Redes assistenciais de saúde: uma construção permanente

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A constituição de redes assistenciais em saúde tem sido tema presente na agenda de gestores e formadores das políticas de saúde desde a década de 1980 com o advento do Sistema Único de Saúde. Acredita-se que não há um equipamento ou equipe de saúde autossuficiente na produção do cuidado. Pela complexidade os problemas em saúde envolvem vários campos do saber, de modo que as redes se tornam uma prerrogativa ao seu funcionamento, sendo inerente ao trabalho voltado ao cuidado em saúde (QUINDERE, 2014). Um dos primeiros movimentos importantes para a formação de redes constitui a descentralização da saúde no Brasil, o que possibilitou maior aplicabilidade de ações locais, direcionadas às demandas regionais, fornecendo o surgimento de experiências exitosas nos vários setores e nos diversos níveis de atenção, mediante processo de regionalização e hierarquização (QUINDERE, 2014). Apesar do início animador, esse processo foi implementado por procedimentos normativos, com o objetivo de organizar o fluxo de pessoas via sistema, ocasionando um enrijecimento da atenção à saúde, pois tinha como base o modelo piramidal de assistência. No entanto, esses procedimentos burocráticos de referência e contrarreferência mostram-se inflexíveis e limitantes (QUINDERE, 2014).  A partir do decreto n° 7.508, de 28 de junho de 2011 o atendimento à população foi definido através das Redes de Atenção à Saúde (RAS). RAS são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integrados por meio de sistemas de apoio, buscam garantir a integralidade do cuidado (BRASIL, 2011). Essa busca por um modelo organizacional que melhor atendesse às necessidade dos cidadãos, facilitando o acesso, garantindo a continuidade do cuidado, assim como sua resolutividade caminhou para um modelo de rede com muitas ligações e conexões. Sua principal característica são as múltiplas entradas, a multiplicidade e heterogeneidade na composição, isto é, uma rede que se articula, sobretudo no plano do trabalho cotidiano, se realiza com fundamento em muitas articulações e no convívio com o diferente, é capaz de dar expressão às múltiplas facetas que compõem a passagem do SUS (QUINDERÉ, 2014). Esse modelo de rede não tem limites em sí, acontece de acordo com o movimento dos atores no processo. Não é previamente estruturado e se dá de acordo com as necessidades de ajustes (QUINDERÉ, 2014). Esta publicação trata-se de um trabalho de finalização da disciplina “A construção de redes sociais no campo da saúde mental”, do curso de especialização em Saúde Mental, da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, sob supervisão do professor Sérgio Aragaki. Discentes: ‎Alanna P. R. Freitas, Bianca Teixeira da Silva, Daysiane P. S. M. Miranda, Edna N. P. Silva Neta, Jacymara T. S. Pinheiro, Juliana Cristina U. Rocha, Maria Madalena G. R. Freitas, Rosa Caroline S. C. Malta, Sabrina Delfino L. Madeiro, Willams Henrique da Costa Maynart.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta a lei 8080 e dispõe sobre a organização do Sistema Único De Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 de junho de 2011.

QUINDERE, PHD; JORGE, MSB; FRANCO, TB. Rede de Atenção Psicossocial: o lugar da saúde mental?. Physis, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, p. 253-271, mar. 2014.