Saúde define prioridades de Pesquisa

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Sob a coordenação de Pedro Gabriel Delgado, coordenador
da área de saúde mental do MS, o grupo de trabalho
contou com gestores e pesquisadores das seguintes instituições:
Secretaria Municipal de Saúde de Betim/MG,
Decit, Universidade Federal da Bahia, CNPq, Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp), Escola Nacional de
Saúde Pública da Fiocruz, Universidade Federal do Rio
de Janeiro e Grupo Hospitalar Conceição/RS.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a
depressão unipolar, o consumo de álcool, os transtornos
afetivos bipolares, a esquizofrenia e os transtornos obsessivo-
compulsivos figuram entre as dez principais causas
de anos potenciais de vida saudável perdidos. A projeção
para 2030 é de um aumento da carga relativa destes
transtornos na carga global de doenças no mundo.
Nas duas últimas décadas o Brasil passou por um
processo de transformação do seu modelo de atenção
em saúde mental, caracterizado pelo redirecionamento
de um cuidado antes centrado na internação hospitalar
para uma lógica de atenção focada em serviços de base
comunitária. Esse processo de mudança de modelo
implica um conjunto de desafios para investigação
científi ca, reforçando a importância da inclusão do tema
saúde mental na Oficina de Prioridades de Pesquisa
para o SUS.
O grupo iniciou seus trabalhos discutindo a importância
do diagnóstico das carências de pesquisa em saúde
mental pública para suprir lacunas do conhecimento.
Optando pela ofi cina de consenso como metodologia,
foram analisados o panorama da produção científi ca
brasileira na área de saúde mental, editais anteriores,
prioridades para a pesquisa em saúde mental propostos
pelo Global Mental Health e sugestões elencadas
pelo Decit, bem como o relato da experiência de cada
participante.
Foi consenso a necessidade de produção de conhecimentos
que gerem mais saúde mental para a população,
que auxiliem nas ações de expansão da rede de serviços,
melhora na qualidade da atenção, redução da lacuna
assistencial com ênfase na atenção primária levando
em conta os determinantes sociais e o enfrentamento
do estigma na sociedade.
Por meio de pesquisas científicas, os participantes
identifi caram tópicos com potencial de contribuir para
suprir as lacunas de conhecimento identifi cadas na área
de saúde mental como: intervenções que possam reduzir
a carga global da doença mental, formas mais eficientes
de ampliar a oferta de serviços em saúde mental, inclusive
atenção primária, bioética e dos direitos humanos
das pessoas com transtornos mentais.

Rev Saúde Pública 2008;42(4):974-7  p.976