Rede HumanizaSUS: 5 anos afirmando a vida!
22 de fevereiro de 2008
Há exatos cinco anos, às margens do Lago Paranoá em Brasília, o Coletivo Nacional de consultores e técnicos da Política Nacional de Humanização (PNH) realizava o Café HumanizaSUS, estratégia presencial de ativação de redes que marcaria o lançamento da Rede HumanizaSUS (RHS).
Neste ano de 2013, a PNH também faz um aniversário especial, completando 10 anos de vida (e muita vida!). Portanto, a RHS já faz parte de metade do tempo dessa história! Naquele momento, o lançamento dessa nova oferta, desse novo dispositivo da Política (uma rede colaborativa e social inteiramente aberta na internet) representava uma inflexão significativa e corajosa nas suas estratégias. A RHS não vinha para alterar os princípios, diretrizes e métodos da PNH, ela vinha para radicalizá-los ainda mais!
Nas palavras sempre iluminadas de nosso grande mestre Edu Passos, uma síntese perfeita do que significava esse passo para a Política. Nesse breve depoimento gravado durante o Café HumanizaSUS, Edu expressou com precisão o que estava nascendo ali, naquele dia memorável. Nascimento que nos enchia de alegria, mas que naturalmente não poderia se dar sem as “dores do parto”…
“A RHS é um dispositivo especial dentre os vários dispositivos que temos, porque, talvez, pelo seu caráter de abertura, ela possa servir como um dispositivo para abrir dispositivos. É uma ferramenta de transformação de ferramenta. (…)
E eu acho que essa abertura foi a abertura de um processo de transformação. A gente colocou em questão os limites dos nossos dispositivos. (…) …tem uma dimensão de abertura da PNH que obriga que ela vá para além dos dispositivos que inventamos e que foram importantíssimos. Então, eu acho que nesse Coletivo aqui a gente sacou a natureza aberta da obra PNH. PNH é obra aberta.”
Muito emocionante revisitar este vídeo cinco anos depois!
A força visionária das palavras do Edu; a feliz coincidência do enquadramento de Beth Barros, outra mestra querida e inspiradora, que aparece ao fundo, no computador, dando as primeiras navegadas na recém-lançada plataforma da RHS; e acho que outras pessoas, como eu, não terão como não “ver”, nessa tomada que enquadra Edu e Beth, a “imagem” luminosa e sempre presente de nossa amada Regina Benevides. Lembro-me, com o coração disparado, de falar com Regina (que se encontrava na África) em pleno Café HumanizaSUS, e que, do outro lado do oceano, enviava sua força sempre tão intensa e se fazia presente neste “parto/nascimento” tão especial…
Quem quiser saber mais do que rolou neste incrível Café HumanizaSUS, é só clicar aqui: voltando às origens…
25 de fevereiro de 2008
Ainda não tinha uma semana de vida e a vocação radicalmente colaborativa dessa Rede já começava a se manifestar. Não sabíamos ainda o que viria a ser esse experimento tão novo, mas o “modo de fazer” da PNH se afirmava ali com toda força.
Uma Rede que poderia ser tudo, só não poderia não ser ACOLHEDORA.
Tal qual mais uma foto que revisitamos no álbum do bebê, outro post publicado no terceiro dia de vida: SOBRE OS PRIMEIROS PASSOS DESSA REDE
Daí pra frente, foi acompanhar com muita alegria o crescimento da “criança” e vê-la transpor vários limiares de amadurecimento, até virar “gente grande”.
Nada a ver, entretanto, com um simples crescimento linear, pois a história dessa Rede tem sido a história de sua reinvenção constante. Reinvenção produzida por cada novo usuário que se cadastra e se apropria desse espaço, dando-lhe uma nova cara e uma nova potência.
Essas sempre foram e continuarão sendo suas únicas características imutáveis: caráter totalmente aberto, inclusivo e acolhedor, reinvenção permanente, experiência radical do público, da produção do comum e de democracia intensiva.
O caráter intensivo dessa experiência sempre foi o seu traço mais marcante e significativo. Para dimensioná-lo em toda sua potência, só mesmo participando e vivendo os encontros, as conversas, as trocas de conhecimento e afetos que se dão por aqui.
Ainda assim, ela também possui um caráter extensivo tão impressionante (possibilitado pela revolução nas formas de socialização contemporâneas que se abriram com as redes eletrônicas), que não pudemos jamais ignorar e deixar de acompanhar a evolução através de alguns números e análises (webométricas e sociométricas).
Sempre que possível, compartilhamos na própria Rede estes números e análises já conhecidas dos usuários mais antigos, mas que reapresentamos, neste momento co-memorativo e re-memorativo, de forma organizada para os usuários mais novos e que, eventualmente, se interessem por maiores detalhes dessa história:
21 de agosto de 2008
SEIS MESES DE REDE HUMANIZASUS!
12 de março de 2009
REDE HUMANIZASUS: HÁ 1 ANO AUMENTANDO NOSSA POTÊNCIA COLETIVA DE FAZER UM SUS QUE DÁ CERTO!
19 de agosto de 2009
A REDE HUMANIZASUS EM NÚMEROS! (445 dias de RHS)
13 de abril de 2011
REDE HUMANIZASUS: UMA EXPERIÊNCIA DE REDE COLABORATIVA COMO DISPOSITIVO DE UMA POLÍTICA PÚBLICA (3 anos de RHS)
5 de maio de 2012
ALGUNS DADOS SOBRE A RHS… (mais de 4 anos de RHS)
E hoje?
Qual o “tamanho” da Rede?
De modo rápido e sumário…
De 22/02/2008 a 22/02/2013:
Mais de 1 milhão de visitantes, que realizaram quase 1 milhão e meio de visitas, visualizando mais de 3 milhões de páginas.
Destes mais de um milhão de visitantes, até este exato momento, 12.112 abriram uma conta na Rede, dos quais mais de 700 possui um blog na RHS, isto é, publicou pelo menos um post dos 4.500 posts já publicados (por uma incrível coincidência, este é exatamente o post 4.500!) e receberam 14.800 comentários.
Mas insisto que os números, por mais expressivos que sejam, falam ainda muito pouco do que se experimenta por aqui!
Podemos descobrir isso participando ou através dos inúmeros depoimentos de quem já participa há algum tempo. Não é preciso muitos cliques para cair sobre algum desses depoimentos, alguns extremamente comoventes…
Também tivemos o privilégio de sermos “objetos” de uma brilhante tese de doutorado, produzida por nossa companheira Lílian Weber, que estudou especificamente essa dimensão mais intensiva da experiência.
Vale a pena resgatá-la “nessa data querida”:
PRODUZIR(-NOS) ponto COM: A constituição do coletivo “Rede HumanizaSUS” e a produção cooperativa
Neste post (o mais comentado da história da RHS), Lílian lançou a pergunta:
O QUE SIGNIFICA A RHS PARA VOCÊ?
Há depoimentos incríveis!
Mas parece que, para os espíritos sagazes, o significado da RHS é, cada vez mais, perceptível à primeira vista…
Dito isso, encerro essa já longa recuperação de “posts comemorativos”, destacando um post que, neste exato momento, ainda se encontra na fila de votação. Seu autor é um novo companheiro que se conectou a esta Rede há poucos dias – o Raoni Rodrigues, de Salvador (BA).
Vejam que presente ele nos deu:
POR QUE PARTICIPAR DA REDE HUMANIZASUS?
Publicado no dia em que a RHS completava exatos 5 anos de existência, esse post parece confirmar que as metamorfoses dessa Rede ainda serão múltiplas, permanecendo inteiramente aberta para o FUTURO.
Contudo, a força do que já vivemos por aqui é tamanha, que todas as palavras parecem poucas…
Quantos acontecimentos, quantas vivências, quantas pessoas maravilhosas e tão decisivas para a construção dessa “obra aberta”, ainda mereceriam ser evocadas!
Mas evitaremos o que seria exaustivo e, provavelmente, nos exporia ao risco de vários “esquecimentos” injustos.
Quando o que queremos expressar não cabe mais nos números, por maiores que sejam, nem nas palavras de todos os depoimentos e da ciência, ainda podemos ter alguma chance com a clareza densa da poesia.
Nessa canção/poema de Arnaldo Antunes, talvez, a expressão mais precisa do que seja fazer rede e produzir comum, do que seja o jeito “érre-agá-esseano” de fazer redes e produzir comum.
É só clicar no botão abaixo e acompanhar a letra transcrita a seguir…
Que Me Continua
(Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra)
Se ando cheio
Me dilua
Se estou no meio
Conclua
Se perco o freio
Me obstrua
Se me arruinei
Reconstrua
Se sou um fruto
Me roa
Se viro um muro
Me rua
Se te machuco
Me doa
Se sou o futuro
Evolua
Você
Que me continua
(…)
Se eu não crescer
Me destrua
Se obcecar
Me distraia
Se me ganhar
Distribua
Se me perder
Subtraia
Se estou no céu
Me abençoe
Se eu sou seu
Me possua
Se dou um duro
Me sue
Se sou tão puro
Polua
Você
Que me continua
(…)
Se sou voraz
Me sacie
Se for demais
Atenue
Se fico atrás
Assobie
Se estou em paz
Tumultue
Se eu agonio
Me alivie
Se me entedio
Me dê rua
Se te bloqueio
Desvie
Se dou recheio
Usufrua
Você
Que me continua
(…)
Alguém dirá: mas isso é uma canção de AMOR!
E do que mais estamos falando?
Por Cláudia Matthes
de permanecer tecendo pela vida, estou em lágrimas alegres, felizes, por saber-sentir a importância desse momento, de todos os nossos investimentos em seguir nessa estrada de defesa da vida.
Um grande hu-hu para todos nós!
E muitas alegres lágrimas para todos nós, tecedores de vida!
Ricardo Teixeira, obrigada!
Amo todos, e em especial a essa nossa REDE!
Emocionada,
Peju
cuidador@rede