Vivências Acadêmicas dos Estudantes de Medicina na Reunião de Equipe de uma ESF paulista.

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Os Estudantes do Curso Médico da UNOESTE são inseridos, desde o primeiro ano do Curso, em sete Estratégias Saude da Família nos municípios de Presidente Prudente e Álvares Machado, no interior de SP.

Os Facilitadores utilizam Metodologias Ativas, como a Problematização, para estimular a criação de Planos de Ação que visam à resolução de Problemas de Saúde das comunidades que residem nos territórios adscritos às ESFs. Para conseguirem refletir, com auxílio do Facilitador, a respeito da Epidemiologia em Saúde presente em cada território, os acadêmicos participam de Reuniões de Equipe, nas ESFs. Essa participação vai ao encontro das sugestões das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) propostas pelo MEC no ano de 2014. As DCNs sugerem 4 eixos nos quais os estudantes dever alicerçar suas ações nas ESFs, a saber: Atenção Individual e Coletiva à Saúde, Educação em Saúde e Processos de Trabalho na Unidade de Saúde.

Ao participar das Reuniões de Equipe, na ESF, o estudante consegue entender um pouco da complexidade proposta em 2004, pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), que definiu Atenção Primária em Saúde (APS) como “um conjunto de intervenções de saúde no âmbito individual e coletivo que envolve: promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação”. Após a participação dos estudantes na Reunião de Equipe, o Facilitador utilizou o Arco de Maguerez para disparar reflexões relacionadas ao fato de que a APS é desenvolvida por meio de exercício de práticas gerenciais e  sanitárias, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em  equipe, dirigidas a populações de territórios (território-processo) bem delimitados, das quais assumem responsabilidade. Esta responsabilidade foi entendida pelos estudantes como tarefa de todos os membros da equipe interprofissional.

O Facilitador salientou, na reflexão que ocorreu após a experiência de gestão participativa, que os membros da equipe utilizam tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os problemas de saúde de maior frequência e relevância das populações. Dessa maneira, o Facilitador chamou a atenção para o fato de que a ESF é o contato preferencial dos usuários com o sistema de  saúde. Estudantes consideraram que, na ESF as ações desenvolvidas pela equipe devem se orientar pelos princípios da universalidade, acessibilidade  (ao sistema), continuidade, integralidade, responsabilização, humanização, vínculo, equidade e participação social. Nesse sentido, o Facilitador chamou à atenção dos presentes para o agendamento da próxima reunião com a comunidade, fazendo questão de registrar em ata a sua solicitação e marcação. Estudantes finalizaram a reflexão na ação, relacionada à Co-Gestão de Coletivos, descrevendo a sua participação na reunião, salientando que a Atenção Primária deve considerar o sujeito em sua singularidade, complexidade, integralidade e inserção sócio-cultural, e buscar a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento das doenças e a redução dos danos ou sofrimentos que possam estar comprometendo suas possibilidades de viver de modo saudável.
O Facilitador considerou que a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), define o primeiro  nível de atenção como: Um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades.

O profissional Médico da ESF considerou que o cuidado em saúde deve abranger: Manejo das demandas e necessidades de saúde de maior frequência e relevância em seu território, observando critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda, necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos pelos membros da Unidade de Saúde. Os participantes consideraram como positiva a atividade relacionada ao eixo das DCNs 2014 do MEC relativa aos Processos de Trabalho em Saúde.

Referências:
O MÉDICO COMO LÍDER DA EQUIPE DE SAÚDE: UM ESTUDO DOS PROFISSIONAIS QUE PARTICIPARAM DO PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA (PMAQ-AB). Disponível em:https://tede.unioeste.br/handle/tede/3255 Consulta em 06 10 2018 às 15h 04min.