Os cavaleiros do apocalipse estão entre nós

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Num panorama histórico mais amplo a pandemia da Covid-19 pode significar o início de um impasse entre a civilização humana e o bioma terra. Nós temos ignorado muitos sinais de que nossa estrutura social tem se tornado hostil a todas as formas de vida desde o século XX.

A humanidade ainda é a maior ameaça a si mesma. De modo direto, guerras com artefatos nucleares podem sozinhas decretar o fim do atual modelo de civilização e, no limite, ameaçar a existência do homo sapiens.

Outra ameaça a civilização está na resposta do ecossistema ao encontro com os artefatos e resíduos da sociedade industrial. As mudanças climáticas e a emergência de pandemias são exemplos desse tipo de perigo.

No entanto, uma possibilidade não exclui a outra. Ambas, de fato, se reforçam. Eventos naturais, como a adaptação de novas cepas de vírus ao nosso organismo, podem agravar crises econômicas que já iriam ocorrer de qualquer modo, e desencadear grandes conflitos geopolíticos, inclusive guerras nucleares.

Não tenhamos dúvidas. No campo das possibilidades, mais precisamente, das probabilidades, a questão da viabilidade da espécie humana está totalmente em aberto.

Se o obscurantismo milenarista e o ressentimento contra a existência prevalecerem, veremos se realizarem as profecias do apocalipse. Não porque elas eram inevitáveis, mas sim porque parte da espécie se dedicou a torná-las realidade através de seus atos macabros.