Oxigenoterapia

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Oxigenoterapia

A hipoxemia é um marcador importante da doença COVID 19. A despeito disto, a oferta de oxigênio a estes pacientes passa por discussão de limitações sobre como ofertá-lo, uma vez que as formas de oxigenioterapia devem evitar a maior disseminação da doença, sobretudo entre os profissionais de saúde e demais pacientes não suspeitos, que porventura compartilhem espaço do Departamento de Emergência, entender dimensionamento da oxigenoterapia é fundamental.

O que é oxigenoterapia?
• A oxigenoterapia inalatória pode ser definida como um suporte artificial de oxigênio no ar inspirado. Seu principal
objetivo é a oxigenação tecidual, que é conseguido quando se atinge uma pressão arterial de oxigênio (PaO2) acima de 60 mmHg, o que corresponde a uma saturação periférica de oxigênio aproximada em 90% (PAREDES et al. 2009).

Suplementação de Oxigênio
• Recomenda-se iniciar a suplementação de O2 para todo paciente com SatO2 em ar ambiente menor ou igual a 94%. Devido aos riscos de aerosolização, as alternativas para suplementação de O2 em pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19 são limitadas ao cateter nasal de O2 (cateter óculos), máscara com reservatório não reinalante
e cateter nasal de alto fluxo.

Oxigenoterapia na COVID 19

• No nosso organismo, a manutenção da oxigenação corporal é função crucial do sistema cardiorrespiratório, que ajusta a
oferta de oxigênio (O2) à demanda metabólica. Dessa forma,muito resumidamente, o O2 é captado do ar ambiente,
transportado para o sangue através dos alvéolos, onde se ligam às hemoglobinas, sendo posteriormente levado a todos
os tecidos.

Formas de avaliação da oxigenação

• Gasometria arterial: avaliamos a saturação arterial de oxigênio (SaO2 – concentração de oxigênio no sangue),
através da coleta e análise do sangue arterial.
• Oximetria de pulso: um método não invasivo, mensurando,
por um feixe de luz, a saturação periférica de oxigênio (SpO2),
por meio de um pequeno aparelho acoplado ao dedo.

Em situações em que essa oxigenação está deficiente é possível administrar ao paciente oxigênio suplementar
(oxigenoterapia) a fim de manter a oxigenação tecidual do organismo.
• A oxigenoterapia portanto, visa corrigir a hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue) e consequentemente diminuir o trabalho cardiorrespiratório.

A oxigenoterapia se mostra uma importante ferramenta aos
pacientes com hipoxemia, a fim de estabilizar a SpO2 entre 90
e 96%. Estima-se que cerca de 41% dos pacientes podem necessitar de hospitalização e cerca de 70% desse grupo (forma grave da doença), podem necessitar de oxigênio suplementar. Vale lembrar que a hiperóxia (valores elevados de SpO2 – 98 a 100%) também é muito prejudicial ao nosso organismo, além de elevar os custos desnecessários com o sistema de saúde.

Recomendações

Para iniciar a oxigenoterapia, podemos Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS),
indicar o início da oxigenioterapia com fluxo de 5L/min com o alvo de SpO2 ≥ 94% para pacientes com algum sinal de
instabilidade clínica, como insuficiência respiratória, hipoxemia ou choque; e alvo de SpO2 ≥ 90% quando o paciente estiver estável ou SpO2 ≥ 92% para gestantes.

Recomendações•

Considerando-se o nível de evidência, recomenda-se início da oxigenoterapia quando a SpO2 for menor que 90% (forte recomendação com moderada evidência) e sugere-sei iniciaroxigenoterapia caso a SpO2 esteja abaixo de 92% recomendação fraca, com baixo nível de evidência). Ema ambas as situações, recomendada-se SpO2 alvo de até 94%(forte recomendação com moderada evidência) .

• Recomenda-se a utilização de cateter nasal de oxigênio com
até 5L/min sem necessidade de umidificação para reduzir
produção de aerossóis e o risco de infecção por outros patógenos (forte recomendação com moderada evidência) para início da terapia. Pode-se utilizar a máscara cirúrgica sobre o dispositivo (fraca recomendação, com fraca evidência). Se o paciente não atingir a SpO2 alvo, recomenda￾se ajustar o fluxo de O2 entre 10 e 15 L/min com máscara reservatório não reinalante.

Referências
• RECOMENDAÇÕES PARA A UTILIZAÇÃO DE OXIGÊNIO SUPLEMENTAR (OXIGENOTERAPIA) EM PACIENTES COM COVID-19*. Assobrafir,
2020.
• Recomendações sobre Oxigenioterapia no Departamento de Emergência para Pacientes Suspeitos ou Confirmados de
COVID-19 Versão 3; atualizada em 01/06/2020.
• https://www.coffito.gov.br/nsite/wp-content/uploads/2020/06/Cartilha-completa-altera%C3%A7%C3%B5es-final-2-
compactado.pdf.Protocolos clínicose diretrizes fisioterapêuticas ( PCDF) no enfrentamentoa COVID19.
• http://www2.ebserh.gov.br/documents/16756/5242764/POP+OXIGENOTERAPIA+PACIENTES+COVID.pdf/e885b253-
5b16-437e-8d85-60ac6a74eef3