ESTUDANTES DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E HUMANIZAÇÃO

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     São estudantes de áreas relacionadas com vida, saúde e doença. Trata dos aspectos do homem como indivíduo e como ser social. É de grande responsabilidade eleger uma profissão nesta área. O candidato tem que estar consciente disto, assim como a instituição de ensino tem que incluir em seu currículo o preparo de seus alunos para trilhar o caminho de entender e melhorar a condição do ser humano.

  Além da parte biológica, das tecnologias duras e de técnicas específicas, o estudante deve ser ensinado também, a valorizar outra tecnologia: saber cuidar da pessoa, ser afetivo, hábil em conversar e incluir o paciente na tomada de decisões.

   É importante saber aproximar-se com delicadeza, colocar-se no lugar do outro, ter uma fala esclarecedora, conhecer a realidade do paciente. Em minha experiência não percebo esse cuidado nos acadêmicos quando em suas aulas práticas. Trabalho em uma instituição de saúde que, ao mesmo tempo é uma escola e a presença de estudantes de vários cursos é rotina em nosso dia-a-dia.

   Observo a chegada deles: a maioria sequer cumprimenta os servidores, imagine os usuários que lhes servirão de instrumentos de aprendizagem; nas fisionomias percebemos o “orgulho” de serem estudantes do curso tal; nem imagina quem são essas pessoas, onde moram, que realidade vivenciam; quais sentimentos experimentam ao adentrarem o consultório e depararem com várias pessoas que assistirão sua intimidade. Enfim, caem nos consultórios ou leitos hospitalares para suas aprendizagens práticas de “pára-quedas”.

    Tenhamos em conta que estes estudantes, no futuro, serão nossos substitutos em fazer o SUS. Como será o SUS do futuro?. Deixarei a resposta com o caro leitor deste humilde texto.
Ousarei dar algumas sugestões que, talvez possam serem utilizadas. Em minha opinião, os estudantes iniciariam seus estágios pelo conhecimento da instituição que os fornecerá aprendizagem por um determinado período, ou seja, passariam por todos os setores, percorrendo assim o caminho realizado pelo usuário até que consigam um leito ou o aprazamento de uma consulta; entrariam em contato com esses usuários em salas de espera ou enfermarias para uma apresentação prévia e esclarecimento de seu papel como estudante; seriam orientados a usarem expressões e gestos que denotassem igualdade ( afinal, o corpo fala). E só então seriam levados ao contato direto com “seus pacientes”. Creio que desta forma entenderiam as experiências de sua clientela, as dificuldades pelas quais passam até estar em frente ao profissional, conheceriam seus anseios e com certeza aprimorariam a qualidade de sua assistência. Acredito que com estudantes humanizados teríamos futuros profissionais humanizados.

   É certeza, creiam, que a maioria de nós usuários já estamos na defensiva contra má qualidade de atendimento e às vezes maus-tratos. Assim, para nos defendermos contra esses danos, passamos a vigiar cada profissional.

  VAMOS EM BUSCA DE ESCOLAS QUE VALORIZEM O COMPORTAMENTO HUMANIZADO.

  Honilda Camêlo/ A. social/Residente em Maceió AL