadêmicos foi fazer o exame físico na região da queixa. Havia um nódulo bem hiperemiado na região dos pequenos lábios externamente à abertura vaginal. O médico foi solicitado para avaliar. Ela foi diagnosticada com bartholinite, um caso raro, que em média afeta menos de 130 mulheres por ano, e a idade pode variar de 18 a 61 anos, acomete somente em mulheres na idade reprodutiva, foi medicada, então pude observar que a a usuária do SUS foi acolhida, atendida e medicada ou seja teve suas necessidades supridas.
O cisto de glândula de Bartholin consiste em tumoração da vulva, que se desenvolve no trajeto do ducto glandular por sua obstrução, e a mesma continua a secretar muco, é responsável pelas queixas de 2% das mulheres em consultório ginecológico. Aproximadamente 70% eram multíparas, e a queixa mais frequente é a dor.
Embora benigna, a lesão está associada a desconforto significante das pacientes, sendo a maior queixa a dor na região levando ao desconforto ao sentar e deambular. Caso o cisto evolua para um abscesso, os sintomas podem se agravar deixando-a incapacitante, além de estarem acompanhados de náuseas, vômitos e febre, semelhantemente a um quadro infeccioso. A obstrução da glândula de Bartholin dá origem à retenção de secreções com dilatação do ducto e formação do cisto. É mais comum em mulheres solteiras e de baixa condição econômica. O diagnóstico é realizado por meio do exame físico, observando-se massa flutuante em um dos pequenos lábios.
Alguns estudos mostraram que a secreção originada desses abscessos apresentava agentes como a Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis, entretanto, na maioria dos casos, os organismos causadores são da própria flora vaginal mista, bacteroides, Escherichia coli e Staphylococcus aureus. O tratamento do cisto de Bartholin pode ser conservador ou cirúrgico, dependendo dos sintomas da paciente, do tamanho do cisto, e se está infectado ou não. Pacientes assintomáticas não necessitam de qualquer tratamento. Se a glândula torna-se infectada, o tratamento com antibióticos de amplo espectro e analgésicos faz-se necessário.
 Referências bibliográficas: 
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Patil S, Sultan AH, Thakar R. Bartholin’s cysts and abscesses. J Obstet Gynaecol. 2007;27(3):241-5. Review. Retraction in: MacLean A, Treadway A. J Obstet Gynaecol. 2013;33(2):219.