Gestor, trabalhador e usuário juntos no III Encontro de humanização na região norte

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A PNH propõe que gestor, trabalhador e usuário participem do trabalho em saúde assumindo coletivamente as responsabilidades no cuidado e na gestão. Porém, colocar esses três protagonistas do SUS para conversar não é fácil. E a região norte topou o desafio! No primeiro dia do III Encontro de coordenações e representações de humanização em Rio Branco nesta quinta-feira, 10 de maio, a participação dos trabalhadores, gestores e usuários deu o tom dos debates.  

 

Membros de pastorais, movimentos sociais, e trabalhadores das profissões mais diversas, como contadores,administradores,  históriadores, psicólogos, assistentes sociais, estudantes de cursos de saúde, ambos  que tem experiência ou interesse  em humanização trouxeram questões do cotidiano em saúde para se problematizar a rede.

 Para a  trabalhadora da Área Técnica de Saúde do Trabalhador do município de Rio Branco  Lucélia da Cunha Trivelato, colocar gestor, trabalhador e usuário no debate regional vale  a pena, pois tem-se  pouco espaço para discutir a questão do trabalhador do SUS para fora do nosso município. “O Humanizasus traz questionamentos para se entender a política de saúde do trabalhador”, afirmou.

 

 

A bióloga responsável pela assessoria de humanização da SMS de Boa Vista – RR participa pela primeira vez e acredita que o evento possibilita que se conheça melhor a realidade do norte e integre  as ações, verificar as singularidades, verificar o comum. “Quero levar motivação para conseguir discutir e sensibilizar os demais trabalhadores de saúde do município. Temos um comitê estadual de humanização e participar dos encontros torna mais evidente a necessidade de construção coletiva”, afirmou. 

 

De acordo com o secretário municipal de saúde de Rio Branco Osvaldo de Sousa Leal Junior, a prioridade do SUS municipal é melhoria da infra-estrutura e valorização do trabalhador da saúde. “Estamos construindo 10 novas UBS que serão ocupadas por 30 equipes de saúde da família; investindo na melhoria da relação gestor- trabalhador, criando a carreira do trabalhador e incentivando a formação de conselhos populares – atualmente o município conta com 12 conselhos, que ampliam o diálogo com os usuários. Muita gente critica a PNH, mas ela não é uma esmola, mas espaço em que se discute a  dignidade do trabalho e m saúde!

 

O prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, também participou do primeiro dia de atividades com os trabalhadores e usuários e lembrou a importância de se ousar nos estados da região norte. “Não adianta participar do encontro e não mudar. É preciso atitude, e para isso não precisa titulação acadêmica, precisa coragem. Muitas vezes o usuário não precisa de remédio, mas de uma orientação. Se o trabalhador da saúde não tiver respeito, da mulher que serve café, vigia, até o profissional mais diplomado na saúde, todos devem fazer a diferença no tratamento do usuário”, afirmou ele, que recebeu um kit da PNH das mãos da representante dos usuários no Conselho Municipal  de Saúde  Daiane Ávalo de Moraes.

A jovem, que é estudante de saúde coletiva  avalia como positiva a iniciativa de abrir esse espaço de diálogo regional, incluindo o usuário. “A Política Nacional de Humanização, não se implanta de uma hora para outra, mas leva tempo e é construída aos poucos, é preciso conscientizar o usuário, pois muitas vezes ele não sabe que ele é responsável pelo SUS e não é só o gestor e trabalhador que têm direitos e deveres”, afirmou. 

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