Como podemos melhorar a nossa prática de fazer saúde? – Roda de conversa

11 votos

Curso de Apoiadores da Política Nacional de Humanização – PNH

Turma 1

Santana do Ipanema – AL

Tutores: Luzia Maria da Guia Malta Prata e Vera Lucia Cristiana Gomes Calado

16 de junho de 2019

Santana do Ipanema/AL

Mediadoras: Cícera Gomes da Silva Moraes, Juliana Alencar Batista e Sérgia Maria de Bulhões Modesto

 

No último dia 13 de junho foi realizada uma roda de conversa na Secretaria Municipal de Saúde de Santana do Ipanema – AL com a mediação das alunas do Curso de Apoiadores da Política Nacional de Humanização Cícera Gomes, Juliana Alencar e Sérgia Bulhões. A Roda teve como disparador o tema: Como podemos melhorar a nossa prática de fazer saúde?

A ideia desta era fomentar a co-gestão proporcionando o diálogo entre os três e atores do SUS (gestão, profissionais e usuários). Participaram deste momento seis usuárias das unidades básicas de saúde, quatro componentes do quadro gestor da secretaria de saúde e nove trabalhadores de distintos setores da secretaria. Totalizando 19 participantes além das três mediadoras, das quais uma é profissional do NASF e as outras duas são gestoras.

Foi inicialmente falado um breve histórico da PNH, da história do SUS e da importância de se conhecer sobre o sistema que usamos, trabalhamos e gerimos, uma vez que muitos dos envolvidos neste sistema não conhecem a luta do SUS e por isso falam mal dele. Para clarear o julgamento errado que muitos tem do SUS, comparou-se o tempo de espera por um serviço do SUS com o tempo de espera de quem busca a rede privada ou conveniada.

O sistema de marcação de exames e consultas foi bastante discutido, pois os usuários em geral não conhecem a burocracia do setor e das pouquíssimas vagas disponibilizadas para o município e que a cada dia as demandas só aumenta e as filas de espera também. Os usuários presentem reconheceram a melhoria na ambiência do setor de marcação, o qual vem buscando fazer um trabalho humanizado neste local que é considerado o nó crítico das secretarias de saúde.

Os profissionais desse setor sentiram-se a vontade para partilhar suas angústias diante das demandas e do sofrimento de quem a eles recorrem e do sentimento de impotência destes diante do sistema que não abarca a população que dele necessita. Foi explicado ainda a forma de classificar a partir do risco e gravidade dos casos.

As palavras chaves e pontos fortes de consenso de todos a ser melhorado na prática de saúde foram: diálogo, comunicação e o acolhimento nos diversos setores. O fortalecimento do trabalho em rede e interdisciplinar também foi ressaltado pelos usuários. Desta forma, a pactuação deste primeiro momento foi que cada participante da roda deve passar adiante pelo boca a boca, nas conversas em família e amigos o que nela foi discutido. Além disto, os profissionais e gestores se comprometeram de promover mais rodas de conversas como essa com os profissionais de cada sertor.

Foi sugerido ainda que seja colocado na recepção da secretária um aparelho de TV passando a história do SUS, o documentário SICKO, experiências exitosas do município dentre outras informações para que os usuários possam conhecer e valorizar o SUS assim como realizarmos rodas de conversas na recepção para que os mesmo participem deste processo de produção de saúde.

Outra ideia que surgiu para a melhoria da prática da saúde foi se utilizar da rádio local com um espaço sistemático com uma escala de profissionais para levar a população informações pertinentes de prevenção e promoção da saúde.

O momento foi muito proveitoso e todos sentiram-se a vontade para interagir e contribuir com a melhoria do serviço. Também se disponibilizaram a participar dos próximos momentos de rodas de conversa. As usuárias sentiram-se privilegiadas de terem sido convidados para participar e disseram está saindo com outra visão de como é o  funcionamento do sistema de saúde. Foi realmente um espaço de trocas e ganhos para o serviço e para o cada um ali presente.

Houve o depoimento de uma usuária de 70 anos que disse: “eu amo o SUS, se não fosse pelo SUS eu não estaria aqui. Tive vários momentos difíceis de saúde e em todos fui salva pelo SUS.” Outra usuária sugeriu que a roda fosse finalizada com abraços entre todos para já irmos trabalhando o acolhimento e o cuidado com o outro.