Estudantes médicos entendem os critérios para indicação de VDs na ESF por meio da Problematização

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Os estudantes da Graduação em Medicina da Universidade do Oeste Paulista (FAMEPP/UNOESTE), no campus de Presidente Prudente, se inserem, desde o termo 1, como membros das Equipes Interprofissionais, em oito Estratégias de Saúde da Família (ESFs), localizadas nos municípios de Presidente Prudente e Álvares Machado.
Os Facilitadores utilizam Metodologias Ativas de Ensino Aprendizagem, como a Problematização, criando Planos de Ação, de acordo com as Necessidades de Saúde dos usuários SUS que residem nos territórios adscritos às ESFs nas quais os acadêmicos médicos estão inseridos.
Um dos Planos de Ação, realizado na ESF, esteve voltado às questões de aprendizagem, envolvendo os critérios para indicação da realização de visitas domiciliares (VDs) por médicos, e, ou enfermeiros em conjunto com os agentes comunitários de saúde (ACS).
A Facilitadora utilizou o Arco de Maguerez para reflexão na ação, após a VD, realizada sob supervisão docente, dos estudantes médicos, com a finalidade de realizar um curativo em uma usuária do SUS que estava acamada. Acadêmicos, após a busca em referências confiáveis, explicaram que na Estratégia Saúde da Família (ESF) existe a recomendação de que o Agente Comunitário de Saúde (ACS) deva visitar cada domicílio, pelo menos uma vez ao mês.  Essa frequência não é a mesma para médicos, enfermeiros e dentistas, ou seja a equipe de nível superior da ESF.
Estudantes explicaram que o número de domicílios sob responsabilidade dos ACSs abrange cerca de 250 famílias. Dessa maneira, os domicílios de toda uma micro-área, que pertence ao território da ESF estão sob o cuidado de um membro da Equipe Interprofissional da ESF, que é o ACS.
A Facilitadora complementou que não é necessário que todos os usuários do SUS recebam atendimento em casa por médicos ou enfermeiros.
Estudantes explicaram que a assistência domiciliar deve ser prestada de acordo com as características da população atendida no território. Também são levados em conta, os recursos que estão disponíveis para atender às pessoas que apresentam diferentes graus de incapacidade e dependência. Esses usuários do SUS poderão estar impossibilitados de ir à ESF e também de realizar suas atividades de vida diárias.
A enfermeira da equipe da ESF foi convidada a participar do fechamento das questões de aprendizagem que foram geradas na Problematização. Ela explicou que as características locais, nos processos de trabalho em saúde, em cada equipe, precisam ser observadas e respeitadas, na escolha das VDs. Complementou que é necessário se considerar o número de profissionais Médico, Enfermeiro, Dentista, ACSs, Técnicos de Enfermagem, Auxiliar de Serviços Gerais, que compõe a equipe e o número de famílias sob sua responsabilidade. Esses números podem determinar o tipo e a qualidade da assistência prestada pela equipe interprofissional à comunidade no território da ESF.
Estudantes complementaram que, de acordo com as situações que justifiquem a Visita Domiciliar, cada equipe deve se organizar, a partir de critérios bem definidos, claros, e sistematizados, para os integrantes da equipe e para a comunidade atendida, com a finalidade de poderem juntos, traçar um programa de assistência domiciliar adequado às necessidades de saúde de uma determinada comunidade.
A Facilitadora considerou que existem algumas situações que podem justificar assistência domiciliar, como:
A) uma situação de emergência, na qual o usuário SUS não pode ser transportado rapidamente para o hospital.
B) um atendimento de situação ou doença aguda que incapacita o usuário SUS para vir até a ESF.
C) uma intercorrência de um usuário SUS crônico, fora de possibilidades terapêuticas, ou que esteja em internação domiciliar.
D) uma visita periódica para um usuário do SUS, com incapacidade funcional ou um idoso acamado, ou que more sozinho.
E) uma visita aos usuários SUS egressos hospitalares.
F) uma confirmação de óbito.
Os participantes consideraram como positiva a discussão relacionada aos critérios para realização de VDs pela equipe de Nível Superior, para usuários SUS que residem na área de abrangência da ESF.