Os grupos de ajuda mútua estão inseridos num importante movimento social contemporâneo.
É necessário distinguir entre grupos de apoio e grupos de suporte. A “ajuda mútua” ou apoio “mútuo” é feito por pessoas que compartilham problemas em comum, como exemplo o abuso de drogas, e que tem como objetivo a troca de experiências e o apoio emocional. A coordenação dos grupos de apoio mútuo é feito pelas próprias pessoas que participam, sendo o profissional de saúde mental apenas um mediador indireto. Sua principal vantagem é o empoderamento dos participantes (VASCONCELOS, 2013; ALVAREZ et al., 2012).
Já os grupos de suporte mútuo tem o objetivo de englobar todos em volta do participante, como usuários, amigos e familiares para realizarem atividades sociais, como esportes, arte e atividades comunitárias locais. O principal objetivo é reinserir o participante no contexto social da sua realidade. Deve-se atentar que os grupos de suporte não substituem os grupos de apoio. Os dois são complementares e devem ser realizados de forma contínua (VASCONCELOS, 2013; ALVAREZ et al., 2012).
Há de se destacar que um dos objetivos primordiais de tais grupos consiste na partilha de sentimentos, ideias e opiniões, além de experiências práticas compartilhadas diante de interações sociais face a face, promovendo-se a auto estima, autoconfiança e a estabilidade emocional. Pretende-se, portanto, estimular a intercomunicação e o estabelecimento de relações de suporte positivas diante de diferentes cenários propostos. Ademais, os grupos de ajuda mútua também possibilitam a construção de espaços de convívio que reduzem o sentimento de isolamento das pessoas que sofrem algum tipo de problema (MAIA et al., 2006).
Diante disso, o debate acadêmico à volta do movimento de ajuda mútua é fundamental e merece destaque especial em nosso meio.
ALVAREZ, Simone Quadros et al. Grupo de apoio/suporte como estratégia de cuidado: importância para familiares de usuários de drogas. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 33, n. 2, p. 102-108, 2012.
MAIA, Humbertina et al. Manual de ajuda mútua. Lisboa: Secretariado Nacional para a reabilitação, 2006.
VASCONCELOS, E. M. Manual [de] ajuda e suporte mútuos em saúde mental: para facilitadores, trabalhadores e profissionais de saúde e saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde, Fundo Nacional de Saúde, 2013.
Por Arthur Moura, Alysson Alves, Catarina Toledo, Ellan Pereira, Felipe Mendonça, Pedro Aredes, Thallyta Santos, acadêmicos de medicina da Universidade Federal de Alagoas. Este post está relacionado com discussões feitas durante o Internato de Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Faculdade de Medicina/FAMED, da Universidade Federal de Alagoas/UFAL, sob coordenação do professor Sérgio Aragaki.
14 Comentários
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Por Felipe Rocha
Os grupos de suporte e apoio mútuo são estratégias bem consolidadas no âmbito da desmedicalização em psiquiatria. Possibilitam uma autonomia dos pacientes, que podem discutir seus anseios e preocupações acerca dos seus problemas de saúde. É mais comum que estes métodos estejam presentes no contexto da saúde mental, principalmente em pacientes com dependência química atendidos nos CAPS-AD, contudo, é uma estratégia que pode abranger os pacientes com os mais diversos problemas de saúde e agravos em comum, fazendo com que consigam lidar melhor com a situação.
No estágio de saúde mental, sob orientação do professor Sérgio Aragaki, pudemos apresentar um seminário sobre o assunto e discutir sobre a importância dessas estratégias para empoderar os pacientes atendidos no SUS, entendendo que, com os grupos de apoio e suporte, estes pacientes passam a fazer parte do processo terapêutico e podem apoiar-se mutuamente acerca dos seus problemas em comum. Além disso, pudemos conhecer outros métodos usados na desmedicalização em psiquiatria, através de um bate-papo com o psiquiatra Marcelo José, que discutiu sua experiência com o Open Dialogue (Diálogo aberto) em Jaraguá do Sul, Santa Catarina.
Na formação do profissional de saúde para o SUS, é muito oportuno conhecer estes métodos para que se tenha uma visão mais abrangente da saúde do indivíduo e humanizada.
Com isso, quando formados, haverão mais profissionais capacitados para aplicar estes métodos e contribuir para o processo de desmedicalização.
Quando se trata da criação de um grupo de ajuda mútua deve-se entender que tal tarefa envolve um conjunto de experiências entre pessoas com o mesmo tipo de problemática e que existe uma articulação e preparação, primeiramente, que antecede as reuniões propriamente ditas. Deve-se respeitar a autonomia do grupo e garantir que cada intervenção apresente-se sempre como um complemento das ações coletivas. A partir disso, deve-se definir a problemática, sendo colocadas em questão perguntas do tipo “a quem se destina o grupo?”, “o grupo será ampliado aos familiares e amigos dessas pessoas”, para que assim possam ser traçadas estratégias para sua resolução (MAIA et al., 2006; VASCONCELOS, 2013).
O próximo passo consiste em esquematizar a reunião de ajuda mútua. Que podem ser de dois tipos segundo o manual de ajuda e suporte mútuos em saúde mental de 2013:
Tipo 1: reuniões de relatos pessoais e trocas de experiências e apoio emocional, entre os participantes associados do grupo ou novatos.
Tipo 2: reuniões temáticas de troca de experiências e apoio emocional com base na vivência dos participantes associados ou novatos.
Uma vez definido o tipo de reunião o esquema se divide em quatro partes. A primeira fase consiste no acolhimento e estabelecimento das regras da reunião, sendo que nesta fase destaca-se a importância da recepção dos membros, com os facilitadores exercendo um papel preponderante (VASCONCELOS, 2013).
A segunda fase diz respeito aos relatos e trocas de experiência, fase na qual os participantes são livres para relatar suas experiências, vivências e emoções. Esta fase apresenta 3 tipos diferentes de desfecho a depender dos rumos direcionados pelo facilitador. São eles a expressão livre de experiências do conjunto dos participantes, a escolha da experiência de um dos membros como foco central da reunião e a escolha prévia do tema e troca de experiências apenas em torno dele (VASCONCELOS, 2013).
A terceira fase, por sua vez consiste na síntese reflexiva e emocional dos depoimentos. Esta fase é essencial no contexto dos grupos de ajuda mútua, uma vez que e espera-se que neste momento haja um mínimo de sensação entre os presentes de terem sido ouvidos, e os facilitadores estimulam os participantes a resumir as principais lições aprendidas, as conclusões, as sugestões e propostas tiradas no decorrer da discussão. Por fim, tem-se a fase quatro que consiste nos encaminhamentos sociais, encerramento e confraternização, na qual são dadas as notícias de interesse geral, são relembrados os encaminhamentos sociais e administrativos do grupo e é montado o planejamento das atividades futuras (VASCONCELOS, 2013).
VASCONCELOS, E. M. Manual [de] ajuda e suporte mútuos em saúde mental: para facilitadores, trabalhadores e profissionais de saúde e saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde, Fundo Nacional de Saúde, 2013.
MAIA, Humbertina et al. Manual de ajuda mútua. Lisboa: Secretariado Nacional para a reabilitação, 2006.
Por Igor Santiago
Perfeito !
O Grupo de suporte e apoio mútuos são de extrema importância no âmbito atual para a saúde mental tanto do paciente quanto dos familiares que convivem com este. Encontrar um espaço que se possa conversar sobre problemas (através de reuniões com temas específicos abordados) é de extrema positividade no tratamento desses pacientes que, frequentemente, passam por situações de preconceito e violência, seja física ou psicológica. Sob o Auxílio do prof. Sérgio, podemos aprender mais sobre como funciona tais grupos e como este é organizado. Com a surgimento dos Grupos de apoio mútuo, muitos pacientes que antes eram dependentes de medicamentos para o tratamento e não conseguiram conviver em sociedade atualmente estão inseridos de maneira adequada e positiva sem o uso de medicamentos.
Foi de extrema importância como futura profissional da saúde conhecer e me aprofundar sobre esses grupos, pois, quando formada, poderei exercer minha profissão de forma mais segura e abrangente.
Por Arthur Sarmento
A gestão de grupos de apoio mútuo pode gerar a necessidade de gestão de cotas financeiras independente do tipo de admissão desses valores. Para isso, quando necessário, deve ser discutida como grupo a necessidade de criação de cargo(s) de tesouraria e/ou conselho fiscal a serem preenchidos, preferencialmente, por eleição, devendo os eleitos manterem a devida transparência com relatórios periódicos da situação financeira sendo recomendado, quando grande alíquota, depositada numa conta bancária em nome do grupo, preferencialmente.
Questões financeiras constituem a maior parte das crises de grupos, seja ela por furto, falta de transparência ou ainda acusações (verdadeiras ou falsas) de uso indevido de fundos coletivos, sendo este um assunto muito delicado e que necessita de muita seriedade e maturidade para ser tratado corretamente.
Por Arthur Sarmento
Quanto ao registro das atividades, mais uma vez a critério do grupo decidir quais tipos de registros devem ser mantidos. A recomendação do manual é para registro único ou separado de: data e tipo da reunião, número de participante e tema; e lista de frequência com data.
Os líderes e, principalmente os facilitadores devem manter registros sobre as reuniões de caráter pessoal e confidencial, contendo os tópicos discutidos e as estratégias usadas para lidar com os problemas sem a identificação de nenhum dos membros e sem elementos julgadores de conduta ou termos diagnósticos. Devendo os membros saberem da existência e objetivo dessas anotações no intuito de não gerar pensamentos persecutórios. Esse tipo de documentação ajudará não só o grupo mas o facilitador a lembrar de estratégias usadas no passado, ver a evolução do grupo, elaborar melhores momentos de desenvolvimento e síntese da discussão a qualquer momento na linha de tempo do grupo.
Por Thallyta Santos
Como alunos do professor Sérgio Aragaki construímos um seminário sobre os grupos de suporte e apoio mútuo; muitas informações já foram compartilhadas pelos colegas, e gostaria de acrescentar alguns pontos referentes a organização dos grupos, como se dão as relações de poder e entre os participantes, e o apoio e suporte por parte dos profissionais da saúde, então vamos lá!
1. Com relação as relações de poder, os facilitadores devem estimular a participação e as relações de poder igualitárias e horizontais nos grupos e atividades. Um dos principais dispositivos para induzir a isso, é a disposição das cadeiras em círculo, que iguala todos os membros no espaço do grupo e permite a visão e a comunicação direta de cada um com todos os demais participantes do encontro. Para que sejam construídas relações horizontais e participantes entre os membros do grupo é de suma importância que se adeque o tipo de facilitação e coordenação das atividades e reuniões (VASCONCELOS, 2013).
2. No que diz respeito ao funcionamento dos grupos, para um melhor funcionamento dos grupos de ajuda mútua, sugere-se que seja utilizado um dispositivo com dois facilitadores de funções diferentes e oficineiros que podem alternar suas funções. É imprescindível que os postos de liderança e poder no grupo nunca sejam ser ocupados de forma fixa e rígida. Os facilitadores podem ser guardiões, que são aqueles que garantem as regras do contrato e do bom funcionamento do dispositivo grupal ou podem ser incentivadores, que por sua vez, são aqueles que participam ativamente e estimulam os demais a expressarem suas vivências (VASCONCELOS, 2013).
3. E por fim, a participação dos profissionais de saúde: A direção principal de atuação dos profissionais é estimular o empoderamento e a autonomia dos usuários e familiares; um modo de se alcançar tal objetivo é repassando gradualmente todos os postos de poder para eles. Existem diferentes formas de participação profissional nos grupos e na gestão de um programa mais amplo de grupos de ajuda mútua, sendo elas: facilitadores em grupos de ajuda mútua; observadores das reuniões; supervisor(es) dos facilitadores (VASCONCELOS, 2013).
VASCONCELOS, E. M. Manual [de] ajuda e suporte mútuos em saúde mental: para facilitadores, trabalhadores e profissionais de saúde e saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde, Fundo Nacional de Saúde, 2013.
Muito bem colocado, Ellan! É importante perceber a importância de alternativas que promovam uma maior suporte terapêutico diferente do processo de medicalização. Os grupos de apoio e suporte mútuos são ambientes que permitem o desenvolvimento do empoderamento e da autonomia dos pacientes e isso é uma questão muito importante para ser discutido em meio à atualidade, em que a indústria farmacêutica junto com o conhecimento científico atual parece negligenciar atividades paralelas como essa no processo terapêutico, e que trazem benefícios para além da terapia medicamentosa, porque garante a troca de vivências que, por sua vez, torna-se um dos maiores aprendizados para quem frequenta esses ambientes. Em um episódio do programa Ciência & Letras cujo o título é “Medicalização em Psiquiatria” disponibilizado no “Canal Saúde Oficial” no YouTube é possível observar uma conversa bem proveitosa com os autores do livro que possui o mesmo título do episódio em questão, ao assisti-lo, podemos lançar mão da discussão sobre a forma como consumimos medicamentos e como utilizamos disso para buscar a cura definitiva de patologias que, não necessariamente, necessitam desse arsenal medicamentoso, e isso sendo cientificamente comprovado. A ansiedade presente em nossa sociedade também favorece esse tipo de atitude, onde a resolutividade imediata é o objetivo maior. Obrigado por compartilhar conosco esse assunto bem necessário!
Que belo texto informativo Ellan, parabéns. A formação dos grupos tem tamanha importância na vida dos pacientes ao ponto de ser estimulado sua formação em um post aqui e um debate acerca da temática. Pois ja se inicia por sua estruturação, que devido a distribuição das cadeiras de todos os participantes, permite uma horizontalidade dentre todos. Ja que a forma em círculo permite com que todos se vejam frente a frente ao invés de disposição tradicional o qual alguns ficariam olhando as costas dos demais ou até mesmo anfiteatro que deixaria o profissional da saúde em pleno destaque. A ideia real do grupo é que o profissional ou melhor os profissionais de saúde que o ideal seria pelo menos dois por grupo, acabariam agindo apenas como facilitadores, mas profissionais de diferentes áreas. verdadeiros mediadores entre os familiares, amigos que de fato seriam os reais protagonistas e a medida que o grupo vai progredindo, funções são sendo transferidas para os membros. Nestas reuniões são transferidas emoções, vivências, experiências que ao serem compartilhadas acabam sendo lapidadas e também lapidando o pensamento dos demais. Além disso, não há somente os profissionais como mediadores, há também os oficineiros, e demais que acabam guiando e organizando a reunião. Mas, como ja foi exposto tem que reforçar a ideia que os grupos de suporte e apoio são todos complementares, sendo incentivado a coexistência de todos. Destarte, é importante termos este momento de debate para aumentarmos o conhecimento e o incentivo a todas reuniões horizontais como estas.
VASCONCELOS, E. M. Manual [de] ajuda e suporte mútuos em saúde mental: para facilitadores, trabalhadores e profissionais de saúde e saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde, Fundo Nacional de Saúde, 2013.
Parabéns pelo post Ellan! Os grupos de Suporte e apoio Mútuos é um tema já conhecido por muitos profissionais da saúde, mas nem sempre compreendido de forma elucidada pelos mesmos. Como dito pelo comentário da Thallyta Santos, construímos um seminário sobre os grupos de suporte e apoio mútuo como alunos do professor Sérgio Aragaki; muitas informações já foram compartilhadas pelos colegas, e gostaria de acrescentar alguns pontos referentes aos tipos de reunião de ajuda mútua e aproximações com o suporte mútuo:
Dividida em tipo clássico e de ajuda mútua, defesas dos direitos e militância social.
A primeira pode ser: Relatos e trocas de experiências pessoais e apoio emocional, entre os participantes associados do grupo ou novatos; Reuniões temáticas de troca de experiências e apoio emocional com base na vivência dos participantes associados ou novatos; Relato e troca de experiências pessoais e apoio emocional, mas a partir do convite e do relato de um usuário ou familiar, que seja uma liderança externa ao grupo com nível mais avançado de experiência; Relato e troca de experiências grupais, a partir do convite e do relato de uma liderança de outro grupo de ajuda/suporte mútuos; Reuniões com convidados externos, como profissionais, lideranças de movimentos sociais e gestores de serviços; Reunião para estudo e discussão de texto ou publicação específica; Reunião para se ver juntos filmes importantes e discuti-los.(VASCONSELOS, 2013)
Já a segunda, pode ser: Reunião de discussão e proposição de outras iniciativas de ajuda/suporte mútuo, defesa dos direitos e militância social; Atividade conjunta externa de suporte mútuo, como lazer, cultura, turismo e esporte; Atividade ou projeto externo mais permanente de suporte mútuo, mudança cultural, defesa dos direitos, e militância social(VASCONSELOS, 2013).
VASCONCELOS, E. M. Manual [de] ajuda e suporte mútuos em saúde mental: para facilitadores, trabalhadores e profissionais de saúde e saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde, Fundo Nacional de Saúde, 2013.
Ótimo ponto a ser discutido, parabéns pela escolha do tema acordado! Os grupos de ajuda mútua é um assunto muito importante e que deve ser colocado para maior divulgação e contemplação desse tema.
A ajuda mútua visa primordialmente à acolhida, à troca de experiências e de apoio emocional, realizadas em grupos compostos, na medida do possível, apenas por pessoas com problemas comuns, que partilham do mesmo tipo de sofrimento.
São grupos “coordenados” – preferimos dizer facilitados – por essas mesmas pessoas, e a eventual presença de profissionais se dá apenas como suporte indireto.
Suas reuniões são realizadas em locais e espaços mais protegidos.
No campo da saúde mental, há dois tipos de grupos: aqueles diretamente para pessoas com transtorno mental e aqueles para seus familiares.
Os grupos e projetos de suporte mútuo, no campo da saúde mental, têm prioridade para os usuários e familiares da área, mas podem e devem incluir outros tipos de pessoas, como uma forma de buscar a integração na sociedade e combater o estigma associado ao transtorno mental.
Além disso, a ajuda mútua é realizada em salas em centros sociais e comunitários, cujas portas possam ser fechadas durante as reuniões, para possibilitar um ambiente seguro para seus participantes se mostrarem e exporem suas vivências. Exige, portanto, a garantia de não haver interrupções e entrada de pessoas estranhas, o que ajuda a assegurar o sigilo em relação aos participantes e às informações faladas durante a reunião.
Excelente texto Ellan.
Muito importante a conceituação feita no início de seu texto tanto pra nivelar o conhecimento de quem participa dessa discussão, como também para todos entenderem a organização e execução dos grupos. Nós enquanto futuros profissionais de saúde precisamos de todo esse conhecimento para ofertar aos nossos pacientes todas as possibilidades terapêuticas, nos possibilitando inclusive criar e coordenar algum grupo desse tipo.
Sobre o contexto em si, seu texto deixa bem clara a importância destes grupos para o processo terapêutico do paciente. Inicialmente ele se sente parte de um grupo que o entende e compartilha experiências semelhantes a sua. Se ver no outro e aprender com o outro é essencial. Ao mesmo tempo o indivíduo fortalece sua autoestima ao se perceber não só como o doente assistido por profissionais, mas como pessoa ativa que utiliza de sua experiência para assistir seus pares. Lhe dá autonomia.
Por fim, o grupo de apoio mútuo fortalece a rede social do paciente que oferece suporte em todos os aspectos de sua vida. Isso é integralidade, é oferecer o cuidado em todas as esferas que compõem o indivíduo. O ideal seria a execução desta metodologia sempre que possível. Quando o indivíduo e sua rede estão envolvidos nos seus processos terapêuticos, a probabilidade de ter um seguimento correto cresce. A relação médico-paciente se fortalece. Só temos a ganhar.
Por Sérgio Aragaki
Li todos os textos publicados até o momento nesse post. Penso que trazem uma grande contribuição, em um mundo capitalista cada vez mais adoecido e que tem estimulado a medicalização e a medicamentalização. Assim, trazer possibilidades outras de cuidado desmedicalizantes são fundamentais. Parabéns.
Por Emilia Alves de Sousa
Olá Ellan, bem vindo à Rede HumanizaSUS !
Muito interessante o tema abordado.
Estimular a criação de grupos que fomentem a participação dos usuários nos territórios de saúde, seja para a troca de experiências, e ou para o exercício de atividades terapêuticas interativas, é muito importante para dar vez, voz aos sujeitos envolvidos, ampliar a autonomia no auto cuidado, além de potencializar o empoderamento cidadão para uma vida com uma melhor qualidade.
Parabéns pela postagem, e continue compartilhando conosco as sua vivências no território do SUS!
AbraSUS!
Emília