Os trabalhadores da saúde são testemunhas conscientes, além de vítimas, juntamente com o povo brasileiro, do holocausto dos vulneráveis nessa sindemia. Em nome do deus mercado, da saúde da economia, os governos estão fazendo morrer o maior número possível de pessoas.
Tenho 50 anos, há 30 sou trabalhador da área da saúde. Como Técnico em Enfermagem, professor e 3° Sargento da reserva do Exército Brasileiro, quero dizer que jamais um soldado desse país, em nenhuma das guerras que lutamos, enfrentou a morte como temos feito desde março do ano passado.
Há entre nós aqueles que estiveram internados em UTI em meados do ano passado, vítimas da primeira variante do Coronavírus e já estão cuidando de pacientes graves, se expondo às novas variantes geradas pela irresponsabilidade do traidor assassino que está na cadeira da presidência.
Nós somos vítimas, mas também a memória da tragédia que está acontecendo. Milhares de mortes que poderiam ser evitadas; Pessoas sendo entubadas no chão; Falta de equipamentos, medicamentos e pessoal, falta de leitos; Dezenas de mortes a cada turno de trabalho…
A história precisará de um tribunal para julgar os responsáveis por esses crimes contra a humanidade. Aqueles que sobreviverem a esse massacre irão lembrar dessa guerra, desse ataque covarde da parte daqueles que se aliaram aos vírus para massacrar nosso povo.
Por fim, resta lembrar que os vulneráveis podem ser, a cada dia que o contágio se alastra, qualquer um. As variantes que estão surgindo podem se tornar letais para um grupo que no final poderá ser a população inteira. A política de vacinação intermitente poderá ser descrita no futuro como a primeira a ser declarada como um plano de destruição em massa.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Caro Marco,
É triste nos depararmos com as entranhas do fascismo quando pensávamos que nunca mais haveria uma reedição de algo tão estranho a tudo que conquistamos nos bons tempos democráticos.