Monkeypox em poesia

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Monkeypox em poesia

Acomete os africanos
Desde os anos setenta
Essa doença cruenta
Na África já faz danos
Passados cinquenta anos
Tal doença se espalhou
Noutros povos encostou
Para provocar espanto
A África é largo canto
Mas ninguém se incomodou

Monkeypox: a doença
Uma zoonose viral
Da África Ocidental
E Central, sem diferença
Macaco teve sentença
Hoje a doença o demarca
Por conta da Dinamarca
Com pesquisador afoito
Que lá em cinquenta e oito
Nessa varíola fez marca

O macaco com a má fama
Que era pra roedores
Muito mais acolhedores
Desse vírus, dessa rama
Macaco ficou na lama
Depois de ser acusado
E vai sendo maltratado
Por humano inconsequente
Que pra não ficar doente
Ataca o bichinho errado

É preciso ter respeito
Para com os animais
Mesmo com medos reais
Cautela é o melhor jeito:
Muita higiene no leito
Máscaras de proteção
Que isolam a secreção
De cunho respiratório
E com o fluido corpóreo
Devemos ter atenção

Varíola que é diferente
Daquela mais conhecida,
Erradicada ,esquecida
De ser humano somente
A smallpox potente
Que não vinha de animal
Pra crianças, mais letal
Terrível, desfigurante
Também bem preocupante
Epidemia brutal

Essa que vimos agora
Chamam de autolimitada
De início, meio e parada
Com um tempo, sem demora
Espera a crosta ir pra fora
Dentro de vinte e um dias
Que muitas das agonias
E temores cessarão
O indivíduo fica são
E renova as energias

Os sintomas e os sinais
Dessa varíola mais nova
A OMS comprova
Confundem com outras tais
Febre e dores naturais
Mas o que diferencia
É que a adenopatia
Nessa varíola é bem forte
Sinais clínicos de aporte
Vesícula que se valia

Parece com a varicela
Pois vesicula comporta
Mácula também importa
Pápula segue bem nela
Vai do rosto até a canela
Até a crosta surgir
Quando a última cair
Ninguém mais se contagia
A crosta traz melhoria
Vem pra doença sumir

Variola cujo padrão
Vem sendo modificado
Doente a ser rastreado
Após notificação
E para a confirmação
Há PCR e coleta
Na secreção é direta
No meio vesicular
E se assim confirmar
Se isolar é a forma certa

Sabemos que a transmissão
Vai se dando por contato
Pele a pele, tato a tato,
Coisas e respiração
Haverá complicação
Normalmente na criança,
Na grávida por mudança,
E em baixa imunidade.
Da baixa letalidade
Disso temos confiança

Quanto ao seu tratamento
Há muita insegurança
Vacina antiga se lança
Ou antiviral pra alento
E se houver internamento
Resolverão muitas dores
Esclareço aos senhores
Que devemos ter cuidado
Pois com esse perigo ao lado
Seremos mal vivedores

Cristine Nobre Leite