Resenha Crítica sobre o artigo “Antiproibicionismo e Luta Manicomial: Revisitando Conexões Histórica

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O artigo “Antiproibicionismo e Luta Antimanicomial: Revisitando Algumas Conexões Históricas” relata sobre questões entre o antiproibicionismo e a luta antimanicomial, destacando a importância do papel dos movimentos sociais e atores políticos na luta pela reforma psiquiátrica no Brasil. Os autores argumentam que o antiproibicionismo, que defende a legalização e regulação de substâncias psicoativas, tem uma ligação histórica com a luta antimanicomial, que procura a desinstitucionalização de pacientes psiquiátricos e acolhimento de políticas públicas de saúde mental.  Com isso, artigo apresenta uma revisão crítica da literatura sobre o tema relevando a influência de diversos movimentos sociais na luta antimanicomial, como o movimento dos trabalhadores da saúde mental, o movimento antipsiquiátrico e o movimento de usuários de drogas.  O artigo também aponta para o valor da participação política na luta antimanicomial, destacando o papel dos políticos como o ex-deputado federal Paulo Delgado, que foi um defensor da reforma psiquiátrica e da luta antiproibicionista.

Ainda que, o artigo seja bem escrito e anunciado uma revisão interessante da literatura sobre o tema, alguns pontos mereceram críticas. Primeiramente, o autor conseguiria ter sido mais preciso na definição dos conceitos de antiproibicionismo e luta antimanicomial, que são bastante amplos e podem ter diferentes significados em contextos diferentes. Além de que, o artigo não chega as críticas que têm sido feitas ao movimento antiproibicionista, que muitas vezes é acusado de minimizar os riscos associados ao uso de substâncias psicoativas e de ressaltar demais a questão da liberdade individual em prejuízo da saúde pública. Apesar dessas restrições, o artigo é uma valiosa contribuição para a compreensão das conexões históricas entre o antiproibicionismo e a luta antimanicomial, e pode ser útil para investigadores e profissionais de saúde mental interessados ​​em abordagens mais críticas e engajadas para a reforma psiquiátrica.