Boletim Proadess destaca o aumento de acidentes com motociclistas no país

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“De R$ 260 milhões gastos em 2017 pelo SUS com internações por ATT, cerca de 63% foram gastos com motociclistas”, afirma Josué Laguardia

Com um número expressivo, dados apresentados na última edição do Boletim Proadess, do Projeto de Avaliação de Desempenho do Sistema de Saúde, do Icict/Fiocruz, mostra que houve um aumento de mortes de motociclistas no país. Se em 2000, foram 8,3%, em 2017 esses números pularam para 33,4%. O levantamento do Proadess mostra que nas regiões Norte e Nordeste, os motociclistas representaram,  respectivamente, 44,5% e 43,4% dos óbitos por ATT em 2017; enquanto que, em 2000, eram da ordem de apenas 13,6% e 12,1%. Chama a atenção nos números levantados pelo Boletim Proadess que são os jovens entre 20 e 39 anos, que estão morrendo e as regiões Nordeste (59%), Norte (57%) e Centro-Oeste (56%) são as que apresentam maior índice de mortes de motociclistas.

Os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) também refletem essa realidade, como afirma Josué Laguardia, coordenador do Proadess, dos “R$ 260 milhões gastos em 2017 pelo SUS com internações por ATT, cerca de 63% foram gastos com motociclistas, sendo que esse percentual entre as Grandes Regiões variou de 50,4% (Sul) a 75,8% (Nordeste).

Os dados apresentados no Boletim Proadess mostram também a importância da continuidade das políticas para redução da violência no trânsito no Brasil, visando a melhoria das condições de saúde da população. Um exemplo disso é a Lei Seca (2008), que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de bebidas alcoólicas, para inibir o consumo de bebida alcoólica por condutor de veículo automotor; ou a resolução 311, do CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito – que tornou obrigatório a presença de airbags frontais e freios ABS nos veículos produzidos no Brasil, por exemplo. “As campanhas de prevenção aumentam a percepção sobre um problema de saúde pública, que é o caso da violência no trânsito, responsável por cerca de 95 mortes a cada dia. É importante que essas campanhas estejam associadas a ações de fiscalização que sejam coordenadas, efetivas e abrangentes”, afirma Josué Laguardia.

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