Resenha Crítica: Humanização e Reforma Psiquiátrica

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Resenha crítica elaborada por Suéllen Vargas da Silva e Sofia Vieira, estudantes de psicologia na FISMA, baseada no artigo “Humanização e Reforma Psiquiátrica: A radicalidade da ética em defesa da vida”.

O artigo discute a Política Nacional de Humanização (PNH), também conhecida como HumanizaSUS, e sua relação com a Reforma Psiquiátrica, com foco na experiência de cuidado em saúde mental na lógica da clínica antimanicomial. Destaca-se a importância da humanização no cuidado em saúde, especialmente na área de saúde mental, onde a desinstitucionalização do loucura e desconstrução da cultura manicomial são os principais objetivos, além de fortalecer a imagem do sistema público de saúde.

A PNH é apresentada como uma política pública que busca promover a inclusão, a autonomia, o protagonismo e a corresponsabilidade dos diferentes sujeitos envolvidos nos processos de produção de saúde, fortalecendo o próprio Sistema Único de Saúde, no processo. Isso é alcançado por meio de três princípios fundamentais: indissociabilidade entre atenção e gestão, transversalidade e protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos.

Enfatiza-se a importância da desconstrução do manicômio e da desinstitucionalização da loucura nesta política, pois é essencial quando fala-se sobre humanização na saúde. A institucionalização da loucura promove a opressão contra o louco, o viciado, o desviante social. Promove a sutil violência do cerceamento da liberdade destes indivíduos e os impedem de existir em sua singularidade e de pertencerem ao mundo.

Demolir a lógica prejudicial dos sistemas de manicômios é algo que é fortemente confrontado pela tradição da desumanização do sofrimento mental, nexo gradativamente quebrado pelas ações da luta antimanicomial.

Essa política é vista como um exemplo de como a humanização pode ser aplicada de forma eficaz na área de saúde, promovendo a liberdade, inclusão, a autonomia e o respeito aos direitos das pessoas com sofrimento psíquico ou mental. Além disso, discute a necessidade de humanizar não apenas as práticas de cuidado em saúde, mas também as políticas públicas relacionadas à drogadição e à loucura. A humanização é vista como um conceito-experiência que vai além de simplesmente tratar as pessoas com dignidade, envolvendo uma mudança profunda na forma como a sociedade lida com essas questões.