Experiência de estudantes de Medicina em um CAPS em Alagoas

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Nós somos alunos do 9º período da faculdade de medicina da UFAL, e dentro do estágio de saúde mental tivemos a oportunidade de frequentar o CAPS Rostan Silvestre, localizado em Maceió-AL. Durante o período de três semanas e meia, tivemos um contato muito proveitoso com uma construção em saúde feita de uma forma singular, onde a inclusão e a atenção que é dada aos usuários é também estendida a nós, estudantes.

Vivenciar o CAPS como um espaço de execução de uma clínica ampliada, que vai além do atendimento psiquiátrico que já conhecemos, traz consigo uma riqueza de aprendizados sobre formas de se promover saúde mental, sob uma lógica que promove tanto o acolhimento de usuários em crise quanto o bem-estar de usuários fora de crise e que tem aquele espaço como fonte de estímulo e convivência.

Durante o estágio, acompanhamos diversas atividades que são desenvolvidas no CAPS, como oficinas de artesanato, teatro, música e fotografia, e diferentes grupos psicoterápicos. Além disso, pudemos presenciar o planejamento de um evento denominado de Primeira Mostra CAPS, no qual cada grupo fez uma apresentação com o intuito de expor aos demais usuários a proposta de seu grupo e, assim, todos pudessem conhecer as diferentes atividades que ocorrem no CAPS. Mesmo durante a etapa de planejamento, foi uma experiência interessante no sentido de entender a visão que cada usuário tinha sobre o que o seu grupo contribuía para o seu bem-estar, bem como a riqueza de ajudá-los a formular meios de expressar isso para os outros usuários.

Por meio dessas e de outras interações com os usuários e técnicos do CAPS, foram desenvolvidas relações de partilha de conhecimentos e vivências que nos permitiu aprofundar o nosso entendimento a respeito do campo da saúde mental. Em especial considerando a possibilidade de entender essa área além do contexto de uma prática clínica, mas cujo aprendizado enriquece e transforma também nossa forma de desenvolver essa prática, resgatando a capacidade de formar uma aliança terapêutica multidisciplinar em prol do cuidado amplo que vá além da medicalização como única resposta frente a um sofrimento.

Daniel Constant, Isabela Barbosa, Amanda Pedrosa, Layane Silva.