Importância da política em saúde mental durante nossa formação.

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Olá, Bom dia !!

Meu nome é Gabriella, tenho 23 anos, estou cursando minha pós graduação em enfermagem psiquiátrica e saúde mental na faculdade de ciências médicas da Santa Casa. Me formei em 2016 tive um grande caminho antes de iniciar a minha pós.

Sempre tive dúvidas em relação a profissão que estava escolhendo, se realmente me encaixaria, se eu deveria pensar em outras oportunidades e tantas outras perguntas. Mas quando observei todos os cantinhos desse mundo da saúde não pude deixar de me identificar com a saúde mental. Sempre quis contribuir para o mundo e o máximo de pessoas que puder, ter a oportunidade de seguir junto com uma pessoa que passa por dificuldades internas e ainda precisa enfrentar preconceitos de toda a sociedade me deu motivos para continuar e terminar a graduação, a vontade de seguir com o lado SM da força. Ao finalizar eu não me sentia muito bem, queria refletir sobre tudo, me organizar e me tornar melhor. Realizei terapias e aprendi sobre quem eu sou e quem preciso me tornar, sendo assim em 2019 resolvi me inscrever nessa pós. Hoje trabalho em um lar de idosas.

Uma das matérias que tivemos nesse primeiro semestre foi a de políticas de Saúde Mental do SUS e a tenho como uma das mais importantes da minha vida. Descobrimos sobre os eixos da RAPS e atenção básica, os direitos humanos a serem preservados, o tipo de tratamento que devemos oferecer, no âmbito da universalidade do SUS, ou seja, com o acesso para todos.

Na RAPS encontramos a UBS, Centros de Convivência, CAPS, equipe de consultórios de rua, SAMU, pronto socorro, sala de estabilização, UPA 24 horas e residências terapêuticas. A reforma psiquiátrica teve início em 1970 devido cenário de tortura e punição dentro de hospitais psiquiátricos. Foram anos de luta antimanicomial, passando por 4 conferências de saúde mental nos anos de 1987, 1992, 2001 e 2010. A concretização de toda essa busca por direitos para aqueles que sofriam surgiu com a RAPS então foi definida em 2011. Ou pelo menos, deveria ter sido uma concretização.

Veio o trabalho de implantar todas as ideias, hoje temos a rede mais esquematizada, mas com o funcionamento ainda deficiente, todos sabemos que ficará cada vez mais difícil de seguir com elas. Enfrentamos um momento de retrocesso político onde foram retomadas visões de quase 60 anos atrás, defendendo o encarceramento (desculpe, não consigo dizer de outra forma) e o aumento de medicalização e assim dependência total como era em grandes instituições.

 

A partir de agora me comprometo em fazer parte dessa luta, defendendo a nossa rede. Convido vocês a vir comigo e se puderem agregar novos conhecimentos e visão de futuro, obrigada.