As Crianças na Contemporaneidade: Crianças da Ucrânia

7 votos

Este é um reumo crítico que escrevi em meados de 2023, após assistir a uma palestra sobre bebês de reprodução assistida, na Faculdade Mário Quintana (Porto Alegre).

O advento da pílula anticoncepcional, em 1960, representou um marco sexual e de reprodução. Representou a separação do ato sexual da possibilidade de concepção, visto que era uma necessidade diante da transição demográfica ao longo do século XX. Logo na sequência, em 1978, nasceu a primeira bebê concebida pela Fertilização In Vitro (Louise Brown). Os bebês de reprodução assistida são bebês que foram concebidos com a ajuda de técnicas de reprodução assistida, como Fertilização In Vitro, inseminação artificial, entre outras. Essas técnicas são utilizadas quando casais têm dificuldades para engravidar naturalmente ou quando há riscos de transmitir doenças genéticas para a criança.

Neste contexto, traça-se um paralelo com a guerra na Ucrânia. Este tem sido um conflito violento e prolongado, que começou em 2014 e ainda continua em algumas áreas. Muitas crianças também têm sido afetadas pela guerra, incluindo bebês. Muitos deles foram separados de suas famílias, perderam suas casas e têm enfrentado condições precárias de vida. Além disso, há relatos de que bebês e outras crianças têm sido vítimas de violência, abuso e exploração durante o conflito.

Em todos esses casos, é importante lembrar que bebês e crianças são vulneráveis e precisam de cuidados especiais para garantir seu bem-estar e desenvolvimento saudável. As autoridades governamentais, organizações não governamentais e a sociedade em geral devem se unir para proteger essas crianças e garantir seus direitos básicos.

Diante das colocações acima, é necessário discutirmos a respeito do cuidado para com essas crianças e bebês, vitimadas pela guerra e, também, pela pandemia do novo coronavírus, assim como a responsabilização pela guarda e cuidados para com os bebês cuja família abandona em orfanatos ou, até mesmo, quando seus embriões ficam em poder das clínicas de reprodução assistida.

Nestas clínicas é essencial que o processo seja conduzido com segurança, apoio e espaço para escuta, e a possibilidade de os adultos (futuros pais e mães) lidarem com as emoções durante o tratamento. Além disso, é preciso perguntar: de quem é a responsabilidade por essas crianças que nascem nesses contextos (guerra, reprodução assistida)? Invariavelmente precisamos refletir a respeito da mercantilização da vida, não importando a etapa desta. Uma vez que, em troca de dinheiro, a vida se compra e se vendo neste contexto.

Finalizando, é preciso discutir o que as Fertilizações In Vitro e demais técnicas de reprodução assistida nos dizem sobre a mercantilização da vida. É necessário conscientizar e facilitar o acesso ao serviço oferecido pelas clínicas à população de baixa renda, e que o serviço também seja disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde, juntamente com o serviço de apoio psicológico.

Referências

“O nascimento da pílula anticoncepcional e a revolução sexual e reprodutiva, artigo de José Eustáquio Diniz Alves,” in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 26/11/2018, https://www.ecodebate.com.br/2018/11/26/o-nascimento-da-pilula-anticoncepcional-e-a-revolucao-sexual-e-reprodutiva-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/.

MOURA, Marisa Decat de; SOUZA, Maria do Carmo Borges de; SCHEFFER, Bruno Brum. Reprodução assistida: Um pouco de história. Rev. SBPH,  Rio de Janeiro ,  v. 12, n. 2, p. 23-42, dez.  2009 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582009000200004&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  11  abr.  2023.

VIEIRA, Mara Farias Chaves; OLIVEIRA, Maria Liz Cunha de. Protocolo de Atendimento Psicológico em um Serviço de Reprodução Humana Assistida do Sistema Único de Saúde – SUS. Disponível em <https://doi.org/10.1590/0102.3772e3449