FUTUROS MÉDICOS ORGANIZAM ATIVIDADES LÚDICAS NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA NO INTERIOR DE SP

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Como estudantes do Curso de Medicina, na Universidade do Oeste Paulista, no Campus de Presidente Prudente, somos inseridos como membros das Equipes Interprofissionais em 09 Estratégias Saúde da Família (ESFs), localizadas nos municípios de Álvares Machado e Presidente Prudente.
Existe uma parceria “Academia-Serviço” entre a UNOESTE e as Secretarias de Saúde dessas duas localidades, que traz benefícios para ambos.
A Professora do Programa de Aproximação Progressiva à Prática (PAPP/FAMEPP/UNOESTE) utiliza a Metofologia Ativa da Problematização para estimular a criação de Planos de Ação, a partir das “Necessidades de Saúde” diagnosticadas por nós, futuros médicos, nas áreas de abrangência das ESFs. No dia 26 04 2023, a atividade proposta para realizarmos fazia parte do PSE, Programa Saúde na Escola, que foi desenvolvida com escolares do 1° ano B e C do período da tarde na “Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Vilma Alvarez Gonçalves”, em Presidente Prudente. Ao todo, as duas turmas possuíam um total de aproximadamente 30 escolares.
Inicialmente, após prepararmos a sala em que realizaríamos as atividades, chamamos a primeira turma e começamos aplicando um questionário que tratava sobre como o escolar havia ido para a escola naquele dia e quais alimentos havia consumido nas 6 refeições do seu dia anterior (desjejum, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia), afim de colhermos informações sobre o hábito alimentar daquelas crianças.
Após a aplicação dos questionários, que as crianças preenchiam sob supervisão da nossa docente, demos início à palestra sobre alimentação saudável que havíamos preparado para este dia.
Trouxemos algumas imagens de alimentos que são comuns no dia a dia das crianças, tanto alimentos saudáveis, como: leite, carnes, arroz, além de imagens de alimentos não saudáveis, ultraprocessados, como: bolachas, salgadinhos, bebidas lácteas, dentre outros. Pedimos para as crianças classificarem as imagens em “alimentos saudáveis” e “alimentos não saudáveis”, afixando as imagens em cartolinas diferentes de acordo com sua classificação. Explicamos o porquê daqueles alimentos terem aquela divisão, como por exemplo, a presença de vitaminas, minerais ou o excesso de gorduras, conservantes e açúcares.
Finalizamos a palestra falando sobre a importância do equilíbrio na alimentação, sendo que os alimentos não saudáveis não devem ser considerados proibidos, podendo ser consumidos, mas não como base da alimentação.
Bessa, et al. cita os vários fatores que interferem no comportamento alimentar de uma pessoa, como fatores internos, por exemplo, desenvolvimento psicossocial, autoestima, autoimagem e preferências e fatores externos, como família, sociedade, mídia, modismo e cultura em que se está inserido, demonstrando a importância de se transmitir informações sobre alimentação saudável para crianças desde muito novas, a fim de promover hábitos saudáveis e prevenção de DCNT (Doenças Crônicas Não Transmissíveis).
Após a finalização da palestra, pedimos para as crianças fazerem uma fila e de dois em dois, irem realizando o teste de acuidade visual. Depois do teste, se direcionaram para a pesagem e medição de altura, tarefa pela qual eu e outro acadêmico, ficamos responsáveis. Os resultados foram anotados em uma planilha específica para realizarmos o cálculo de Índice de Massa Corpóreo (IMC) destas crianças.
A acuidade visual, segundo Fissmer et al. (2005), pode ser definida como a faculdade de discriminação do olho, ou seja, a capacidade de reconhecer detalhes do mundo exterior e pode ser avaliada por meio da tabela de Snellen. São consideradas com acuidade visual deficiente, aquelas com acuidade visual igual ou inferior a 0,7 em um ou ambos os olhos.
Segundo este mesmo autor, conhecer a prevalência de problemas visuais em escolares, estimular a triagem e a correção destes estimula o desenvolvimento intelectual e social do escolar, diminuindo problemas de atenção e entendimento por parte das crianças.
Finalizando todas estas atividades com uma turma, iniciamos com a outra e após terminarmos ambas, encerramos as atividades daquele dia.
A Facilitadora utilizou o “Arco de Maguerez” para estimular “reflexão-na-ação”.
Entendemos que a Política Nacional de Humanização deve se fazer presente e estar inserida em todas as políticas e programas do SUS. Nós Acadêmicos do Curso Médico, entendemos que a Política Nacional de Humanização (PNH) busca transformar as relações de trabalho, a partir da ampliação do grau de contato e da comunicação entre as pessoas e também dos grupos, tirando os membros da equipe interprofissional da ESF, do isolamento e das relações de poder hierarquizadas. Acreditamos que foi muito interessante fazermos uma Ação de Educação em Saúde, fora dos muros da Unidade de Saúde.
A Docente explicou que, como política pública, a Humanização deve traduzir princípios e modos de operar no conjunto total das relações entre profissionais e usuários do SUS. Também devemos prestar a atenção nas relações entre os diferentes profissionais, entre as diversas unidades e serviços de saúde e entre as instâncias que constituem o SUS.
A PNH foi aplicada no nosso Plano de Ação de Educação em Saúde, “Todos Contra a Obesidade Infaltil”, produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar. A aplicação da Política, na prática, estimulou a comunicação entre gestores, trabalhadores e dos pequenos usuários do SUS, no “PSE” para construirmos processos coletivos de enfrentamento de relações de poder, trabalho e afeto que muitas vezes poderiam produzir atitudes e práticas desumanizadoras. Essas práticas, se não forem bem conduzidas pela equipe interprofissional podem inibir a autonomia e a corresponsabilidade, no território da ESF.
Os participantes consideraram como positiva a Ação de Promoção à Saúde, desenvolvida na área de abrangência da ESF, no interior de SP.
Acredito que este dia foi muito produtivo, gerando bons frutos para os escolares e para os Acadêmicos de Medicina envolvidos na Ação de “Empowerment Comunitário”.
Gostei muito da palestra sobre alimentação saudável, pois as crianças foram muito participativas, sendo de extrema importância observar o conhecimento prévio delas sobre os alimentos que elas costumam consumir diariamente. Foi muito oportuno podermos introduzir novas informações sobre uma alimentação saudável e praticar a orientação nutricional, sob supervisão docente, para que cresçam com melhores hábitos alimentares. Essa mudança comportamental pode ser fundamental para a prevenção de diversas doenças, inclusive da Obesidade Infantil.
Conseguimos mostrar como é possível se ter uma alimentação equilibrada.
O questionário aplicado relacionado à alimentação também foi muito importante, pois fornece dados sobre a alimentação diária destas crianças e é possível ver a influência que os responsáveis exercem sobre a alimentação dos escolares.
O teste de acuidade visual é fundamental para ser aplicado, pois crianças que possuem dificuldades visuais, que muitas vezes não são percebidas, apresentam diminuição em seu rendimento escolar, trazendo prejuízos para o seu aprendizado.
A coleta de dados sobre o estado nutricional destes pré-escolares foi importante para o diagnóstico precoce de sobrepeso e obesidade. A aplicação de intervenções necessárias foi oportuna, antes de outros problemas futuros se instalarem.

REFERÊNCIA:
FISSMER , Luiz et al. Avaliação da acuidade visual de alunos do ensino fundamental de uma escola da rede pública de Tubarão-SC. Arquivos Catarinenses de Medicina , [s. l.], 1 fev. 2005. Disponível em: http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/190.pdf. Acesso em: 01 maio. 2023.

Bessa, A.P, Santos, D. , Soares, K.E, et al. Promoção da alimentação saudável no contexto da saúde do escolar. 2018. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/conecte-se/article/view/21903/15997. Acesso em: 01 maio 2023.