PERSPECTIVA SOBRE A DOR NA PERSPECTIVA BIOPSICOSSOCIOESPIRITUAL

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     O sofrimento humano vai muito além da fisiologia. Quando alguém se sente fragilizado ou vulnerável, a forma como esse alguém interage consigo mesmo e com os outros muda. Esses sentimentos são esperados em enfermos e algumas patologias podem, ainda, levar a alterações emocionais as quais esses podem não saber, necessariamente, como lidar com. Dessa forma, é de extrema importância que os profissionais de saúde consigam proporcionar aos pacientes oportunidades de expressão das mais variadas emoções que possam surgir no processo de adoecimento. Para isso, um profissional de saúde sempre deve buscar visualizar o paciente, de maneira ética, em todas as suas dimensões: sociais, físicas, psíquicas e espirituais.
A dor se apresenta de uma forma diferente em cada paciente e a forma como cada paciente se comporta em relação a ela também se diferencia. É responsabilidade do profissional de saúde identificar quais aspectos da dor de um paciente podem ajudá-lo a enfrentá-la. Para tanto, é necessário o estreitamento da relação entre o profissional e o paciente, que se dá por meio de uma relação direta, com comunicação efetiva e empatia. É importante lembrar que o paciente é o principal informante sobre si, sendo ele a chave para a identificação de aliviantes de sua dor e não cabendo aos profissionais de saúde julgar moralmente suas considerações.
Pacientes podem encontrar alívio de sua dor em sua espiritualidade. Assunto da última aula realizada pela Liga Acadêmica de Humanização do Cuidado em Saúde (LAHCS) da PUCPR, essa relação é tema de estudo da neuroteologia, área cujas investigações demonstram que a espiritualidade do paciente pode aliviar sua dor de forma complementar à intervenção técnica prestada a ele.
A dor pode afetar diretamente diversas áreas da vida de quem a sente: um incômodo pode dificultar a realização de atividades diárias, interferindo em autoestima, adesão a tratamento e economia. Portanto, como profissionais da saúde, é valoroso lembrar que a ciência e a religião podem caminhar juntas no cuidado do ser humano. Conhecer a orientação religiosa e espiritualidade pessoal de um paciente possibilita personalizar seu atendimento e usá-las a favor de seu tratamento. E, atualmente, esse processo conta com múltiplas ferramentas de auxílio como o questionário HOPE.

Danielle do Nascimento Neri¹, Ana Paula Müller Penachio², Gabriela Soares Romaneli³, Alessandra Libardi Santos⁴

¹ Graduanda em Enfermagem pela Faculdade Pitágoras de Fortaleza
² Graduanda em Medicina pela Universidade Positivo (UP)
³ Graduanda em Enfermagem pela Universidade Paulista
⁴ Graduanda em Enfermagem pela Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL)