Práticas de estudantes de enfermagem alertam puérperas sobre como evitar ou agir em caso de acidente

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Estudantes orientam o casal Aline e Benival a cuidar de Ághata quando voltar para casa.

Uma mãe de “primeira viagem” sabe como proceder para socorrer o recém-nascido em caso de um engasgo durante a amamentação? E se ocorrer alguma queimadura, o que fazer? Como deixar esticado o lençol do berço para não causar nenhum perigo de sufocamento durante o sono da criança? Qual a melhor posição para o bebê dormir? Esses e outros esclarecimentos foram feitos por estudantes do 7º semestre de Enfermagem da Universidade de Excelência (UNEX), de Itabuna, ao visitarem ontem à tarde puérperas e familiares que aguardavam alta no Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus.

A atividade, uma parceria da universidade com o Núcleo de Educação Permanente do hospital, teve como principal objetivo fazer com que os alunos pudessem interagir com pacientes diante de situações que comumente encontrarão nos hospitais, em uma ação aliada à promoção de saúde vista não apenas com a tratativa da doença mas, sobretudo, da prevenção. “Muitos incidentes podem ser evitados quando se há conhecimento de como agir na hora certa”, alerta o professor da UNEX, Eduardo Oliveira.

Calma e maneira correta

Este sentimento também é de Aline da Conceição, mãe de Ághata. A primeira filha dela nasceu no domingo. “Sempre tive receio de não saber lidar em situações de risco. Na hora a pessoa entra em desespero, nem sabe o que faz, né? Agora entendo que é preciso manter a calma e fazer o melhor e o correto, já que aprendi o que fazer”, afirmou. Ela e Benival, o esposo, ouviram atentamente a um dos grupos de estudantes. O casal é de Morro de São Paulo e retorna nas próximas horas para casa. “Quantas vezes quando não temos informação e erramos ao tentar socorrer”, reconhece Benival.

Uma das palestrantes, a estudante Eduarda Santana visitou pela primeira vez o hospital. “Amei o espaço”, comentou. “Todas as mães deveriam passar por aqui. Pela referência que é. Ajuda as mães num processo que é bonito, mas que, também, pode ser difícil. Era bom que todos os lugares pudessem ter um hospital como esse”, concluiu. O professor Eduardo considera que esta experiência, na prática, é imensurável para os alunos que estão em processo de formação. “Nem sempre eles têm a oportunidade de usufruir de um equipamento de saúde com alta complexidade e que atenda a população com a excelência que é aqui”, elogiou.

A estudante Eduarda Santana – “Era bom que todos os lugares pudessem ter um hospital como esse”.

Hospital-escola

A diretora-geral do hospital, Domilene Borges, explica que o HMIJS tem sido um importante campo de prática para estudantes de cursos técnicos e superiores da região. Além de visitas-guiadas e realização de práticas observadas por professores e profissionais do hospital, o Materno-Infantil abriga, em regime de internato, 50 graduandos do quinto e sexto anos de medicina, com o objetivo de que estes alunos tenham uma vivência prática em Obstetrícia e Pediatria.

Os primeiros socorros feitos corretamente podem salvar uma vida.

O perfil de hospital-escola é preparatório para o HMIJS dar, em breve, um passo além, que é o de implantação da sua residência médica, quando o profissional está formado e tem o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) de seu estado. De acordo com a coordenadora do Núcleo de Educação Permanente, enfermeira Ayalla Rodrigues, o projeto de hospital-escola proporciona ao aluno uma formação técnico-científica humanizada, que é o perfil do hospital, e todos ganham com o protagonismo do estudante. “Isso tudo possibilita a consolidação da teoria aprendida em sala de aula disponibilizando um cenário acolhedor. Em contrapartida, o discente atua como protagonista na educação em saúde a beira-leito no trinômio mãe, acompanhante e sociedade”, destaca.