A memória e a imaginação são pistas para uma forma de existir em que o pensamento pode apreender a totalidade do passado, presente e futuro.
Considere a forma bidimensional de um buraco negro. Ele possui um centro e uma borda, o horizonte de eventos. A matéria faz um redemoinho em volta do ponto onde a densidade tende ao infinito.
A matéria vai se fragmentando, esticando, até chegar aos componentes subatômicos, acelerando para próximo da velocidade da luz. Então, o que vemos ao olhar para um buraco negro é uma esfera.
Porque vemos uma esfera onde há um plano bidimensional?
A razão disso é que enxergamos as duas bordas do objeto plano ao mesmo tempo. Essa, aliás, é uma definição tridimensional de um círculo.
Ao acelerar para a velocidade da luz, as partículas do buraco negro emitem radiação na forma de luz. Essas ondas de luz se aproximam do olhar do observador. O movimento da luz distorce o espaço tempo ou, mais precisamente, revela sua característica oculta.
De fato a luz se aproxima, simultaneamente, na direção dos observadores em qualquer posição que esteja em relação ao perímetro do horizonte de eventos. Vemos o lado oposto, simultaneamente a face voltada para nós porque a velocidade da luz é constante para todos os observadores.
Para representar e para vermos ao mesmo tempo as duas bordas de um objeto em duas dimensões, teremos que vê-lo como uma esfera. Ou seja, a realidade do espaço-tempo é um pleno e absoluto agora. Na velocidade da luz o conceito de fluxo do tempo não existe.
A analogia da memória e da imaginação servem como a das formas geométricas observadas em suas mais precisas características. O círculo é a imagem parcial da totalidade representada pela esfera.
Do mesmo modo, quando vamos imaginar um texto, uma série de parágrafos, estamos construindo uma memória do futuro, através da imaginação. Então vemos que o agora se aproxima da forma dimensional e geométrica absoluta em que futuro está localizado.
O ponto final, representa o instante em que o futuro e o presente se encontram do ponto de vista da nossa percepção. Mas essa simultaneidade do futuro já estava lá em todos os instantes de construção do texto.
Tudo isso só é possível, a cada instante presente, porque da direção oposta em que nos chega a imaginação, também está vindo, simultaneamente a memória.
Cada palavra, cada sílaba, cada letra e cada sinal de pontuação chegam até nossa mente, vindo do hábito, da repetição do uso. Ou seja, da memória mecânica. Mas também o sentido das palavras, das frases, parágrafos e do texto ao final, estão vindo do passado.
Desse modo, o fluxo do tempo é uma ilusão decorrente do limite de nossa percepção. Dado que somos seres lentos e de baixa densidade, vivendo bem distantes da velocidade da luz e da esmagadora massa dos objetos pesados, como os buracos negros, o tempo nos aparece como uma soma de instantes.
Em outro lugar, sob outras condições de velocidade e densidade, é possível que tivéssemos acesso a totalidade da memória. Seríamos, nessa condição, capazes de lembrar tanto do futuro quanto do passado. Evidências disso estão na simultaneidade da imaginação do agora e na simulação do próximo instante. Está no nosso intelecto e além dele – tudo num mesmo instante pleno e absoluto.
Por patrinutri
Sim somos multidimencionais! As palavras tem múltiplos sentidos e provocam várias nuances de sentimentos.
Há que se viver a vida em sua potencialidae no aqui e agora!