Sobre a questão das comunidades terapêuticas no SUS…

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Religar ao que pode? Ou viver separado do que pode? Possibilidade não! Potência!

Quando chegamos ao impasse, é preciso recolocar o problema…

Também acho que é necessário uma maior presença da voz do usuário de saúde mental nesse debate! Em especial os usuários de alcool, Crack e outras drogas… Mas não espero que tenhamos condições de sociedade para um debate aberto e realmente participativo que inclua o usuário, nesse caso, pois parece que o pressuposto de toda a conversa é o de que essas pessoas "não respondem por si mesmas". Se, como sociedade, pensássemos diferente disso, talvez não estivéssemos discutindo a pertinência ou não das comunidades terapêuticas no SUS. Nós, como sociedade, vamos ouvir e legitimar a fala do usuário de alcool e de outras drogas, incluindo o Crack, sobre a questão do financiamento das comunidades terapêuticas pelo SUS? Acho difícil. Assim como acho bastante difícil um reposicionamento importante das forças em disputa a partir desse cenário tão polarizado de posições…

Temos que ampliar a discussão!

Gostaria de propor uma outra entrada para o debate a partir da seguinte questão:

Que direitos têm os portadores de sofrimento mental/dependência de alcool e de outras drogas? Como proteger o usuário de alcool e outras drogas, seja no domicílio, seja no hospital ou na comunidade terapêutica, do cárcere privado, dos maus tratos, da imposição de outra religião ou cultura que não a sua; proteger do abuso pela violência física ou psiquica; da privação de convivência social?

Se a jurisprudência exige que a sociedade e que o Estado criem leis de proteção às crianças e aos idosos, por exemplo, por que não pautar uma legislação para proteger os direitos dos portadores de sofrimento mental vulnerabilizados?

Talvez seja hora de retomarmos essa pauta inconclusa da reforma psiquiátrica e enfrentar essa questão espinhosa. Será que tem lógica essa pauta?